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Congresso em Vitória defende novo modelo de investigação criminal

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Autoridades e profissionais da área de segurança pública, acadêmicos e a sociedade civil como um todo se reuniram para debater as falhas e a falência do sistema de segurança pública brasileiro. O “1º Congresso sobre Segurança Pública: O Novo Pacto Reformista da Sociedade Brasileira na Estruturação da Defesa Social”, realizado na noite de quinta-feira (10/11), contou com a presença de mais de 100 participantes na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória.

Promovido pelo Sindicato dos Policiais Federais do Espírito Santo (Sinpef-ES), pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e pelo Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGDir/Ufes), o congresso teve a palestra principal realizada pelo Mestre em Direito Processual Penal e Especialista em Direito Constitucional e em Ciência Policial e Investigação Criminal, Roberto Antônio Darós Malaquias, que falou sobre “Segurança Pública: O Novo Pacto Reformista Da Sociedade Brasileira na Estruturação na Defesa Social”.

Ainda participaram do debate o Juiz Carlos Eduardo Ribeiro Lemos, o diretor da OAB-ES, Rodrigo Reis Mazzei, e o professor da pós-graduação em Direito da Ufes Marcellus Polastri Lima. O presidente da Fenapef, Luís Antônio de Araújo Boudens, coordenou as atividades da mesa e fez a abertura do congresso.

Para Boudens, a sociedade precisa discutir a segurança pública para que possam ser encontradas soluções conjuntas para melhorar o sistema brasileiro.

“Temos empecilhos corporativos que não deixam as mudanças acontecerem. Assistimos a implementação de vários planos nacionais, mas não vemos políticas públicas que ultrapassem quatro anos de governo. As soluções apresentadas aqui são opções baratas e que podem ser implementadas pelos governos e dar resultados efetivos. Nós, como brasileiros, temos que nos empenhar para que essas mudanças aconteçam”, reforçou.

Em sua fala, Roberto Antônio Darós Malaquias abordou a necessidade urgente de mudanças no modelo de segurança pública. “Temos um sistema falido, uma estrutura corporativa deficiente e um modelo de investigação criminal ultrapassado. Como resultado, tivemos 62 mil homicídios em 2016 e 437 policiais assassinados. É preciso encontrar soluções que reduzam e controlem a criminalidade”.

O palestrante ainda pontuou que o orçamento da segurança pública no país é mínimo.

“Em 2016, foram gastos R$ 372 bilhões em recursos públicos e privados nesta área, sendo que R$ 267 bilhões foram investidos pela segurança privada. Isso significa um gasto público de R$ 1.810,00 por pessoa ao ano, o que dá um valor ínfimo de R$ 150 por mês. Isso nos mostra que estamos a anos luz do orçamento necessário para a segurança pública no Brasil. E precisamos entender que, junto com saúde e educação, segurança é um dos pilares do desenvolvimento do país. Não adianta termos um sem o outro”, frisou Darós.

Finalizando sua apresentação, Darós reafirmou que é preciso uma reestruturação no sistema.

“Precisamos de um novo modelo de investigação criminal, que englobe, entre outras coisas, boa técnica, gestão da investigação e a busca da verdade. É preciso que a área criminal atue baseada em celeridade, eficiência e garantia dos direitos individuais e processuais”.

O presidente do Sinpef-ES, Marcus Firme dos Reis, comemorou a participação da sociedade e de autoridades no evento, reforçando que este debate é essencial para que as mudanças ocorram. “Só é possível alcançar melhorias quando discutimos o assunto e buscamos, conjuntamente, soluções. Eventos como este são um passo importante para a melhoria da segurança pública em nosso Estado e no Brasil”.

No encerramento do Congresso, Roberto Antônio Darós Malaquias realizou o lançamento de seu livro, “Segurança Pública: O Novo Pacto Reformista da Sociedade Brasileira na Estruturação da Defesa Social”, da editora Juruá. A obra foi o resultado da experiência de Darós na docência jurídica e na atividade policial, e propõe soluções para romper com as práticas atuais de Gestão Pública, que se encontram ultrapassadas e contribuem para a ineficiência do modelo de segurança.

Advogado criminalista lança livro convidando a sociedade para o novo pacto reformista da Segurança Pública

Advogado criminalista, professor e mestre Direito Processual Penal e agente de Polícia Federal aposentado  Roberto Darós, lançou seu livro “Segurança Pública: O Novo Pacto Reformista da Sociedade Brasileira na Estruturação da Defesa Social”, da editora Juruá, na noite de quinta-feira (10/11), na Ufes.

A publicação analisa as falhas estruturais dessa mencionada área com a constatação da completa falência do sistema atual, considerado ineficiente e ultrapassado, trazendo uma nova visão de defesa social e rompendo com a tradicionalíssima prática de gestão pública ortodoxa por intermédio da repressão insana à criminalidade, gerando supressão dos direitos individuais, das garantias processuais e da fragilização da dignidade humana.

O autor leciona também sobre a investigação criminal preliminar e sua repercussão na produção e constituição da prova, tendo como fundamentação o estudo das teorias clássicas da verdade somando-se ao raciocínio das principais teorias a imputação objetiva.

O livro faz um estudo detalhado sobre gestão da investigação criminal e o fenômeno processual, afirmando que as corporações policiais devem seguir “padrões de ação” definidos pela sociedade, apresentando soluções práticas para a política de segurança pública e a delimitação restritiva da segurança privada, criando estrutura para um novo pacto social rerformista da sociedade brasileira.

O professor e mestre Roberto Antônio Darós Malaquias é advogado criminalista, Mestre em Direito Processual Penal, Especialista em Direito Constitucional pela Universidade Federal do Espírito Santo, Professor, Pesquisador, Escritor e Consultor Jurídico, tendo atuado durante 30 anos como policial federal e conquistado sua merecida aposentadoria especial voluntária em 09/04/2013, encerrando a carreira policial com a conclusão do primeiro curso de pós-graduação gerenciado pela Coordenação de Altos Estudos em Segurança Pública da Escola Superior de Polícia na Academia Nacional de Polícia - ESP/ANP/DPF, em que recebeu o título de Especialista em Ciência Policial e Investigação Criminal.

Foi o idealizador e o coordenador do Plano de Informatização da Superintendência Regional da Polícia Federal no Espírito Santo, ocasião em que fundou o primeiro Núcleo de Informática da instituição, no ano de 1987, somando-se aos pioneiros da área de tecnologia da informação na PF.

(Fonte: SINPEF/EES)


FAMÍLIA DA VÍTIMA, SEBASTIÃO CARLOS DE OLIVEIRA FILHO, ESPERA POR JUSTIÇA: Ex-vereador acusado de mandar matar empresário começa a ser julgado na segunda-feira em Vila Velha

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O empresário e ex-vereador José Jardel Astolpho (foto) vai sentar no banco dos réus a partir das 9 horas de segunda-feira (13/11) para ser julgado pela acusação de se um dos mandantes do assassinato de seu sócio, Sebastião Carlos de Oliveira Filho. Embora o crime tenha ocorrido há nove anos em Mimoso do Sul, o julgamento vai ser no Fórum de Vila Velha, no bairro Boa Vista.

O júri foi desaforado para a Grande Vitória a pedido da família do empresário Sebastião de Oliveira e do Ministério Público do Estado do Espírito Santo porque o réu é  pessoa influente em Mimoso do sul e poderia pressionar os jurados.

José Jardel Astolpho foi denunciado como mandante junto com um de seus ex-empregado Roney Ferreira, que hoje é sócio de Jardel em um posto de gasolina de Mimosos do Sul. Roney, no entanto, recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para não ser julgado. O recurso ainda está sendo analisado.

Já o empresário José Jardel perdeu em todas as instâncias e vai ter que enfrentar o Conselho do Júri Popular, que na segunda-feira será presidido pela juíza Ana Meliá. Os executores e intermediários do assassinato já foram julgados, condenados e se encontram presos.

O empresário Sebastião Carlos de Oliveira Filho (foto) foi assassinado no dia 16 de julho de 2008, no centro de Mimoso do Sul. De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, José Jardel Astolpho e Roney teriam contratado o policial militar Edilson, mediante quantia não identificada, para assassinar o empresário.

Por sua vez, Edilson contatou o policial civil Sebastião Almeida, que era lotado na Delegacia de Mimoso do Sul, “e, juntamente com Carlos Henrique Horário, vulgo ‘Kim’, orquestraram a morte da vítima, planejando a forma, o local, os meios de execução e os efetivos executores”.

Segundo narra a denúncia, o crime teria sido motivado por uma dívida existente entre o então vereador José Jardel e o empresário Sebastião, “referente ao período em que eram sócios no posto de gasolina Petro Mimoso, referente a um contrato de fornecimento de combustível com a Prefeitura Municipal, no montante de R$ 260.000,00, sendo que a vítima descobriu que a prefeitura já havia pago quase toda a dívida, em um total de R$ 205.000,00 e os denunciados RONEY e JOSÉ JARDEL nada passaram para a vítima”.

Segundo o MPES, Roney começou a trabalhar no Posto de Gasolina como frentista e, devido a um vínculo de amizade com Jardel, acabou tornando-se sócio proprietário do posto, sendo ele a pessoa responsável pelo recebimento dos valores pagos pelo Município.

Outro motivo exposto no aditamento à denúncia foi o fato de que a vítima havia vendido a sua parte na sociedade para a pessoa de Galeno Arrabal Fernandes Guarçoni. Entretanto, como este não estava cumprindo com suas obrigações, Sebastião “estaria demonstrando o desejo de reaver a sua parte no capital social do Posto, o que não interessaria ao denunciado Jardel, ante o problema de relacionamento dele com a vítima e a ameaça desta de denunciar um suposto esquema de fraude na venda de combustíveis adulterados e de origem ilícita”.

Para o Ministério Público, o terceiro motivo para o assassinato do empresário Sebastião foi o fato da vítima ter descoberto que o denunciado Jardel teria um relacionamento extraconjugal.

Família da vítima espera por Justiça: "Vi meu herói morrer", diz filha

A mulher de Sebastião Carlos de Oliveira Filho, assassinado a tiros em um crime demando, Hélia Salvador e a filha Myrella Salvador Perciano de Oliveira, que na época tinha 10 anos de idade, estavam em casa quando o empresário foi executado.

“Estava no quarto. Ouvi todo o barulho e vi meu pai morrendo. Vi meu herói morrer. Isso me marcou para o resto da vida, pois era muito apegada a ele. Minha irmã mora em Vitória e eu continuo aqui, morando na mesma casa. As pessoas dizem que vivo muito no passado, mas é muito triste. Ele me faz muita falta”, disse Myrella.

Segundo ela, o omento é de Justiça. “Foram nove anos muito difíceis para nossa família. Este momento está sendo de alívio, pois o júri foi marcado outras vezes e era adiado. Queremos mostrar quem tirou a vida de meu pai. Sei que se for preso ou não, não vai trazê-lo de volta, mas queremos Justiça”, diz emocionada a filha mais nova de Sebastião, Myrella Salvador Perciano.

EUGÊNIO RICAS CONFIRMA NOTÍCIA DIVULGADA EM PRIMEIRA MÃO PELO BLOG DO ELIMAR CÔRTES E FALA DE SEUS PLANOS COMO DIRETOR DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADO DA POLÍCIA FEDERAL: “Vamos continuar a intensificar e a incrementar as operações contra a corrupção”

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O futuro diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Eugênio Coutinho Ricas, assegurou ao Blog do Elimar Côrtes na tarde deste domingo (12/11) que um dos objetivos de sua missão à frente do órgão vai ser o de intensificar os trabalhos da Força Tarefa responsável pela Operação Lava Jato, assim  como intensificar e incrementar outras operações de combate a corrupção. Atualmente, Eugênio Ricas exerce o cargo de secretário de Estado de Controle e Transparência do Espírito Santo nesta segunda-feira (13/11).


"Vamos continuar a intensificar e a incrementar não só a Lava Jato, mas também outras operações de combate à corrupção no País", assegurou Eugênio Ricas.

Conforme o Blog do Elimar Côrtes noticiou em primeira mão em postagem feita às 9h46 da última quinta-feira (09/11), Eugênio Ricas foi convidado pelo novo diretor-geral da Polícia Federal, delegado Fernando Queiroz Segóvia Oliveira, para o cargo de diretor de Combate ao Crime Organizado.

Somente no início da noite do mesmo dia é que outros veículos de comunicação do País – como O Globo – divulgaram o fato. E somente no dia seguinte (10/09) os jornais A Tribuna e A Gazeta, do Espírito Santo, publicaram a notícia.

Na mesma postagem, o Blog do Elimar Côrtes deu outro furo nacional, ao informar os nomes de outros dois futuros membros da equipe do diretor Segóvia: os delegados federais Sandro Torres Avelar, para a Diretoria Executiva, e Cláudio Ferreira Gomes, para a Diretoria de Inteligência. Neste domingo, Eugênio Ricas confirmou a informação dada com exclusividade pelo Blog do Elimar Côrtes (sobre o convite feito pelo diretor Fernando Segóvia),além de revelar ter aceitado o convite:

“Nosso objetivo é intensificar ainda mais os trabalhos da Lava Jato e intensificar ainda mais outras operações de combate à corrupção”, afirmou Eugênio Ricas. Segundo ele, a Polícia Federal tem um papel primordial na investigação e solução de crimes:

“A Polícia Federal não pode parar. A Polícia Federal tem papel fundamental neste momento que o País vive e nós vamos continuar incrementando esse trabalho”, assegurou.

O novo diretor-geral da PGF, Fernando Segóvia, estará em Vitória nesta segunda-feira para uma reunião com Eugênio Ricas e também para sacramentar o convite. A expectativa é que Eugênio Ricas faça sua despedida da Secont nesta segunda-feira.

Na agenda do diretor Fernando Segóvia está também um encontro com o governador Paulo Hartung, além de uma visita à Superintendência Regional da Polícia Federal.

A expectativa é que Eugênio Ricas seja substituído pelo seu subsecretário de Estado de Integridade Governamental e Empresarial, Leandro Piquet, que é delegado de Polícia Civil. No entanto, conforme disse Eugênio Ricas, o governador Paulo Hartung ainda não definiu nenhum nome para a Secont.

Saiba Mais

Eugênio Coutinho Ricas graduou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Belo Horizonte/MG em 1999. Foi delegado de Polícia no Estado do Mato Grosso de 2002 a 2003, onde atuou no Grupo de Combate ao Crime Organizado. Em 2003 tomou posse como Delegado de Polícia Federal, tendo sido lotado nas cidades de Ilhéus, Vila Velha (onde atuou de 2003 a 2009), São Luis/MA e Belo Horizonte/MG.

É pós-graduado em Ciências Criminais pela Universidade do Amazonas e em Inteligência de Segurança Pública pela Universidade de Vila Velha. Em 2012, foi o único brasileiro, dentre mais de 260 chefes de polícia de todo o mundo, a cursar a sessão número 251 da National Academy do FBI, em Quantico, Virgínia, Estados Unidos, onde pós-graduou-se com nota máxima nas matérias Ética, Liderança e Tomada de Decisões, Inteligência e Contra-Inteligência, Estratégias de Combate e prevenção às Drogas, Terrorismo e Contra-Terrorismo e Técnicas de Interrogatório e Entrevistas.

É tutor da cadeira Ética na Atividade Policial da Academia Nacional de Polícia do Departamento de Polícia Federal em Brasília/DF e mestrando em Gestão Pública pela Universidade Federal do Espírito Santo.

PELO MENOS 46 DELEGADOS VÃO SE APOSENTAR EM BREVE NO ESPÍRITO SANTO: Em vez de gastar tempo com a preparação de novo concurso para Delegados de Polícia, governo deveria nomear os candidatos que estão no cadastro de reserva

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Recentemente, o Governo do Estado, através do secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, André Garcia, noticiou a abertura de concurso público para a Polícia Militar. Nos bastidores, há uma expectativa para que haja também concurso para diversos cargos na Polícia Civil, inclusive, para o Delegado de Polícia face à necessidade de prover 59 cargos vagos decorrentes de aposentadoria, exonerações e outros motivos, criados por lei com o fim de adequar ao avanço populacional.


O Diário Oficial do Estado em sua edição de 8 de novembro deste ano publica o Chamamento Público número 79795056, assinado pelo Chefe do Departamento de Administração Geral da PCES, delegado Heli Schimittel, em que a instituição informa ter iniciado processo com o objetivo de contratar empresa especializada no serviço de planejamento, elaboração e execução de processo seletivo de pessoal, através de concurso público.

Contudo, vale ressaltar, que há um concurso público para delegados de Polícia Civil no Estado do Espírito Santo em andamento, ocorrido no ano de 2013 – que vence no dia 4 de abril de 2018 –, em que há 45 candidatos no cadastro de reserva  aguardando ato de nomeação. Concurso que foi aberto no governo de Renato Casagrande, diga-se de passagem,  último da Polícia Civil.

Desta forma, não há necessidade alguma na realização de um novo certame para delegados, porque há um grande cadastro de candidatos aptos a entrarem em exercício. Um novo concurso demora, em média, um ano e meio. Isso sem considerar a Lei Complementar 844/2016, que modificou os critérios de ingresso na carreira, inseriu novas etapas, tais como de prova oral e prova de título.

Assim, um novo concurso traria efetivo prejuízo para a população capixaba, tendo em vista o lapso temporal entre a realização e a homologação. Assim,  seria mais eficiente nomear os candidatos do cadastro a realizar novo certame.

A enorme necessidade não é novidade para o Governo, eis que o Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Estado do Espírito Santo (Sindipol/ES) e a própria Chefia de Polícia já vêm alertando sobre a crise no efetivo da Polícia Civil, apontando o acúmulo indevido de diversas Delegacias por Delegados de Polícia, bem como a inviabilidade de manutenção de Delegacias em certos Municípios por total falta de profissionais.

Em razão disto, diversas ações têm sido manejadas pelo Ministério Público do Estado com o fim de garantir o Direito Constitucional de Segurança Pública, exigindo a inauguração de Delegacias e o restabelecimento de plantões, como é o caso dos Municípios de Alegre (Processo nº 0002590-86.2016.8.08.0002), São Domingos do Norte (Processo 0000179-79.2014.8.08.0054), Nova Venécia (Processo 0005281-28.2017.8.08.0038) e Iúna (Processo 0001904-84.2014.8.08.0028).

Assim, a Polícia Civil do Estado do Espírito Santo possui a carência de 63 delegados (não se contabilizando o número necessário para cumprimento da Lei Complementar n.º 756/2013), o que pode se agravar, porque 46 delegados de Polícia estão aptos a se aposentar imediatamente, segundo Portal da Transparência do Espírito Santo.

O concurso ainda em vigor, além de já contar com profissionais habilitados que podem imediatamente sanar o problema do efetivo de Delegados de Polícia, também consta como cláusula expressa o aproveitamento do cadastro de profissionais para as vagas que surgirem ao longo da validade do concurso, o que vincula o Governo do Estado a nomeá-los.

Ocorre que o Governo Estado, ao que parece, se esqueceu do mencionado certame e vem, desnecessariamente e ao arrepio da lei, informando e se articulando para realizar um novo concurso público para o referido cargo, tendo, inclusive, através da Chefia de Polícia, no dia 8 de novembro de 2017, feito "Chamamento Público" com o fim de contratar a banca realizadora do concurso.

Deste modo, faz-se necessária a imediata nomeação dos aprovados para o cargo de Delegado de Polícia do último concurso da Polícia Civil do Espírito Santo, sob pena do agravamento da situação do efetivo e como medida de mais lídima justiça.

Entidades de classe dos policiais civis e militares se reúnem para discutir novos rumos para a segurança pública capixaba

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Representantes do Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Estado do Espírito Santo (Sindipol/ES), da Aspomires e da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros (ACS/ES) se reuniram nesta segunda-feira (13/11) para discutir medidas necessárias de valorização e investimentos para a reestruturação do Sistema de Segurança Pública capixaba.

A reunião com os representantes dos policiais civis e militares capixabas aconteceu na sede da Associação dos Militares da Reserva, Reformados, da Ativa da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e Pensionistas de Militares do Estado do Espírito Santo (Aspomires), em Bento Ferreira. O encontro foi para unir e integrar as forças de segurança na luta por uma política de Estado estruturante, visando alcançar a eficiência dos serviços prestados à sociedade.

Além das entidades representantes das forças de segurança, também participou da reunião, como representante da sociedade civil organizada, o coordenador geral do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), Jânio Araújo, que é advogado e policial civil aposentado.

As quatro organizações representativas entendem que o sistema de segurança pública capixaba vivencia uma crise sem precedentes, reflexo de políticas de governos meramente paliativas que não reconhecem a importância do serviço prestado pelas instituições, dado a falta de investimentos e a não valorização dos profissionais que estão desempenhando suas atividades sem condições mínimas de trabalho, em flagrante atentado a dignidade da pessoa humana.

“A proposta é realizar novas reuniões e convidar outras entidades que representam todos os segmentos profissionais da segurança pública, para discutir o caos instalado no Espírito Santo e definir diretrizes e ações que possibilitem traçar soluções a curto, médio e longo prazo”, afirmou o presidente do Sindipol, Jorge Emílio Leal.

Esse foi apenas o primeiro passo para melhorar as políticas públicas que envolvem a segurança como uma atividade essencial de estado. As entidades entendem que segurança pública é dever do Estado, que deve garantir ao cidadão o direito de ir e vir e a liberdade como princípio constitucional que deve ser cumprido e respeitado por governos que deveriam estar trabalhando a serviço da população em defesa da vida.

Presente à reunião, como representante da Aspomires, o ex-comandante-geral da PM, coronel da Reserva Edmilson dos Santos, a falta de uma política de Estado, que vise resolver os gargalos da segurança pública, acabou obrigando as entidades de classe a se unir para defender os interesses das categorias e da sociedade capixabas:

“Durante esses últimos anos verificamos que as ações de governo não são elaboradas com o objetivo de solucionar a questão de segurança pública, tanto no âmbito das instituições ligadas a tal mister, no que se refere à valorização profissional em todos os seus aspectos, como também a proporcionar à população capixaba um serviço mais estruturado e maior integração dos órgãos ligados a segurança da população (municipal, estadual e federal). Por isso, pensando em todas as categorias e, principalmente, na população, estamos unindo forças e conhecimento profissional, a fim de traçar rumos que se identificam com nossa realidade e a necessidade da população”.

Além de Jorge Emílio, o coronel Edmilson e Jânio Jacinto, participaram da reunião o presidente da ACS/ES, sargento Renato Martins Conceição; o diretor Financeiro do Sindipol, Aloísio Fajardo; e o capitão BM da Reserva Vitorino.

“Não vamos ficar somente nessa reunião. Vamos promover outros encontros. E, o mais importante, é que já convidamos também outras lideranças dos policiais militares, federais e rodoviários federais, inspetores penitenciários e agentes do sistema sócio educativo para as próximas reuniões. Vamos juntar as nossas forças por um Espírito Santo melhor, por uma segurança pública de qualidade e não feita no improviso, e com os profissionais valorizados”, pontuou Jorge Emílio.

EUGÊNIO RICAS ESTAVA DESDE 2013 NO ESPÍRITO SANTO A PEDIDO DO EX-GOVERNADOR CASAGRANDE: Fenapef elogia ida de Ricas para a Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal

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O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio Boudens, elogiou a escolha do secretário de Estado de Controle e Transparência do Espírito Santo, Eugênio Ricas, para ocupar a Diretoria  de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor) da Polícia Federal, divisão responsável por comandar as operações criminais da corporação, incluindo a Lava Jato.

Para ele, a indicação de Ricas indica que o novo diretor-geral da PF, delegado Fernando  Segóvia, vai compor uma diretoria de “perfil mais operacional e voltada para a aplicação de políticas públicas” no âmbito da Polícia Federal.

“O diretor-geral tem optado por pessoas que já ocuparam cargos públicos fora da PF, em diferentes governos, caso, por exemplo, do delegado federal e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal [2011/2014], Sandro Avelar, cotado para a Secretaria-Executiva da corporação, segundo cargo mais importante da corporação”, afirmou Boudens.

Para o presidente da Fenapef, que já trabalhou próximo ao delegado federal Eugênio  Ricas em Minas Gerais, o secretário vinha fazendo um bom trabalho à frente da secretaria capixaba de Controle e Transparência – fato que, além da experiência anterior como homem de confiança de Segóvia, considera ter contado para que fosse lembrado para compor o chamado núcleo da PF.

“Além disso, o Ricas é um nome integrado [aceito] a todas as carreiras da corporação. E o diretor-geral (Fernando Segóvia) parece primar por pessoas que têm mais acesso às diversas categorias e setores, pessoas que já tiveram experiência em gestão pública, que já atuaram em órgãos de estado ligados à segurança pública”, finalizou Boudens.

ADPF parabeniza novo -diretor geral pela escolha da equipe

Nesta terça-feira (14/11), a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) divulgou nota em que parabeniza o novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, pela escolha dos delegados federais Sandro Avelar, Eugênio Ricas e Cláudio Gomes para ocupar os principais postos de direção da instituição.
 
“Os Delegados de Policia Federal, representados pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), cumprimentam e parabenizam o Diretor-Geral da Polícia Federal, Dr. Fernando Segóvia, pela escolha dos Delegados Federais Sandro Avelar, Eugenio Riccas e Cláudio Gomes para ocupar os principais postos de direção da instituição.

Os indicados são Delegados Federais experientes, com destacadas e prestigiadas carreiras na Polícia Federal e contam com a confiança de seus pares.

As escolhas do Delegado Federal Sandro Avelar, para vice-diretor, do Delegado Federal Eugênio Riccas para diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado e do Delegado Federal Cláudio Gomes para comandar a diretoria de Inteligência, reafirmam  o compromisso da instituição Polícia Federal com o enfrentamento do crime organizado e do combate à corrupção”.

Na segunda-feira (13/11), em Vitória, o novo diretor-geral da Polícia Federal,  Fernando Segóvia, oficializou o convite para Eugênio Ricas assumir a Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor). Nomeado pelo presidente Michel Temer na semana passada, Segóvia deve assumir oficialmente nos próximos dias, mas, desde a semana passada, ele vem participando de reuniões para compor sua futura equipe.

Já Eugênio Ricas substituirá Maurício Leite Valeixo na Dicor. Além de investigações criminais contra a ordem econômica e o sistema financeiro nacional, ele responderá também pela apuração de crimes contra o meio ambiente, patrimônio histórico, direitos humanos, comunidades indígenas e contra a ordem política e social. Também estarão sob sua responsabilidade a coordenação das ações de combate ao tráfico de drogas e armas; o contrabando e a lavagem de ativos.

“Será a mais desafiadora missão da minha vida”, disse Ricas durante entrevista à imprensa. “Amo o trabalho que está sendo desenvolvido na Secretaria de Controle e Transparência, já que acredito que a prevenção é a solução para muitos problemas, inclusive para evitar a corrupção, mas acho que chegou o momento de trabalhar em outra área. Todos sabemos o momento que o país vive, um momento no qual a PF tem atuado muito. Será um desafio fazer com que ela continue atuando, de forma responsável, e ampliar as ações de combate não só à corrupção, mas também ao tráfico de drogas e armas”, disse Ricas.

Segóvia e Ricas trabalharam juntos entre 2009 e 2011, quando o primeiro era superintendente Regional da PF no Maranhão e Ricas seu auxiliar direto. Mineiro, formado em Direito e pós-graduado em Ciências Criminais e em Inteligência de Segurança Pública, Eugênio Ricas é delegado federal de carreira, já tendo atuado também em Mato Grosso, Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. Ele foi também secretária de Justiça do Espírito Santo – no governo Renato Casagrande – antes de assumir a Secretaria de Controle e Transparência.

Durante a entrevista, o diretor-geral da PF comentou que a escolha de Ricas foi bem recebida entre os servidores da corporação. “É um novo momento da administração e sei da grandiosidade do trabalho a ser feito. E o doutor Eugênio tem todas as condições necessárias para assumir este cargo e conduzir todas as investigações de grande prioridade para o país, como a Lava Jato e outras de combate à corrupção”.

Hartung fala em liberar Ricas, mas o delegado federal é que foi liberado para ajudar o Espírito Santo a pedido do ex-governador Casagrande

Com fisionomia bastante (embora humorado na coletiva), o governador Paulo Hartung destacou que, durante a reunião, além da “liberação” do secretário Eugênio Ricas para retornar ao quadro da Polícia Federal, foram discutidas políticas públicas permanentes para realização de ações integradas entre os Estados e a União.

Na verdade, o governador Hartung não está liberando ninguém, pois Ricas é delegado federal de carreira. Ele, na verdade, é que foi liberado para o Estado do Espírito Santo desde 2013 a pedido do então governador Renato Casagrande (PSB) para ser subsecretário da Justiça, na gestão de Sérgio Pereira Alves, e posteriormente acabou assumindo a titularidade da Pasta com a saída do primeiro, que é promotor de Justiça.

“É importante essa aproximação da Polícia Federal com as forças de segurança do Espírito Santo. A atuação do Eugênio é exemplo deste diálogo. Estamos liberando nosso secretário para que ele assuma essa importante missão para o País. O sentimento é o mesmo quando o ministro da Fazenda precisou da nossa secretária da Fazenda, Ana Paula Vescovi, e o ministro dos transportes precisou nosso diretor do DER, Halpher Luiggi. O sentimento é de auxiliar. Eugênio Ricas teve uma passagem exemplar pelo Estado e, agora, vai assumir uma missão para o País”, destacou Hartung.

Segóvia agradeceu ao governador por “liberar” o secretário para participar desse novo momento na administração da Polícia Federal.

“Sei da grandiosidade do trabalho que terá de ser feito e tenho certeza que o doutor Eugênio será fundamental para a segurança pública desse País. Ele sabe que tem todas as condições para assumir esse cargo. Tem preparo técnico e formação moral, porque vai conduzir todas as investigações de grande prioridade no País: combate à corrupção, a questão da Lava Jato e tantas outras operações importantes para a população brasileira no combate à corrupção. Ele será um pilar fundamental na nova administração”, afirmou Segóvia.

O diretor-geral da PF acrescentou que a aprovação do nome de Ricas foi unânime na Polícia Federal, de Norte a Sul. “Tenho certeza que tomamos o caminho certo e será muito bom para o País.”

(Com informações também dos portais Secom/ES e Agência Brasil) 

VEJA AQUI A LISTA DOS CONTEMPLADOS: Unidades Judiciárias, Magistrados e Servidores do Judiciário capixaba recebem o “Mérito Jurisdicional Desembargador William Couto Gonçalves”

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Por meio do Ato número 413/2017, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, desembargador Annibal de Rezende Lima, publicou a lista das Unidades Judiciárias, Magistrados e Servidores agraciados com a premiação anual de reconhecimento de produtividade e de boa gestão judicial intitulada “Mérito Jurisdicional Desembargador William Couto Gonçalves”, referente ao ano de 2016.

Ao todo, são 46 Unidades Judiciárias contempladas com o Mérito Jurisdicional. A relação das unidades e os nomes dos magistrados e dos servidores contemplados com o “Mérito Jurisdicional Desembargador William Couto Gonçalves” estão publicados na edição desta terça-feira (14/11) do Diário de Justiça do Estado. Clique aqui para ver os contemplados.

O prêmio é dado às Unidades que cumprem as metas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Meta 1: julgar mais processos que distribuídos; Meta 2: julgar processos mais antigos; Meta 4: priorizar julgamentos relativos à corrupção; Meta 6: processos de improbidade.

Na Comarca de Vitória, uma das unidades contempladas é a Vara da Auditoria de Justiça Militar, que tem como titular o juiz de Direito Getúlio Marcos Pereira Neves. Somente neste de 2017, a unidade já cumpriu 288,9% da Meta 1; 116,60% da Meta 2; e 143% da Meta 4.  A Auditoria Militar não está na Meta 6 por não receber processos de improbidade administrativa.

Na última inspeção, em agosto de 2017, havia na Vara da Auditoria da Justiça Militar 1.040 feitos em andamento, contando com os Inquéritos Policiais Militares já distribuídos para a Unidade e registrados:

“Para nós é uma notícia gratificante, porque em virtude de Resolução do CNJ tivemos a nossa equipe de trabalho, em que anteriormente havia policiais militares, totalmente reformulada no segundo semestre de 2015. Como o funcionamento da Auditoria Militar e a tramitação de processos são diferentes da Justiça Comum, o resultado demonstra o esforço do pessoal da Justiça que veio trabalhar no Cartório para aprender e se adaptar ao nosso funcionamento, mantendo a eficiência na prestação jurisdicional”, comentou o juiz de Direito Getúlio Marcos Pereira Neves.



MARCOS PUGNAL, QUE JÁ FOI TENENTE DA POLÍCIA MILITAR, ASSUME O LUGAR DE EUGÊNIO RICAS: Delegado Federal é o novo xerife do combate à corrupção no governo do Espírito Santo

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O delegado de Polícia Federal Marcos Pugnal acaba de ser anunciado novo secretário de Estado de Controle e Transparência do Espírito Santo. Ele vai substituir o também delegado federal Eugênio Ricas, que vai assumir a chefia da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor) da Polícia Federal, divisão responsável por comandar as operações criminais da corporação, incluindo a Lava Jato.

O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira (15/11) pelo governador Paulo Hartung, ao lado do próprio Marcos Pugnal e de Eugênio Ricas. O novo secretário Marcos Pugnal é capitão da reformado da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo, de onde saiu para assumir o cargo de delegado federal,depois de ser aprovado em concurso público. Pugnal é da turma de Oficiais de 1998. Ao dar baixa, ele saiu como primeiro tenente da Polícia Militar. Hoje, os colegas de turma dele são majores, em sua maioria.

Marcos Pugnal foi também diretor da Regional/Espírito Santo da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF). Seu antecessor, Eugênio Ricas, ficou feliz com a escolha e postou o seguinte comentário em sua página no Facebook:

“Olá, amigos! O Governador Paulo Hartung acabou de anunciar o nome do novo Secretário de Controle e Transparência. O Dr. Marcos Pugnal é Delegado de Polícia Federal, capixaba, lotado na SR/ES. Tem as qualificações necessárias para o desempenho do cargo e entra completamente comprometido com a missão e com a equipe de auditores. O nome foi escolhido ontem no fim da tarde! Desejo muita sorte e sucesso ao novo Secretário da Secont e a todos os auditores do ES, que são os grandes responsáveis pelo sucesso do controle interno capixaba!”



Ministério Público Federal de Sergipe quer fim do monopólio na venda de armas no Brasil

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O Ministério Público Federal em Sergipe (MPF/SE) acionou a Justiça Federal contra a União e a empresa Forjas Taurus S.A. para a quebra do monopólio e retirada de obstáculos à importação de armamento e munições no Brasil. Na ação, o MPF também pede à Justiça que dez modelos de armas produzidos pela empresa sejam recolhidos para reparo, substituição ou indenização pelo valor pago, a critério do consumidor. Segundo investigação, a baixa qualidade das armas têm causado danos físicos e perdas de vidas humanas no Brasil.

Pela gravidade da questão, o MPF quer que as rés sejam condenadas a pagar indenização por dano moral coletivo em valor igual ou superior a R$ 40 milhões. Para o Ministério Público, a União instituiu um regime inconstitucional de proteção de mercado com a restrição à importação de armas que beneficiou a Taurus.

Dessa forma, foram violados a ordem econômica, os direitos do consumidor, a segurança pública e o patrimônio público.
A empresa nacional Forja Taurus é uma das três maiores fabricantes de armas leves do mundo. Exporta armas e acessórios para mais de 70 países, sendo a 4ª colocada em venda de armas nos Estados Unidos da América. No Brasil, controla 90% do mercado de armas curtas, graças à reserva de mercado instituída pelo Exército Brasileiro em seu favor.

Reserva de mercado

Regulamentação do Exército Brasileiro proíbe importação de armamentos quando existe similar no mercado nacional. Dessa forma, os órgãos de segurança pública de todo o País ficam impedidos de importar armamentos mais adequados e se tornam obrigados a adquirir armas de baixa qualidade que estão sendo produzidas no Brasil.

Para a procuradora da República Lívia Tinôco, “com a falta da livre concorrência, as empresas nacionais não são pressionadas a buscar melhorias em seus produtos, uma vez que, independentemente da qualidade, tem a garantia de reserva de mercado”.

Por isso, para o MPF, “o Exército não pode privilegiar um fabricante, ainda que nacional, em prejuízo da liberdade de mercado, sendo lícito apenas que discipline os calibres e tipos de armas autorizados, restritos ou proibidos, mas não influir na liberdade de uma empresa comercializá-las no País, sob a fragilíssima desculpa de existência de similar nacional.”

Danos ao erário

Para o Ministério Público Federal, o dano ao erário é imenso, uma vez que todos os órgãos de Segurança e Defesa e seus integrantes – Guardas Municipais, Policiais Estaduais, Polícias Federais e Forças Armadas – são obrigados a adquirir armas e munições de uma única empresa, com preços acima dos praticados por empresas que poderiam ser concorrentes.

A falta de concorrência pode gerar preços abusivos, por exemplo, “uma Taurus Model 840.40, SW 4”, no mercado americano custa menos de U$ 300, o que equivale a menos de mil reais. O mesmo modelo no Brasil é fornecido aos órgãos de Segurança por R$ 4.813,56, isso com isenção da quase totalidade de impostos e sem intermediação de lojistas.

Durante a investigação, o MPF recebeu informações, laudos e relatórios técnicos de diversos órgãos de segurança pública que apontam para a baixa qualidade de alguns modelos de armas da empresa Taurus. Segundo órgãos de Segurança e Defesa, há quantidade significativa de armas inutilizadas por estarem inservíveis em consequência de quebra ou dano por baixa qualidade ou defeito de fabricação.

Danos físicos e mortes

Também foram identificados diversos casos de falhas no disparo ou disparos acidentais em armas produzidas pela Taurus, que levaram a danos físicos e até a morte de pessoas. A quantidade de casos graves levou à criação de uma associação – Vítimas da Taurus – criada para externar a revolta de familiares e de pessoas diretamente atingidas em razão de funcionamento defeituoso das armas Taurus.

“Pelos defeitos de fabricação nas armas fornecidas aos Estados Unidos, a empresa fez acordo milionário reconhecendo o problema e indenizando os consumidores americanos. Na ação, o MPF busca reparar os danos que a empresa tem causado aos consumidores brasileiros em geral, aos policiais brasileiros em particular, e aos órgãos de segurança pública”, explica Lívia Tinôco.

Ao longo da investigação, o MPF do Sergipe  ouviu todas as Secretarias de Estado da Segurança Pública e Justiça/Defesa do Brasil. Dos 26 Estados mais o Distrito Federal, 19, ou seja, 70,3%, responderam que têm problemas com as armas da Taurus.

O MPF/SE também obteve informações técnicas de diversos órgãos policiais e se utilizou dos debates da audiência pública realizada na Câmara dos Deputados em agosto de 2016 sobre os defeitos apresentados nas armas fornecidas aos órgãos de Segurança Pública da União, Estados e DF.

O MPF/SE pediu, liminarmente, que a Justiça Federal proíba a empresa de comercializar no Brasil dez modelos de armas que têm apresentado defeitos recorrentes. Também que seja obrigada a fazer recall desses modelos para reparo, substituição e/ou indenização, conforme escolha do consumidor. O MPF quer que a União seja proibida de aplicar a restrição imposta pelo Exército Brasileiro (artigo 5º do R-105), que impede a importação de armas, sob o argumento de existência de similar no mercado nacional.

A Justiça Federal deferiu parcialmente o pedido liminar do MPF e determinou que a empresa Taurus apresente, no prazo de 90 dias, plano detalhado de recall dos dez modelos de armas defeituosas. Os demais pedidos foram negados. Por isso, o MPF/SE recorreu ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região e aguarda julgamento do desembargador federal Lázaro Guimarães.

Pedido principal

No pedido principal, o Ministério Público Federal quer a modificação do teor do R-105 ou edição de novo regulamento substitutivo que não crie regime de monopólio na venda de armamentos ou munições no Brasil, com privilégios e proteções a empresas nacionais em prejuízo à livre concorrência.

Também quer que a empresa Taurus seja impedida de comercializar no Brasil os dez modelos de armas que tem apresentado defeitos recorrentes, a menos que comprove solução dos problemas existentes.

O MPF/SE requer, ainda, que a Taurus seja condenada a realizar recall e a pagar indenização pelos danos morais coletivos praticados contra os consumidores, os policiais brasileiros e a sociedade em geral.

Confira os dez modelos de armas produzidas pela Tauros que, segundo investigação do MPF/SE, apresentam defeitos com frequência:

- pistolas modelo 24/7 PRO TATICAL PRO LS DS, no calibre .40;
- pistolas modelo PT 840, calibre .40;
- pistola modelo PT 740, calibre .40
- pistolas modelo PT 100 calibre .40;
- pistolas modelo AF calibre .40;
- pistolas modelo PT 640 calibre .40;
- pistolas PT 100 Plus, calibre .40;
- carabinas modelo CT 30 calibre .30;
- carabinas modelo CT 40, calibre .40 e
- submetralhadoras MT calibre .40

(Fonte: Portal do MPF/Sergipe)

“AGORA PODEREI APRESENTAR À SOCIEDADE UM POUCO MAIS DO QUE OCORRE DENTRO DA CASERNA”, PROMETE SOLDADO MAXSON: Presidente da Associação Geral dos Militares capixabas é expulso da PM

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O Comando-Geral da Polícia Militar expulsou da corporação o presidente da Associação Geral dos Militares do Espírito Santo (AGEM-PMBM), soldado Maxson Luiz da Conceição, pela acusação de liderar o movimento de aquartelamento, no mês de fevereiro deste ano. O ato da exclusão do soldado Maxson está publicado no Boletim Geral da PM número 051 desta quinta-feira (16/11).

Maxson se torna o primeiro presidente de uma entidade de classe da PM capixaba a ser expulso depois de Dejair Camata, o Cabo Camata. Ele foi expulso pelo então governador Max Mauro, em 1987,quando presidia a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo (ACS/ES).

Em sua página no Facebook, o líder classista Maxson comentou a sua expulsão.  O soldado Maxson salienta que “licença foi dada para uma nova, e breve, caminhada. Não digo até breve, pois afinal não saio do meio, pelo contrário, agora com Liberdade de Expressão, poderei apresentar à sociedade um pouco mais do que ocorre dentro da caserna, apresentar como o Comando da PM trabalha em prol de seus comandados e de seu cliente, a sociedade capixaba, assim como o Exmo Secretário de Segurança Pública e seu chefe supremo Governador do Espírito Santo”.

O Processo Administrativo Disciplinar de Rito Ordinário (PAD-RO) que concluiu pela expulsão de Maxson  foi instaurado pelo comandante-geral da PM, coronel Nylton Rodrigues,  por meio da Portaria nº 061/2017 - C/3-Corregedoria, de 10.05.2017, tendo como Encarregado o major Maxwel Rezende Damaceno.  O PAD destinou-se a julgar a conduta do militar estadual soldado Maxson, “visto que apresentou conduta que afetou gravemente o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe”.

Transcrição da Portaria nº 061/2017 - C/3:

“Em razão de haver indícios de prática de transgressão da disciplina na conduta do Militar Estadual SD QPMP-C MAXSON LUIZ DA CONCEIÇÃO, visto que apresentou conduta que afetou gravemente o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe, visto que incitou policiais militares ao aquartelamento por meio de vídeos e postagens em redes sociais, bem como, promovendo direta e indiretamente assessoramentos jurídicos, utilizando-se do advogado da Associação Geral dos Militares do Espírito Santo (AGEM), o Sr. JEFFERSON BREGONCI NUNES para instruir e incitar os paredistas em seus intuitos.

Registre-se que o acusado é presidente da mencionada associação, cujo advogado se fez presente em locais onde ocorreram reuniões conciliadoras entre os líderes do aludido movimento paredista com representantes do Governo do Estado.

Corroborando tal afirmação, o Sd Nero Walker postou vídeo no qual afirma: ‘Vocês acham que ninguém ia preceber o esquema? Que ninguém ia perceceber a palhaçada? Ninguém ia preceber que o advogado que tá atrás delas pra cima e pra baixo, fazendo..., falando no ouvido delas é da AGEM? Ah me ajuda neh guerreiro!’.

Há também diálogos de interceptação telefônica que somam-se aos indícios de participação da AGEM no movimento paredista.

Consta nos autos do IPM cuja cópia digitalizada encontra-se apensada em mídia de DVD que, durante a crise de segurança pública no Estado, o policial em epígrafe, desde o início do movimento paredista, postou em sua rede social várias informações sobre o mencionado movimento.

Apurou-se que tais publicações tinham o claro intuito de incitar a paralisação. Além disso, provas testemunhais apontam que o militar acusado participou ativamente do movimento, sendo visto em diversas ocasiões nas reuniões entre o Governo e familiares de policiais.

Consta ainda que o acusado fez vídeos comentando a possibilidade de o movimento se espalhar para outros Estados. Em outro vídeo, o Sd Maxson faz referência a um possível acordo do Governo com associações e afirma ser contrário ao citado acordo. Todos esses vídeos circularam em redes sociais, estimulando e incitando a paralisação. Tais fatos, conforme conclusão do IPM em apenso, reforçam os indícios de que o militar acusado incitou e o movimento paredista e dificultou a negociação entre o Governo e os familiares de policiais, com a intenção de fortalecer a sua associação frente as demais associações de policiais militares.

Destarte, o SD QPMP-C MAXSON LUIZ DA CONCEIÇÃO infringiu, EM TESE, art.141, I, “b” (“Publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos, documentos ou assuntos militares que possam concorrer para o desprestígio da Corporação ou firam a disciplina ou a segurança”), e o art. 133, II, “q” (Ter conduta incompatível com os princípios da hierarquia, ética e valores militares), tudo na forma do art. 30, inciso I, alíneas “a”, “b”, “c” e “d”, todos os dispositivos do RDME”.

Manifestação do soldado Maxson sobre a sua expulsão:

“Licença foi dada para uma nova, e breve, caminhada. Não digo até breve, pois afinal não saio do meio, pelo contrário, agora com Liberdade de Expressão, poderei apresentar à sociedade um pouco mais do que ocorre dentro da caserna, apresentar como o Comando da PM trabalha em prol de seus comandados e de seu cliente, a sociedade capixaba, assim como o Exmo Secretário de Segurança Pública e seu chefe supremo Governador do Espírito Santo.

Tive a grata satisfação de conhecer milhares de militares que se dedicam a uma sociedade na qual poucos sabem de fato aconteceu que os militares são submetidos e o esforço que este fazem para poder prestar um serviço de excelência mesmo sem o devido suporte e o merecido reconhecimento.

Continua a disposição dos senhores e o desejo de defender esta classe na qual tenho não colegas de serviço, mas sim irmãos e irmãs que sei que estarão comigo em todos os momentos”.

Euclério Sampaio fala sobre o Projeto de Lei de sua autoria que vai proibir doutrinação de gêneros nas escolas públicas do Espírito Santo

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O deputado estadual Euclério Sampaio (PDT), que é advogado atuante e Investigador de Polícia Civil aposentado, apresentou na última terça-feira (14/11) Projeto de Lei que já começou a tramitar na Assembleia Legislativa (Ales). O projeto, caso seja aprovado, determina que  fica proibido, por qualquer meio, influenciar a sexualidade dos alunos, introduzir práticas sexuais ou praticar doutrinação sobre gêneros nas escolas públicas de nível infantil e fundamental do Estado do Espírito Santo.

Estabelece ainda que as atividades pedagógicas das unidades de ensino devem respeitar às convicções do aluno, de seus pais ou responsáveis, “tendo os valores de ordem familiar precedência sobre a educação escolar nos aspectos relacionados à educação sexual”. Segundo o parlamentar, o descumprimento da lei culminará nas sanções previstas na Lei Complementar  nº 46 de 31 de Janeiro de 1994, que é o Estatuto do Servidor Público Estadual.

Na justificativa do Projeto de Lei, o deputado Euclério Sampaio, que é um profundo estudioso da Constituição Federal, esclarece que a Carta Magna de 1988 confere ao tema em questão a competência concorrente entre a União, Estados e ao Distrito Federal, conferindo aos entes federativos a atribuição para estabelecer normas peculiares referente à gestão educacional, como preconiza o art. 24, inciso IX: Art. 24. O parlamentar deixa claro, portanto, quanto à competência do Legislativo em apresentar tal proposta.

Quanto ao mérito da proposta, Euclério Sampaio afirma: “Temos na proposta o anseio preponderante da população capixaba que recentemente tem presenciado com repulsa alguns acontecimentos inapropriados nas escolas de nível infantil e fundamental em todo território brasileiro, na qual envolvem crianças em atividades com conotação sexual com o pretexto de discutir a sexualidade e, por vezes, tais ações não respeitam a vontade dos pais e afrontam o poder da família em educar seus filhos de acordo com suas crenças, costumes e princípios”.

Além do Projeto de Lei, Euclério Sampaio protocolou uma Indicação Legislativa, sugerindo que o próprio governo do Estado transforme a proposta em lei, com a aprovação da Assembleia Legislativa:

“Acredito que, caso o projeto seja aprovado em Plenário, o governador Paulo Hartung vai sancionar. O governador sempre foi um defensor da família e dos bons costumes. Fiz a Indicação em caso de aparecer alguém e disser que cabe somente o Executivo propor projeto sobre esse tema”, disse Euclério Sampaio.

De acordo com o deputado, os  princípios morais que regem as entidades familiares devem ser preservados. “Cada crença, cultura ou costume devem ser respeitados, portanto, o Estado não deve interferir no processo educacional empregado por uma família caso não incorra em atos que viole a legislação vigente. Esta garantia é defendida pela Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) na qual o Brasil está inserido”.

O artigo 12 do Pacto de São José diz em seu item quatro: Liberdade de consciência e de religião: “Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito a que seus filhos ou pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja acorde com suas próprias convicções”.

Para Euclério, a  adesão do Brasil à convenção foi confirmada pelo Decreto Federal nº. 678 de 1992, submetendo ao cumprimento da norma todo território nacional. “Portanto, a doutrinação e a influencia na sexualidade não cabe ao Poder Público, ainda mais quando são utilizadas práticas questionáveis e que desrespeitam os princípios morais e religiosos de diversas pessoas”, pondera o deputado.

Ele cita também o Estatuto da Criança e do Adolescente, que, em seu inciso II, artigo 53: “A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes o  direito de ser respeitado por seus educadores”.

Ainda, confirmando a responsabilidade da família sob seus filhos, a Carta Magna concede aos pais o dever de assistir, criar e educar seus filhos menores, conforme reza o artigo:  Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

“Ocorre que tais práticas eivadas de contradições conceituais e sem fundamento técnico, como é o caso da ideologia de gênero, tem sido difundida nas instituições de ensino sem o devido embasamento legal, bem como, sem fundamento científico que justifique sua eficiência pedagógica no combate a discriminação sexual ou em busca da igualdade entre os gêneros, pelo contrário, a aplicação indiscriminada deste princípio expõem as crianças a métodos constrangedores e impróprios, comprometendo o desenvolvimento de sua personalidade em harmonia com a respectiva identidade biológica de sexo, uma vez que, a fragilidade psicológica de uma criança que não atingiu a idade suficiente para formação do seu caráter não permite a clara compreensão da sexualidade humana”, diz Euclério Sampaio.

Segundo ele, os danos vão além da ausência de informações técnicas sobre essa metodologia para se buscar a igualdade entre os gêneros, acumulando também outra consequência grave: a erotização das crianças.

“A exposição prematura de conteúdo adulto e estímulos aos indivíduos que ainda não tem maturidade suficiente para compreendê-los, estimula a sexualização precoce das nossas crianças, pois, além de não entenderem completamente do que se trata, serão invadidos por uma gama de sentimentos e fantasias a respeito do ato, que pode gerar desde uma excitação exacerbada que provoca ansiedade, até sentir medo por acharem que se trata de algo violento, que machuca, gera dor. Em ambas as situações o impacto dessa apresentação adiantada em suas vidas podem trazer interpretações equivocadas e deixando marcas irreparáveis nesse processo de desenvolvimento”.

Portanto, defende o deputado Euclério Sampaio, “há de se coibir tais práticas nas escolas de nível infantil e fundamental que detém grande parte dos alunos que não atingiram por completo o desenvolvimento do seu caráter, para evitar o desrespeito aos princípios morais que norteiam as famílias e impelir o abuso psicológico sofrido pelas crianças com a antecipação do conteúdo erótico”.

Euclério Sampaio acrescenta que, na tentativa descometida de empreender limites ao assunto, a Câmara Municipal de Paranaguá (Paraná) aprovou o Plano Municipal de Educação com um dispositivo que vedava a adoção de políticas que aplicassem a ideologia de gênero e qualquer outra ação que contivesse o termo “gênero” ou “orientação sexual” em todo sistema de ensino municipal.

No entanto, o planto teve seus efeitos suspensos pelo Supremo Tribunal Federal, por meio da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 461. Na decisão em questão, o relator, ministro Luiz Roberto Barroso, não identificou a inconveniência na inserção de orientação sexual nas escolas. Porém,  mesmo não examinando os efeitos psicológicos relacionados a pouca idade dos alunos diante destes temas, em sua negativa o ministro Barroso prejulgou que a prática da doutrinação influencia na sexualidade ou introdução de práticas sexuais podem contrapor ao objetivo das diretrizes educacionais.

"Por óbvio, tratar de tais temas não implica pretender influenciar os alunos, praticar doutrinação sobre o assunto ou introduzir práticas sexuais." (Min. Luiz Roberto Barroso, ADPF nº 461, STF).

Para Euclério Sampaio, é “justamente estas atitudes perniciosas citadas pelo ministro Barroso que meu Projeto de Lei pretende coibir, uma vez que a ressonância dos embates relacionados a gênero e à sexualidade chegou indiscriminadamente às escolas de todo o País. Logo, não se trata de impedir o emprego de orientação sexual nas unidades de ensino, mas repelir sua introdução por quem pretende tirar proveito da vulnerabilidade intelectual das crianças para adestra-las pretensiosamente de maneira antidemocrática e contrária a vontade dos seus progenitores”.

No entender do parlamentar, a infância é uma fase marcada pelo gradual conhecimento do universo adulto e, “ao vivenciar a sexualidade precocemente, a criança antecipa as fases do desenvolvimento biológico normal, podendo levá-la à busca pelo prazer de modo patológico, sem consciência e responsabilidade. Além de outros danos à sua formação moral e psicológica, somados ao infortúnio de ver a infância, e toda a sua inocência, ingenuidade e naturalidade, morrer”.

Por isso, finaliza o deputado Euclério Sampaio, com a aprovação deste projeto, ficará assegurado o direito da família em educar seus filhos de acordo com seus princípios morais, éticos e religiosos, além de resguardar a integridade psicológica das crianças das escolas de nível infantil e fundamental, garantindo assim uma infância plena e sem estímulos que proporcione a erotização infantil.

Capitão da Polícia Militar do Espírito Santo assume cargo de promotor de Justiça no Paraná

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Mais um oficial da Polícia Militar do Espírito Santo deixou a caserna para alçar voos no Sistema de Justiça. O agora capitão da Reserva não Remunerada Felipe Lyra da Cunha tomou posse nesta sexta-feira (17/11) como promotor de Justiça Substituto do Ministério Público do Estado do Paraná. Ele tomou posse com mais 13 novos membros do Parquet paranaense. Em setembro deste ano, outro capixaba, Robledo Moraes Peres de Almeida, que também é capitão da Reserva não Remunerada da PMES, havia tomado posse como juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Piauí.

A cerimônia de posse dos 14 novos membros do MP do Paraná foi realizada no auditório do edifício-sede da instituição, em Curitiba. Os novos integrantes foram aprovados no último concurso público realizado pela instituição, que contou com 3.094 candidatos inscritos, dos quais 47 foram aprovados.

O promotor de Justiça Felipe Lyra da Cunha foi da turma de aspirantes de 2004 do Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar capixaba. Também atuou na Corregedoria Geral da PMES, junto com o agora juiz Robledo Moraes Peres de Almeida. Felipe da Cunha também foi aprovado nos concursos públicos para promotor de Justiça dos Ministérios Públicos do Espírito Santo e Roraima.

“Eu estava conversando ainda há pouco por telefone  com o doutor Peres. Lembramos a época em que estudávamos juntos, um ajudando o outro.  Graças a Deus fomos aprovados e nomeados”, disse o doutor Felipe Cunha ao Blog do Elimar Côrtes, logo após tomar posse em Curitiba, ao lado da esposa, dona Eneida, e das filhas.

O procurador-geral de Justiça do Estado do Paraná, Ivonei Sfoggia, que presidiu a sessão solene de posse dos novos membros do MPPR,  destacou o compromisso e as responsabilidades que passam a ter os novos promotores substitutos.

“Faz-se necessário que se induza os membros do Ministério Público a valer-se do direito como instrumento de transformação. E a transformação desejada não implica em substituir-se ao administrador público ou a ser indiferente às restrições de ordem financeira, mas deverá, necessariamente, ser evidenciada na ampliação das oportunidades de vida dos mais vulneráveis, dos menos agraciados pela sorte e dos que muito sofrem sem ter ninguém por eles. Portanto, não sejam meros despachantes processuais, mas sim verdadeiros agentes de transformação social, esse é o papel que lhes incumbe.”

Em seu discurso, Ivonei Sfoggia também fez um agradecimento especial aos promotores de Justiça Willian Buchmann e Aysha Sella Claro de Oliveira, que secretariaram o processo de seleção e aos integrantes da banca examinadora do concurso público, composta pelos promotores de Justiça Fernando da Silva Mattos, Gustavo Henrique Rocha de Macedo, Maurício Cirino dos Santos, Paulo Sérgio Markowicz de Lima, Simone Maria Tavarnaro Pereira e Willian Buchmann; as procuradoras de Justiça Marília Vieira Frederico Abdo e Rosangela Gaspari e os representantes da seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Erouths Cortiano Junior e William Soares Pugliese.

“É uma responsabilidade muito grande e um trabalho especial que o Ministério Público tem muito a agradecer.”

Ao falar em nome da Associação Paranaense do Ministério Público (APMP), o promotor de Justiça Francisco Zanicotti, diretor-secretário da Procuradoria-Geral de Justiça, afirmou aos recém-ingressantes a expectativa da instituição com a atuação de cada um deles.

“É à sociedade brasileira a quem vocês passam a servir a partir de hoje e, tenho certeza, com muita competência e dedicação. Competência vocês já provaram que possuem, agora o que se espera, além de competência e seriedade, é comprometimento com o povo. Cada um de vocês irá para sua comarca e ficará frente a frente com a população. Vocês devem sair dos gabinetes, estar nos distritos mais distantes, nos assentamentos, nas casas-lares, nas delegacias, nas indústrias, para olhar e sentir de perto o que o povo espera de nós, e ele espera muito porque precisa muito”, afirmou.

Representando os empossados, a promotora de Justiça substituta Karina Freire Gonçalves de Almeida falou da motivação com a qual ela e os demais empossados iniciam o trabalho na instituição.

“A partir de hoje, meus colegas e eu exerceremos nosso mister destemidamente, perseguindo os propósitos que o próprio nome do cargo já reflete: promover a justiça. A injustiça que se faz a um é uma ameaça que se faz a todos. Como promotores de Justiça, nos comprometemos a honrar o múnus que nos foi incumbido, almejando satisfazer os interesses dos cidadãos e lutando vigorosamente para impedir qualquer forma de injustiça. Diariamente, nós iremos nos empenhar a fim de tentar transformar e melhorar o nosso país. Sejamos exemplo de honestidade, probidade e retidão”, concluiu.

Também compuseram a mesa solene, o corregedor-geral do MPPR, Arion Rolim Pereira; o subprocurador-geral para Assuntos de Planejamento Institucional, Marcos Bittencourt Fowler; o ouvidor-geral, Ney Roberto Zanlorenzi; o representante da seccional do Paraná da OAB, Erouths Cortiano Junior; e o procurador de Justiça e ex-procurador-geral do MPPR, Olympio de Sá Sotto Maior Neto.

Os empossados dão início, na próxima segunda-feira (20/11), ao II Curso de Formação e Aperfeiçoamento em Ministério Público. Com carga horária distribuída em eixos de formação que acompanharão o processo de vitaliciamento, a capacitação será feita a partir de exposições e análises de casos concretos, assim como orientações de procedimentos que devem ser adotados nas rotinas das Promotorias de Justiça.

Conheça os 14 novos promotores de Justiça do Paraná.


(Com informações também do Portal do MPPR)

“HOUVE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA”, DIZ DESEMBARGADOR PEDRO VALLS: Tribunal de Justiça do anula julgamento em que réu condenado foi submetido ao Júri Popular vestido com uniforme da cadeia

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A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo tomou uma decisão inédita ao seguir as regras básicas de respeito à dignidade de um preso e aos direitos humanos. Seguindo o voto do relator de uma Apelação Criminal, desembargador Pedro Valls Feu Rosa, o Colegiado anulou o julgamento do Tribunal do Júri de Vitória, que condenou  Álvaro Henrique Rubens Lyrio a 16 anos e seis meses de reclusão pela acusação de matar a jovem Érica Silva Correa numa  suposta guerra de tráfico na capital capixaba.

A decisão de anulação do Tribunal do Júri ocorreu em razão do réu Álvaro ser o único que estava vestido com o uniforme do sistema prisional durante o julgamento. O réu deverá ser submetido a um novo júri popular. A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) é a responsável pelo sistema prisional capixaba.

De acordo com o processo número 00208245520138080024,  Álvaro foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo de, junto com dois parceiros – Kennedy Martins Romania e Kenya Khrystie Martins Romania – de matar a tiros a jovem Érica, crime ocorrido na tarde do dia 11 de abril de 2013, na rua Ângelo Zardini, bairro Santa Marta, em Vitória.

No entanto, apesar das provas dos autos, os jurados decidiram que somente Álvaro teria cometido o assassinato e absolveram Kennedy e Kenya. O julgamento ocorreu na mesma sessão, em 17 de março de 2017. Kennedy e Kenya estavam vestidos com trajes comuns.

De acordo com o voto do relator Pedro Valls Feu Rosa, os outros dois réus, que foram absolvidos, vestiam-se com roupas normais, o que pode ter influenciado de forma indevida os jurados.

“Podemos observar que o réu Álvaro, único condenado, usa uniforme do sistema prisional, bermuda e blusa azuis e chinelos e os réus Kennedy e Kenia, absolvidos, trajam suas vestimentas normais, como calça jeans, blusa social e sapatos.”

Para o desembargador Pedro Valls Feu Rosa,  houve violação ao princípio da dignidade da pessoa humana e infringência ao princípio da isonomia: “Assim, uma pessoa vestindo o uniforme do sistema prisional carrega toda a carga de condenação inerente ao inconsciente do ser humano que ali está julgando seu semelhante”, destacou o relator.

O desembargador citou ainda, em seu voto, um documento das Nações Unidas com normas para boas práticas no tratamento da pessoa presa, entre elas a que estabelece a possibilidade do preso utilizar-se de suas próprias roupas em casos excepcionais.

“Ora, comparecer ao julgamento que decidirá os rumos de sua vida, a meu ver reveste-se da excepcionalidade contida na norma acima transcrita permitindo, por consequência, ao réu a utilização de suas próprias vestes”, destacou Pedro Valls Feu Rosa, concluindo que a sessão do Tribunal do Júri demonstrou “flagrante incongruência e desrespeito às garantias mínimas e fundamentais de todos”.

O novo julgamento perante o Tribunal do Júri será exclusivamente para esse réu, que teve a sua sentença anulada.

De acordo com os autos, Álvaro, Kennedy e Kenya mataram Érica por motivo torpe, uma vez que os acusados do bairro Andorinhas – bairro vizinho a Santa Marta, onde a moça foi morta – achavam que a vítima estava passando informações sobre o tráfico de drogas por eles realizados a um grupo rival. “Consta, ainda, que o delito foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, que foi surpresada pela ação preparada pelos acusados, que dissimuladamente a levaram para o local onde seria morta”, diz o processo.

O julgamento do recurso da defesa de Álvaro ocorreu na sessão da 1ª Câmara Criminal do dia 30 de agosto deste ano. O acórdão da decisão foi publicado no Diário de Justiça do Estado no dia 14 de novembro de 2017.

Cúpula do Museu Nacional vai exibir números da segurança pública durante Congresso da Fenapef

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A cúpula do Museu Nacional da República, em Brasília, vai exibir números que revelam a dimensão da crise de segurança pública brasileira. Nos dias 21 e 22 deste mês, das 19 horas às 22 horas, uma projeção mapeada vai mostrar a quantidade de homicídios, estupros e roubos registrados no Brasil por ano; o impacto da violência para a economia do país e outros dados que reforçam a ineficiência do modelo policial brasileiro.

A ação ocorre no âmbito do 1º Congresso de Jornalismo e Segurança Pública, realizado nesses dias 21 e 22, sob a coordenação da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal (Sindipol/DF). Durante os dois dias, as entidades vão reunir policiais federais, especialistas, jornalistas, pesquisadores, estudantes e sociedade civil para discutir os desafios e perspectivas do setor.

Segundo o presidente da Fenapef, Luís Boudens, o objetivo da ação é inserir a segurança pública na agenda de debates nacional e conscientizar a sociedade de que ela precisa acompanhar o setor e cobrar dos parlamentares ações efetivas, que de fato contribuam para a modernização da Segurança Pública.

“Os mais de 61,5 mil assassinatos cometidos em 2016 no País equivalem ao número de mortes provocadas pela explosão da bomba nuclear que dizimou a cidade de Nagasaki, no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial. Enquanto isso, o País continua insistindo em um modelo de segurança pública que não encontra paralelo em nenhum lugar do mundo”, destacou o presidente da Fenapef, Luís Boudens.

As informações projetadas são do Forúm Brasileiro de Segurança Pública (FBSP); Confederação Nacional da Indústria (CNI); e Tribunal de Contas da União e foram levantados no período de 2013 a 2017.

Programação do 1º Congresso de Jornalismo e Segurança Pública

O 1º Congresso de Jornalismo e Segurança Pública vai receber nomes importantes como o do presidente do Forúm Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Renato Sergio de Lima, e do fundador do Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Militar (GATE) e professor da USP, Diógenes Lucca.

Também estão previstos debates com os policiais Eliel Teixeira, da Polícia do Condado de Los Angeles (EUA), e Rob Salomão, da Polícia Real Montada do Canadá, sobre o modelo de investigação brasileiro; além de jornalistas que se destacaram na cobertura da Lava-Jato e da crise de Segurança Pública em 2017.

O evento é aberto ao público. Faça aqui a sua inscrição para participar podem ser realizadas até o dia 20/11.

(Com informações do Portal da Fenapef)

EM PALESTRA NA FGV, RENATO CASAGRANDE LEMBRA QUE DEIXOU A SEGURANÇA PÚBLICA MODERNIZADA, ORGANIZADA E ESTRUTURADA, MAS HOJE O MEDO É PRESENÇA CONSTANTE NO COTIDIANO DAS FAMÍLIAS CAPIXABAS

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Em palestra realizada na Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EPGE), na última sexta-feira (17/11), no Rio, o ex-governador Renato Casagrande (PSB) afirmou que, ao cortar recursos na área de segurança pública e virar as costas para a sociedade, o governo atual transformou o Espírito Santo refém do medo e da criminalidade. Segundo Casagrande, a população capixaba voltou a conviver com a violência crescente e “o medo é hoje presença constante no cotidiano das famílias”.

A palestra dele foi feita dentro do seminário "Caminhos para a Efetividade da Segurança Pública no Brasil", que reuniu especialistas para discutir caminhos para construção de políticas efetivas de promoção da paz social no País. O ex-governador Casagrande foi um dos palestrantes dentro do tema “Das Políticas Nacionais às Políticas Locais de Segurança Pública”.

Este painel teve ainda as participações de  Arthur Trindade (secretário de Segurança Pública do Distrito Federal), Joana Monteiro (diretora-presidente do Instituto de Segurança Pública/SESEG-RJ), tendo como moderador o professor Daniel Cerqueira, pesquisador do IPEA.

O outro painel do seminário discutiu o tema “Reformas Estruturais da Segurança Pública”, com os seguintes  participantes: Eduardo Santos de Oliveira (procurador da República responsável pelo Controle Externo da Atividade Policial no Rio de Janeiro), Luiz Eduardo Soares (ex-secretário Nacional de Segurança Pública) e Renato Sérgio de Lima (presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública). O moderador foi Aloísio Araújo (vice-diretor da FGV/EPGE).

O ex-governador Renato Casagrande, que é o atual presidente da Fundação João Mangabeira, instituição ligada ao Partido Socialista Brasileiro (PSB),  abriu sua palestra fazendo um relato histórico dos números da violência no Planeta. A violência, segundo ele, é tema que tem preocupado cada vez mais a sociedade mundial, em especial à população dos países da América. E há razões de sobra para essa preocupação, explicou Casagrande.

“Em 2012, 437 mil pessoas foram assassinadas no mundo. Desses homicídios, 36% foram registrados no continente americano, 31% na África, 28% na Ásia, 5% na Europa e 0,3% na Oceania. É importante salientar que a América possui 15% da população global e a Europa 9%”.

"Em 2010, Estado vivia cenário de guerra e a total desorganização na segurança pública"

Renato Casagrande recorda que, quando assumiu o Governo do Espírito Santo, em janeiro de 2011, o Estado era o segundo colocado em número de homicídios no Brasil, perdendo apenas para Alagoas.

“Em 2009 – quando o Estado era governado por Paulo Hartung, que estava em seu segundo mandato –, tivemos o ano com o maior número de assassinatos da nossa história: foram 2.034 mortes em um ano, atingindo o espantoso patamar de 57,5 homicídios por 100 mil habitantes. Em 2010, o Estado fechou o ano com 52,5 por 100 mil, quando a média nacional girava em torno de 26,2”, frisou Casagrande.

Segundo ele, o Espírito Santo já vivia,  no último ano do segundo mandato do governo Hartung (em 2010), um cenário desastroso na área policial:  “Esse cenário de guerra e a total desorganização que imperava na área de segurança pública exigiram a adoção de uma postura radical por parte do nosso governo, a partir de janeiro de 2011”, ponderou Casagrande.

“Assumimos o compromisso de executar um investimento diferenciado no combate ao crime”

A partir desse ponto no seminário, ele fala do Programa Estado Presente,  gerenciado pela agora extinta Secretaria de Estado Extraordinária de Ações Estratégicas (SEAE), que tinha como titular o delegado de Polícia Federal Álvaro Rogerio Duboc Fajardo. Logo que iniciou seu terceiro mandato como governador, Paulo Hartung extinguiu a SEAE.

“Assumimos o compromisso de executar um investimento diferenciado no combate ao crime. E foi a partir dessa decisão que desenvolvemos e colocamos em operação o programa Estado Presente”, disse Casagrande.

Ele explicou mais: “Estruturado a partir de dois eixos estratégicos – prevenção e controle – o Programa incluiu, entre suas atribuições, a ampliação e modernização da infraestrutura de segurança pública estadual, a contratação de mais de 5.000 novos efetivos policiais e o investimento em obras e serviços de urbanização, saúde, educação, qualificação profissional, esporte, lazer e cultura nas áreas de maior risco social”.

O ex-governador Renato Casagrande ressalta ainda que, mesmo alcançando os maiores índices de investimento na área de segurança pública em toda a história capixaba, “essa foi apenas a face mais visível da política de segurança pública que implementamos”.

De acordo com ele, “enquanto toda a estrutura física e de pessoal do setor era modernizada e ampliada, demos mais um passo fundamental no campo institucional”.

Para deixar clara a prioridade dada pelo Governo ao desafio de redução dos índices de violência no Estado, tornou-se necessário que o próprio governador do Estado do Espírito Santo estivesse à frente das ações, lembra Casagrande.

“Assim, instituímos reuniões de avaliação junto com a equipe de Governo, dirigentes dos municípios, demais poderes e instituições, dando um sinal claro da integração de diferentes áreas da administração estadual e, ao mesmo tempo, da grande articulação com as demais instituições da sociedade”.

Para Casagrande, essa nova postura, adotada por seu governo, “a definição clara de prioridade e a implantação de uma política articulada e consistente para a área da segurança permitiu que tivéssemos”, pela primeira vez, um período longo de redução dos homicídios e também de outros delitos.

“Deixamos o setor de segurança pública modernizado, organizado e estruturado”

“Em quatro anos de Governo, partindo daquele cenário de terra arrasada, reduzimos em mais de 20% a criminalidade no Espírito Santo. E o que é mais importante: deixamos o setor de segurança pública modernizado, organizado e estruturado para seguir em frente na redução dos índices de criminalidade no Estado”, frisou o ex-governador.

Renato Casagrande ainda ensinou: “Para que isso (redução dos índices de criminalidade) continuasse a acontecer, ultrapassando mandatos, era preciso que os investimentos, a prioridade institucional e o conjunto de políticas públicas que articulamos para o enfrentamento ao crime e à violência fossem mantidos. Caso contrário, ainda teríamos mais algum tempo de bons resultados, como consequência residual do esforço realizado”.

Entretanto, sem citar nome do atual governador, Paulo Hartung, Renato Casagrande apontou o dedo na ferida por conta do caos que se instalou a segurança pública capixaba nos últimos três anos:

“Sem recursos, sem diálogo com a sociedade e sem priorização clara para a área, essa sequência de bons resultados que obtivemos certamente se perderia. E foi o que, lamentavelmente, aconteceu. O Espírito Santo, que já era visto por estudiosos e especialistas em segurança pública como referência no combate à violência, tornou-se notícia nacional e internacional da pior maneira possível”.

Ele, então, aponta o aquartelamento dos policiais militares, ocorrido em fevereiro, como um dos exemplos do descaso do governo com o setor de segurança pública:

“Reivindicando melhorias salariais e condições mínimas para exercer seu trabalho, os policiais militares capixabas paralisaram suas atividades. A falta de diálogo e a intransigência do Governo levaram as famílias desses servidores a acampar diante dos quartéis, enquanto a população se entrincheirava em casa, por 20 longos dias, refém da violência que tomou conta das ruas”.

“O medo é hoje presença constante no cotidiano das famílias”

Nesse período, frisou Casagrande, “o índice de homicídios disparou e o clima de guerra parecia permanente. Nem mesmo as ruas patrulhadas pelos homens do Exército e o passar dos meses foram capazes de devolver a paz aos capixabas. Os policiais militares voltaram às suas atividades, mas as melhorias salariais não apareceram. Assim como continuaram ausentes os recursos necessários ao custeio e aos investimentos”.

O resultado é que, de acordo com o ex-governador Renato Casagrande, “depois de quatro anos em que viu de perto a possibilidade de baixar os índices de homicídios no Estado para um patamar inferior à média nacional, a população capixaba voltou a conviver com a violência crescente. O medo é hoje presença constante no cotidiano das famílias”.

“O Programa Estado Presente foi demolido por razões políticas”

Segundo Casagrande, “o Programa Estado Presente foi demolido por razões políticas, para dar lugar a uma ação descontínua, descoordenada e sem sustentabilidade econômica e institucional. Mas, ainda assim, o Espírito Santo mostrou que é possível virar a página da violência sem controle e sem punição. E mostrou, para todo o Brasil, que a continuidade de programas e políticas públicas bem sucedidas, aliada à articulação institucional com a sociedade e ao engajamento das famílias são condições essenciais para que municípios, estados e o país consigam romper o círculo vicioso do eterno recomeço, que na verdade significa apenas o eterno retrocesso”.


STJ ACOLHE DENÚNCIA CONTRA CONSELHEIRO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESPÍRITO SANTO: Pimentel é o primeiro peixe graúdo capixaba a se tornar réu na Operação Lee Oswald

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A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu nesta segunda-feira (20/11) a denúncia contra o conselheiro do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCE-ES) José Antônio de Almeida Pimentel, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter cometido os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e de integrar organização criminosa.

A denúncia, que acaba de ser acolhida, teve como base a Operação Lee Oswald, deflagrada pela Polícia Federal em 2012. Na ocasião, dezenas de pessoas foram presas. O conselheiro afastado Antônio Carlos Pimentel torna-se o primeiro “peixe graúdo” da política capixaba a se tornar réu na Operação Lee Oswald.

Por unanimidade, os ministros do STJ receberam a denúncia e deram seguimento à ação penal. Na mesma decisão, o Colegiado manteve o afastamento cautelar do conselheiro, medida que havia sido aplicada em junho pela Corte Especial. O afastamento é por tempo indeterminado, e, além disso, Pimentel está proibido de entrar no TCE-ES e de manter contato com os funcionários do órgão.

Para o ministro relator do caso, Luis Felipe Salomão, não procede o argumento da defesa de que a denúncia foi baseada somente em uma escuta clandestina. Além de a escuta ser legítima, o relator destacou outros elementos probatórios utilizados pelo MPF.

“Não é razoável o argumento lançado pela defesa do acusado, porquanto o conteúdo probatório que fundamenta a presente ação penal, além de originar-se da referida gravação, também lastreia-se em outros elementos de prova, principalmente os dados obtidos a partir da quebra dos sigilos bancário e telefônico do acusado, e dos depoimentos colhidos na instrução da peça investigativa”, fundamentou o relator.

Justa causa

O ministro Salomão afirmou que há justa causa para o início da ação penal, tendo em vista os indícios suficientes da prática dos crimes. A narrativa do MPF, segundo o relator, “basta para um juízo positivo de admissibilidade da acusação”, já que não há necessidade de demonstração integral da culpabilidade, mas apenas a existência da justa causa para o início da ação penal.

Segundo o MPF, o conselheiro teria recebido propina para facilitar a aprovação de contas, além de prestar “consultoria” para o direcionamento ilegal de licitações em diversos municípios do Espírito Santo.

José Pimentel assumiu o cargo de conselheiro do TCE-ES em maio de 2010. De acordo com a denúncia, no período de 2010 a 2013, foi criado um “sindicato” dentro do Tribunal de Contas para a prática de crimes em diversos municípios capixabas, com a cooptação de prefeitos e gestores.

O relator Luis Felipe Salomão rejeitou a alegação de nulidade devido à ausência de oitiva do conselheiro na fase de investigação. O ministro Salomão lembrou que a oitiva nessa fase é opcional, e ela está garantida na fase final da instrução criminal, de forma a proporcionar o contraditório e a ampla defesa ao denunciado.

A denúncia foi sustentada na tribuna pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que participou pela primeira vez de uma sessão da Corte Especial do STJ desde que assumiu o cargo máximo do Ministério Público Federal.


Narra a denúncia que Pimentel teria praticado, em tese, no período de 2010 a 2013, os delitos de corrupção passiva qualificada (art. 317, § 1º, CP), lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei nº 9.613/98) e organização criminosa (art. 2º da Lei nº 12.850/2013), mediante recebimento de valores em troca da facilitação e de favorecimento para aprovação de contas perante o Tribunal de Contas Estadual, além do oferecimento de expertise e apoio técnico no direcionamento de processos licitatórios em diversos municípios daquele estado.

No caso dos autos, o conselheiro Pimentel teria pactuado com o então prefeito de Presidente Kennedy,  Reginaldo Quinta, o secretário de Desenvolvimento Alexandre Bastos, o representante das empresas envolvidas nas fraudes à licitação (que são referidas como "sindicato", visto que aparentemente o Sindicato das Empresas de Construção Civil era utilizado como meio de coordenação do cartel) Geraldo, bem como Disney, especializado em fraudes no setor da saúde, além de Pedro Josino que presente à reunião efetuou gravação ambiental da conversa .

Saiba Mais

A Operação Lee Oswald, realizada pela Polícia Federal, aconteceu no dia 19 de abril de 2012. Foram cumpridos 28 mandados de prisão no município de Presidente Kennedy, no litoral Sul do Espírito Santo, além de 51 mandados de busca e apreensão.

O objetivo foi o de desarticular uma organização criminosa responsável por fraudes em licitações, superfaturamentos, desvio de verbas, além de pagamentos indevidos em contratos de serviços e compra de materiais no Espírito Santo. Mais de R$ 50 milhões foram desviados dos cofres públicos, mas até hoje ninguém foi punido – sequer foram julgados pela Justiça capixaba.

Quando a Operação Lee Oswald estourou, o nome do conselheiro Antônio Pimentel apareceu num vasto relatório elaborado pelo desembargador Pedro Valls Feu Rosa, do Tribunal de Justiça do Estado, em que o magistrado solicitava ao Ministério da Justiça a vinda ao Espírito Santo de uma Força Tarefa a fim de investigar ações de organizações criminosas que agiam para cometer e ou acobertar fraudes em licitações em diversos municípios capixabas.

Pedro Valls, como membro da 1ª Câmara Criminal do TJES, foi sorteado relator dos pedidos de mandados de prisão e mandados de busca e apreensão dos investigados na Operação Lee Oswald. No entanto, “forças ocultas” que ainda dominam o Estado conseguiram “sensibilizar” o então ministro da Justiça, o petista José Eduardo Cardozo, e a Força Tarefa até hoje não chegou ao Espírito Santo.

O caso do conselheiro Antônio Pimentel, todavia, acabou sendo levado adiante pela Procuradoria Geral da República, no Distrito Federal. Foi para Brasília porque ele, como conselheiro de um Tribunal de Contas (assim como desembargadores e governadores) tem prerrogativa de foro junto ao STJ. Relatório da Operação Lee Oswald indica que a Polícia Federal teria flagrado o conselheiro Pimentel  em conversas com investigados na ocasião.


1º CONGRESSO DE JORNALISMO E SEGURANÇA PÚBLICA: Presidente da ANPR defende fim do Inquérito Policial, a adoção do Ciclo Completo e Carreira Única de Polícia e o direito da PM produzir TCO

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O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti, defendeu na tarde de terça-feira (21/11) a necessidade de modernizar a segurança pública. Para isso, ele disse que é preciso acabar com o atual modelo do Inquérito Policial, adotar no Brasil o Ciclo Completo de Polícia e estabelecer a entrada única nas corporações policiais, além de permitir as Polícias Mirares a elaborarem os chamados Termos Circunstanciados de Ocorrência.

A defesa de Robalinho Cavalcanti foi feita na abertura do 1º Congresso de Jornalismo e Segurança Pública, que acontece no Museu de Brasília, no Distrito Federal. O evento conta com a  participação de policiais federais, jornalistas, acadêmicos e gestores públicos. O jornalista Elimar Côrtes é o único profissional de imprensa capixaba que participa do Congresso, a convite do Sindicato dos Policiais Federais do Estado do Espírito Sato e da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).

Para o presidente da ANPR, Robalinho Cavalcanti, o Brasil precisa modernizar urgentemente a  segurança pública e citou como exemplo os Inquéritos Policiais, que “estão em funcionamento há 150 anos e travam o andamento criminal, tornando o processo de elucidação de crimes burocrático e moroso”.

Segundo Robalinho, “o modelo de Segurança Pública brasileiro é mais semelhante ao de Portugal no século XVI, que os modelos adotados em todo o mundo nos dias atuais. O Inquérito Policial é o símbolo da discussão que trava a modernização da segurança pública".

Para Robalinho, que é procurador de República do Ministério Público Federal em Brasília, "o Inquérito Polcial afasta os policiais (federais e civis) do comando das instituições, que são os delegados". Segundo ele, os policiais realizam as investigações, produzem relatórios e entregam todo o trabalho aos delegados, que somente supervisinam o trabalho e depois pomovem o retrabaho, que é o indiciamento. Costumo dizer que somente 15% do trabalho de um Inquérito Policial são úteis para o sistema".

No entender de Robalinho Cavalcanti, o modelo é tão arcaico que o sistema possui o escrivão de Polícia, a quem cabe marcar oitivas e intimar suspeitos e testemunhas. "O Inquérito Policial não evolui. O IP é uma resistênia dos delegados de Polícia. Ninguém quer acabar com o comando dos delegados. O problema é que os delegados não querem empolderar os demais profissionais de Polícia, que têm fé púbico e também entrar no sistema porque são aprovados em concursos púbicos".

Ele lembra que os policiais (investigadores ou agentes federais) vão aos locais de crimes, ouvem testemunhas e fotografam o ambiente. "Eles podem até gravar a fala das testemunhas no local do crime e incluir num relatório. Ou seja, um Inquérito Policial é tão somente um relatório, pois é o Ministério Público quem tem a atribuição de fazer a denúncia. Hoje, a Autoridade Policial (delegado) pega o relatório dos investigadores e assinam ofício instaurando a abertura de um Inquérito Policial. Passa para o escrivão e  transforma tudo num ambiente burocrático", frisou Robalinho Cavalcanti.

Ele defendeu também a carreira única nas corporações, permitindo aos policiais subirem na carreira levando em consideração a meritocracia. Robalinho disse que a carreira única é possível nas Polícias Civil, Militar e Federal, assim como já existe na Polícia Rodoviária Federal.

"Mas, para crescer dentro das carreiras, o policial teria de ser submetido a concursos e curso internos. Aliás, o caminho é de fato uma polícia com entrada única. À Chefia de uma Polícia tem que ser dada ao profissional que demonstrar conhecimento e competência. Hoje, no Brasil, se dão os cargos mais altos e importantes para os delegados. Defendo a meritocracia".

Robalinho Cavalcanti falou também sobre o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e fez um apelo para que os governadores brasileiros instituem o modelo em seus estados. Hoje, Santa Catarina,  Paraná, São Paulo e Rondônia já permitem que a Policia Militar produza o TCO para casos de greve de menor potencial.

"Ao permitir que a PM faça o TCO, os Estados liberam os delegados de Polícia para atuar naquilo que é a atribuição maior desses profissionais: investigação de crimes", finalizou Robalinho.
Quanto ao Ciclo Completo de Polícia, o procurador da República Robalinho Cavalcanti lembra que a Polícia Federal já adota esse sistema, o que poderia ser feito também pela própria Polícia Civil e a PM: "Por isso defendo o TCO por parte da PM", frisou ele.

Fenapef defende melhorias para a segurança pública


Na abertura do Congresso de Jornalismo e Segurança Pública, o presidente e o vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio Boudens e Flávio Werneck, respectivamente, deram as boas vindas aos participantes. “A sequência de palestras que integram o evento apresentará dados, a visão interna da polícia, além de soluções que vão ampliar o debate sobre Segurança Pública no Brasil”, defendeu Boudens.

Em sua fala, o vice-presidente da Federação, Flávio Werneck, destacou a importância dos jornalistas para inserir o tema na agenda de debates nacional e lançou um desafio aos participantes. “Quero que tentem responder, ao final do encontro, por que temos que continuar com uma cultura de segurança pública ineficiente, se já existem modelos melhores?”

O ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça (STJ), professor a advogado Carlos Fernando Matias, fez referência à Polícia como sinônimo de cultura e civilização. “Para mim é uma honra participar de um evento, com tanta relevância. Os principais escritores do mundo sempre trataram o tema Polícia como uma questao de cutira e de civilização da nossa humunidade”.

O 1º Congresso de Jornalismo e Segurança Pública recebeu  nomes importantes como o do presidente do Forúm Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Renato Sérgio de Lima, e do fundador do Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Militar (GATE) e professor da USP, coronel Diógenes Lucca. Também ocorreram debates com os policiais Eliel Teixeira, da Polícia do Condado de Los Angeles (EUA), e Rob Salomão, da Polícia Real Montada do Canadá, sobre o modelo de investigação brasileiro; além de jornalistas que se destacaram na cobertura da Lava-Jato e da crise de Segurança Pública em 2017.

Representantes do Facebook proferem palestra no primeiro dia do Congresso de Jornalismo e Segurança Pública

Representantes do Facebook Brasil abriram, na terça-feira (21/11), a primeira parte da programação do Congresso de Jornalismo e Segurança Pública, que foi dedicado a aperfeiçoar a comunicação dos profissionais do setor e suas entidades representativas. A partir das 14h, o evento também recebeu estudantes, jornalistas e sociedade civil para debater os desafios e soluções para a Segurança Pública brasileira.

O evento está sendo promovido pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e pelo Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal (Sindipol/DF), em Brasília (DF), e segue até quarta-feira (22) com programação intensa.

Durante a palestra desta manhã, o gerente do Facebook na América do Sul e agente aposentado do FBI, Rick Cavalieros, falou via videoconferência sobre como utilizar as ferramentas disponíveis na maior rede social do mundo em investigações ou situações sensíveis, onde há risco de morte.

Já a gerente de Políticas Públicas do Facebook Brasil, Deborah Delbart, apresentou boas práticas para auxiliar os profissionais e suas organizações a obterem melhores resultados e conseguirem atingir seus públicos-alvo na rede social.

“O Facebook disponibiliza uma série de ferramentas para  nortear o trabalho das equipes de comunicação dos Sindicatos e aumentar o engajamento nas páginas. É importante saber usá-los”, concluiu.

Ao final, os policiais e assessores tiveram a oportunidade de sanar dúvidas e evidenciar experiências que vivenciaram por meio do Facebok.

(Com informações também do Portal da Fenapef)

O DESCANSO DE UM GUERREIRO DO MUNDO DAS LEIS: Morre o desembargador Carlos Henrique Rios do Amaral

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Morreu às 5 horas desta quinta-feira (23/11) o desembargador Carlos Henrique Rios do Amaral, que havia se aposentado do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo em outubro de 2015. O velório começa às 12 horas de hoje, no Cemitério de Santo Antônio, em vitória, onde vai ser sepultado às 16 horas. Ele estava com problemas pulmonares.

Apaixonado por futebol e torcedor fanático do Fluminense e do Rio Branco, Carlos Henrique Rios do Amaral nasceu em Iúna, município localizado na Região do Caparaó – lado capixaba. Ele formou-se em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) em 1970, tendo exercido a presidência do Diretório Acadêmico Heráclito Amâncio Pereira no ano de 1968. Foi também presidente da União Espírito-Santense de Estudantes no período de 1964 a 1966.

Ingressou na carreira da magistratura em 1977. Atuou como membro do Tribunal Regional Eleitoral entre 1996 e 2000 na classe dos juízes. Foi presidente do Colégio Recursal dos Juizados Especiais no período de outubro de 2000 a outubro de 2002. No biênio 2012/2013, foi corregedor-geral do TJES e, ao se aposentar, ocupava o cargo de vice-presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.

Após 38 anos na carreira da magistratura, Carlos Henrique Rios do Amaral teve uma despedida emocionante em uma homenagem feita pelo Pleno do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. Homenagem que ocorreu na sessão do dia 22 de outubro de 2015. A solenidade foi acompanhada por magistrados, amigos e familiares.

O desembargador foi homenageado pelos colegas durante sessão ordinária do Tribunal Pleno. O magistrado foi agraciado com a Comenda Grã-Cruz do Mérito Judiciário, tendo em vista seu notável desempenho ao longo da carreira jurídica. Rios do Amaral ainda recebeu uma placa de homenagem da Associação dos Magistrados do Espírito Santo (Amages).

Quem falou em nome da Corte foi o desembargador Pedro Valls Feu Rosa, que presidiu io TJES no biênio 2012/2013 quando Rios do Amaral foi o corregedor do Judiciário capixaba. Pedro Valls destacou a capacidade de indignação do colega.

“Que possamos, cada um de nós, buscar inspiração na belíssima cena de um juiz, já às portas da aposentadoria, manifestando de forma emocionada, veemente, face ruborizada e punhos cerrados, sua indignação diante do que errado entendia. Esta atitude, na pessoa de um jovem juiz substituto, já seria notável, mas passa a ser sublime quando falamos de alguém em final de carreira, às portas da aposentadoria compulsória. Traduz a superação daquelas injustiças e ingratidões que enfrentamos ao longo de nossas carreiras, e que a tantos faz esmorecer”, frisou Feu Rosa.

Na ocasião, o procurador de Justiça Josemar Moreira falou em nome do Ministério Público Estadual (MPES). “O desembargador Carlos Henrique Rios do Amaral sempre lutou pela dignidade do Poder Judiciário. Sempre eficiente e atencioso com as partes e o Ministério Público, e que agora vem colhendo os bons frutos dessa longa caminhada. É um homem que fez história perante a sociedade capixaba”.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Espírito Santo (OAB-ES), Homero Junger Mafra, também cumprimentou Rios do Amaral. “É um juiz de vocação, que sempre respeitou a advocacia. A acolhida que sempre dispensou às partes e à advocacia vai ficar na memória. É uma pena não tê-lo mais na magistratura”, declarou.

Emocionado, o desembargador Carlos Henrique Rios do Amaral agradeceu por tudo o que aconteceu ao longo de sua vida judicante. “É com muita alegria que chego até aqui com a consciência livre de que guardei a honestidade, a imparcialidade, a retidão, a dignidade e a coragem para efetuar minha missão, com os valores passados pelos meus pais e aprimorados pelo tempo”.

Sempre divertido, o desembargador homenageado ainda afirmou: “Meu coração se enchia de alegria quando notícias chegavam a mim de que minha presença nas sessões deixava o ambiente mais leve e produtivo”. Quanto aos colegas desembargadores, Amaral frisou que buscou e conseguiu enxergar na peculiaridade de cada um a beleza e o encanto de pessoas.

Desde o início desta manhã dezenas de pessoas começaram aprestar homenagens ao desembargador Rios do Amaral pelas redes sociais. Uma delas partiu do advogado Gustavo Varella Cabral, em sua página no Facebook :

“Quinta feira que amanhece triste...foi-se o amigo querido Carlos Henrique Amaral, desembargador capixaba há poucos anos aposentado. Dono de um coração imenso, de personalidade forte, espírito altivo e um humor que se alternava entre o turrão, que simulava brigar com as pessoas que mais gostava, e a gargalhada fácil, farta e alta que fazia festa entre seus amigos! Um amigo querido em quem primeiro enxerguei a imagem de um Magistrado: sério, apaixonado por sua missão e por sua condição, justo, intelectualmente honesto e extremamente comprometido com a qualidade de seu trabalho. Era tricolor ferrenho, mas isso jamais manchou seu invejável curriculum. Meus sentimentos Ilma, Carla, Carlão e Dudu. Siga em paz querido Amaral!”

O desembargador Carlos Henrique Rios do Amaral tinha a pureza na alma. Era uma pessoa que soube fazer amigos. Um magistrado rigoroso, no sentido de defender a aplicação das leis, com a transgressão, mas um anjo ao conversar com as pessoas. Tinha mesmo a alma de um Tricolor: era, acima de tudo, um guerreiro. Que ele descanse em paz e que Deus dê conforto à  família.

ANDERSON AMORIM DEFENDE CARREIRA COM ENTRADA ÚNICA E CICLO COMPLETO DE POLÍCIA: Presidente do Sinpol/SC fala da luta em favor da padronização das Polícias Civis e critica falta de reuniões da Senasp

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O agente de Polícia Civil Anderson Vieira Amorim vem se notabilizando na luta por melhorias do sistema de segurança pública brasileiro. Atual presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Santa Catarina (Sinpol/SC), ele é Técnico em Processamento de Dados, graduado em Segurança Pública e especializado em Inteligência Criminal.

Anderson Amorim é ainda vice-presidente Federação interestadual dos Policiais Civis da Região Sul (Feipol Sul) e da Confederação Brasileira dos Policiais Civis (Cobrapol) e diretor da Organização Internacional de Polícia (OIP). Na Cobrapol, ele forma uma importante parceria com o presidente do Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol/ES), Jorge Emílio Leal.

Atualmente, o agente de Polícia Anderson Amorim é conselheiro da Secretaria  Nacional de Segurança Pública (Senasp), órgão ligado ao  Ministério da Justiça, como representante dos policiais civis de todo o País. Ele é conselheiro Nacional do Senasp desde 2014.

Blog do Elimar Côrtes – Qual o seu papel no Conselho do Senasp?
Anderson Vieira Amorim – Como conselheiro Nacional de Segurança Pública, auxiliamos nas políticas de Segurança Pública junto ao Secretário Nacional e ao Ministro da Justiça

– O que faz esse Conselho?
– O Conselho foi constituído para auxiliar na formulação das políticas de Segurança Pública e demais temas de interesses da sociedade referentes ao tema.

– Quando foi a última reunião do Conselho?
– Foi em fevereiro de 2017

– Qual a sua avaliação da atual direção do Senasp no que diz respeito a não realização de mais reuniões?
– Infelizmente não tivemos nenhuma reunião com a atual gestão e nem temos perspectivas de realização, o que é muito triste. A falta de reuniões demonstra o descaso do Governo Federal com a segurança pública nos entes federados.

–Como dirigente do Sinpol de Santa Catarina e da Cobrapol, quais são hoje as grandes lutas dos Policiais Civis brasileiros?
– Padronização das Polícias Civis em todo Brasil, garantia dos nossos direitos salariais e previdenciários, Carreira com Entrada Única, Policiais Completos aos moldes da Polícia Rodoviária Federal (modelo de Polícia Mundial e funcional).

– Para o senhor, os problemas enfrentados pelos policiais em seu Estado são também os mesmos em todo o Brasil?
Basicamente sim, embora sejamos um Estado privilegiado, mas os problemas são padronizados em maiores ou menores graus.

– Por que o Estado brasileiro não tem uma política eficiente de segurança pública?
–Porque não tem interesse em formular uma política de Estado. O máximo que os gestores fazem é uma política de governo, vide o atual cenário e o descaso com o qual temos sido tratados em níveis Federal e Estaduais.

– O seu Estado já adotou o chamado TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) por parte da Polícia Militar. Em que esse modelo ajuda ou atrapalha o Sistema de Justiça Criminal?
– Adotou o TCO desde 2007. Falta evoluir muito, pois alguns casos ainda são levados depois para as Delegacias de Polícia para diligências complementares, o que acreditamos que será aperfeiçoado ao longo do tempo.

Se o Ciclo Completo fosse verdadeiramente completo, só teria a auxiliar à sociedade pagadora de impostos, pois o cidadão é o maior prejudicado quando não tem seus interesses atendidos.

– Para a Polícia Civil, o modelo está ajudando?
– O modelo atual está falido há pelo menos uns 20 anos. Precisamos nos adequar aos modelos mais modernos e mundiais, temos muito que evoluir, pois, nós cidadãos pagadores de impostos, sobrecarregados, merecemos respeito aos nossos direitos.

Polícia Militar fecha os olhos para assédio e orgia sexuais dentro de unidades militares, mas pune presidente do Clube dos Oficiais por defender os interesses da categoria no Espírito Santo

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No dia 16 de dezembro de 2010, a Presidência da República publicou no Diário Oficial da União a Portaria Interministerial número 2, que estabelece as Diretrizes Nacionais de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos dos Profissionais de Segurança Pública. A portaria, criada pelo Ministério da Justiça e pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, visa oferecer aos profissionais que atuam na área de segurança pública condições dignas de trabalho e ao mesmo tempo mudar a imagem histórica e arraigada que a população tem desses profissionais.

São 67 ações que estão divididas em 14 eixos temáticos. São eles: Direitos Constitucionais e Participação Cidadã; Valorização da Vida; Direito à Diversidade; Saúde; Reabilitação e Reintegração; Dignidade e Segurança no Trabalho; Seguros e Auxílios; Assistência Jurídica; Habitação; Cultura e Lazer; Educação; Produção de Conhecimentos; Estruturas e Educação em Direitos Humanos; e Valorização Profissional.

Detalhe: o artigo 3º da Portaria passou a dar liberdade aos profissionais da segurança pública de terem liberdade para expor seus pensamentos. Diz o seguinte o artigo: “Assegurar o exercício do direito de opinião e a liberdade de expressão dos profissionais de segurança pública, especialmente por meio da Internet, blogs, sites e fóruns de discussão, à luz da Constituição Federal de 1988”.

Quando fala em “profissionais de segurança pública”, a Portaria, que está em vigor, pois não foi questionada no Supremo Tribunal Federal por nenhum ente da federação, se refere a todos os policiais brasileiros, sejam eles militares, civis, federais, rodoviários federais, legislativos, ferroviários federais, guardas municipais, agentes de trânsito municipais, agentes penitenciários.

Embora vá fazer aniversário de sete anos no final de dezembro de 2017,  a Portaria Interministerial número 2/2007 é de total desconhecimento do atual corregedor-geral da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo e do comandante-geral, respectivamente, os coronéis Reinaldo Brezinski Nunes e Nylton Rodrigues Ribeiro Filho.

O primeiro, por presidir um Inquérito Policial Militar (IPM) aberto, desnecessariamente, em desfavor do atual presidente da Associação dos Oficiais Militares Estaduais do Espírito Santo (Assomes/Clube dos Oficiais), tenente-coronel Rogério Fernandes Lima.

Pior do que a instauração do IPM foi a sua solução, assinada pelo corregedor Reinaldo Brezinski e homologada pelo comandante-geral, coronel Nylton Rodrigues, em Boletim Reservado da PM publicado em 8 de novembro deste ano.

Numa conclusão sem justificativa objetiva, o comandante Nylton indiciou o tenente-coronel Rogério por achar que o presidente do Clube dos Oficiais, ao sair em defesa de todos os seus associados – inclusive os coronéis Nylton e Reinaldo Brezinski – da Ativa e da Reserva, teria cometido “Crime Militar e de Transgressão Disciplinar”. Uma solução de IPM concluída de forma genérica, sem descrição da conduta do investigado. No entanto, uma fonte que teve acesso a todo conteúdo do IPM, garante que há procedência no indiciamento. O Blog do Elimar Côrtes teve acesso somente à Solução, publicada no Boletim Reservado da PMES.

De acordo com os coronéis Nylton e Brezinski, o tenente-coronel Rogério fez críticas ao “Comando Geral da PMES e ao Governo do Estado em entrevistas e/ou matérias veiculadas em jornais de grande circulação no Espírito Santo”.

O presidente do Clube dos Oficiais simplesmente tece comentários – quando procurado pela imprensa – a respeito da crise instalada na segurança pública capixaba a partir de fevereiro deste ano, quando praças – em sua maioria – se aquartelaram, com apoio dos familiares e amigos dos policiais militares, que se colocaram à frente dos quartéis  e demais unidades da PMES de todo o Estado, impossibilitando a saída de viaturas e da tropa para o policiamento de rua.

O encarregado do IPM, coronel Brezinski, diz que “a leitura dos autos aponta que após o movimento grevista de fevereiro do corrente ano”, o tenente coronel Rogério concedeu entrevistas e/ou publicou artigos em jornais de grande porte no Espírito Santo, cujos assuntos se referiam:

A) Proposta para que policiais militares de folga fossem empregados em atividades de policiamento ostensivo remuneradas pelos municípios;

B) Defesa da anistia aos policiais envolvidos nas manifestações;

C) Expectativa de reposição salarial pelos policiais militares

D) Críticas ao Governo Estadual e Comando Geral em matéria alusiva ao “Dia do Soldado”

Diz ainda o coronel-corregedor que, em suas  diligências, juntou documentos, cópias de matérias publicadas em jornais capixabas, atas notariais referentes às publicações nas redes sociais Facebook e Instagram, por meio dos perfis do oficial acusado (tenente-coronel Rogério), ouviu o investigado e testemunhas, trouxe aos autos uma mídia contendo um vídeo gravado por representantes das entidades de classe da PM e CBMES durante o movimento de fevereiro.

No IPM, o tenente-coronel Rogério alegou que não teve intenção de afrontar ou desmerecer o Comandante Geral da PMES. No entanto, sublinha o corregedor Brezinski, “verificou-se que após ser ouvido na presente apuração, o oficial (Rogério) utilizou de canais de comunicação bastante conhecidos em nosso Estado, sobretudo no meio policial, para criticar o fato de estar sendo investigado por um IPM, tecendo assim novos comentários, o que demonstrou grande contradição no posicionamento do oficial”.

Ao concordar (homologar) a conclusão do IPM, o comandante-geral, coronel Nylton Rodrigues, comete uma falha, seja por desconhecimento – o que é perdoável –  ou  por conveniência política – o que é condenável. Ele enviou cópia do IPM para o promotor de Justiça Marcelo Zenkner, titular da 26ª  Promotoria Cível de Vitória, para que seja analisada a possibilidade de uma denúncia contra o tenente-coronel Rogério por Improbidade Administrativa.

Ocorre que os autos, que também foram encaminhados legalmente para a  Vara da Auditoria da Justiça Militar Estadual, seguirão de imediato para a  Promotoria de Justiça Junto à Auditoria Militar. O IPM será entregue à promotora de Justiça Karla Dias Sandoval Mattos Silva, que tem atribuição extrajudicial na Promotoria. Caberá à doutora Karla Sandoval promover ou não a denúncia contra o tenente-coronel Rogério.

Ao final de todos procedimentos, a  promotora de Justiça Karla Sandoval encaminha cópia de seu trabalho à  21ª Promotoria de Justiça Criminal,  que tem atribuição no Controle Externo (modalidade concentrada) da Atividade-Fim Policial, com abrangência em Vitória,  Vila Velha, Cariacica e Serra.

O atual titular da 21ª Promotoria de Justiça Criminal é o promotor de Justiça Paulo Panaro Figueira Filho. É ele o responsável por promover ou não denúncia contra policiais – inclusive militares  –  em Ação de Improbidade Administrativa quando o suposto crime foi cometido no exercício da atividade policial.

E mais: na solução, o corregedor  Reinaldo Brezinski cita quatro assuntos comentados pelo tenente-coronel Rogério que o comandante-geral da PM considerou crimes – a) Proposta para que policiais militares de folga fossem empregados em atividades de policiamento ostensivo remuneradas pelos municípios; b) Defesa da anistia aos policiais envolvidos nas manifestações; c) Expectativa de reposição salarial pelos policiais militares; d) Críticas ao Governo Estadual e Comando Geral em matéria alusiva ao “Dia do Soldado”.

Os coronéis Nylton e Brezinski esqueceram de outro “crime” cometido pelo presidente do Clube dos Oficiais, tenente-coronel Rogério Fernandes Lima: as manifestações que o oficial fez contra a Procuradoria Geral da República que, em julho deste ano, entrou junto ao Superior Tribunal de Justiça  com pedido de Incidente de Deslocamento de Competência que visa a federalização da apuração de condutas e eventual responsabilização dos oficiais da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo envolvidos no movimento paredista de fevereiro deste ano.

Só para refrescar a memória dos coronéis Nylton e Brezinski: sobre o pedido de federalização, o tenente-coronel Rogério considerou “lamentável” o pedido feito pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “porque o PGR não está questionando só a isenção dos Conselhos de Justiça Militar do Estado para fazer esse julgamento, mas também todo o sistema de Justiça capixaba”.

O presidente do Clube dos Oficiais disse mais: “Penso que não é a melhor decisão. É uma pena que o nosso procurador-geral da República,  movido não sei por qual intenção, faça um pedido como esse. Na Justiça Militar Estadual, o julgamento de praças e de oficiais é um julgamento conduzido por um juiz togado (ou seja, da Justiça comum). São conselhos permanentes de Justiça Militar, formados por quatro oficiais e por um juiz togado. Agora, se por acaso houver a absolvição por parte do conselho, ainda cabe ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo. E, quando o MPES recorre, o processo sobe para o Tribunal de Justiça, onde os desembargadores podem reformar a decisão. Então, Rodrigo Janot não está desconfiando só da Justiça Militar, mas também do MPES e do TJES. Ele já está colocando que os policiais militares são culpados sem antes ter um conjunto probatório para falar isso”.

O tenente-coronel Rogério falou mais: “A peça elaborado pelo doutor Rodrigo Janot não apresenta qualquer fundamentação. Ele não traz provas, apenas faz pré-julgamentos sem qualquer apresentação de fatos concretos e provas”.

De acordo com o tenente-coronel Rogério, “o pedido apresentado pela PGR (Procuradoria-Geral da República), a meu ver, não preenche os requisitos constitucionais necessários. Não vivemos no Estado de exceção e sim, no Estado de Direito e por isso a Constituição Federal e os seus princípios fundamentais devem ser respeitados por todos. Federalizar o ocorrido (aquartelamento) no Espírito Santo é macular toda a ordem constitucional. E mais: se concordarmos com isso os policiais militares do Espírito Santo terão os seus direitos humanos violados. Amanhã, sob o mesmo jugo de se ‘fazer Justiça’, poderá o cidadão ser vítima do mesmo estratagema, a história é pródiga em nós mostrar esses cenários”.

Claro que, com essas fortes e expressivas palavras, o tenente-coronel Rogério saiu em defesa não só da PMES, mas bem como do sistema de Justiça capixaba. Claro que a fala dele beneficia o comandante-geral, coronel Nylton Rodrigues, e o corregedor  Brezinski. A federalização das investigações do aquartelamento, que ainda vai ser analisada pelo STJ, desmoraliza qualquer Comando Geral.

Claro que ninguém na PM deseja a federalização. Se ela acontecer, outros crimes poderão ser descobertos. Quem sabe, com a federalização, os procuradores da República não  ressuscitam casos já engavetados, como denúncias de assédio sexual de oficiais contra soldadas e contra próprias oficiais; denúncias de relações sexuais entre oficiais e alunas-oficiais dentro de unidades militares; denúncias de relações sexuais dentro de viatura; e outros delitos gravíssimos.

Nos anos 2000, teve o caso de um tenente-coronel que, mesmo de férias, ficava indevidamente com a viatura de sua unidade. Num dos passeios com o carro público, ele foi flagrado mantendo relação sexual com a namorada dentro da viatura. Foi investigado e “punido” com oito dias detenção.

Antes do cumprimento da prisão, no entanto, houve troca de comandante-geral da PM. A punição foi só para inglês ver. Por meio de um acordo de compadres-oficiais, o  comandante que deixou o cargo “puniu”, mas o seu sucessor, no primeiro dia de comando, suspendeu o ato da “punição”, algo que a legislação castrense permite ao Comandante-Geral.

Como se observa, os casos acima foram até investigados, mas jamais punidos. Já os “crimes” de liberdade de expressão e a defesa dos direitos básicos – como reposição salarial – de uma categoria têm de ser severamente punidos pelo comandante e o corregedor-geral da PM, coronéis Nylton Rodrigues e Reinaldo Brezinski, para servir de exemplo para a tropa.

Portanto, assédio e orgia sexuais dentro do ambiente militar no Espírito Santo, podem! Liberdade de expressão e defesa dos direitos dos próprios oficiais donos da caneta, não!

O outro lado

Procurado pelo Blog do Elimar Côrtes, o presidente da Assomes/Clube dos Oficiais, tenente-coronel Rogério Fernandes Lima, preferiu não se manifestar sobre a decisão do comando-geral da PM de indiciá-lo por “suposta prática de Crime Militar e de Transgressão Disciplinar”.

Apenas disse ter ficado surpreso com a instauração do IPM e sua solução final. Reiterou o que vem dizendo aos jornais e TVs: jamais criticou o atacou o comandante-geral, coronel Nylton Rodrigues, ou o governo do Estado.

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