Quando era comandante-geral da Polícia Militar, o agora coronel da reserva remunerada e comentarista de segurança pública da TV Vitória Ronalt Willian de Oliveira (foto) ganhou fama de perseguidor. Até mesmo alguns de seus colegas de turma – portanto, também coronéis – denunciaram ter sido vítimas dele. Os praças, então, eram os que mais sofriam.
Um deles foi o soldado Jorge Barbosa Filho, que estava lotado no Núcleo de Repressões às Organizações Criminosas (Nuroc) em 2008, quando o então tenente-coronel Ronalt Willian foi flagrado, em escutas telefônicas, negociando venda de munições para um ex-soldado da PM ligado a traficantes da Ilha do Príncipe, em Vitória. Foi o Nuroc que, por meio de ordem judicial, interceptou as conversas entre o então tenente-coronel Willian e o ex-soldado.
O calvário do agora ex-soldado Barbosa começou em outubro de 2008, quando ele e um grupo de pessoas acusadas de tráfico – incluindo outros militares – foram presos na Operação Êxodo, realizada pelo Ministério Público Estadual em parceria com a Corregedoria da Polícia Militar. Posteriormente, o próprio Ministério Público reconheceu a inocência do então soldado Barbosa e pediu a sua absolvição.
Em 12 de dezembro de 2012, o juiz Pedro Benedito Alves Sant’Ana, da 4ª Vara Criminal de Vitória, proferiu a sentença nos autos de número 0017144-67.2010.8.08.0024, confirmando a absolvição de Barbosa nas três acusações imputadas, inicialmente, a ele pelo MP: Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no CPB; Realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei; e por formação de quadrilha. Não havia, portanto, no processo nenhuma prova contra o soldado Barbosa.
Mesmo diante da absolvição na Justiça, a Corregedoria da PM prosseguiu com o Processo Administrativo Disciplina (PAD) contra o soldado Barbosa e, em abril de 2013, publicou a solução do caso, opinando por sua exclusão da PMES. O ato da exclusão foi publicado no Boletim Geral da PM de nº 013, em 27 de março de 2013 e homologado pelo então comandante-geral da corporação, coronel Ronalt Willian.
Em maio de 2013, o advogado Aloísio Lira protocolou no Comando Geral da PM ‘Pedido de Reconsideração de Ato’ em favor de seu cliente, o ex-soldado Jorge Barbosa. Em seus memoriais, o advogado fez um breve histórico da vida profissional e pessoal de Barbosa, informando que ele ingressou na Polícia Militar em 20 de outubro de 1997.
“A partir de seu Curso de Formação de Soldados, o soldado Jorge Barbosa sempre se destacou no combate ao crime. Foram 28 elogios, todos de destaque. Suas ocorrências de apreensão de drogas extrapolam o limite do corriqueiro. Foram centenas de quilos de entorpecentes retirados de circulação", afirmou o advogado Aloísio Lira no recurso.
O ‘Pedido de Reconsideração de Ato’ em favor de Barbosa ainda não foi concluído pela Polícia Militar. No entanto, em 6 de maio de 2014, o então comandante-geral da PM, coronel Edmilson dos Santos, enviou ofício ao governador Renato Casagrande comunicando que se sentia impedido de tomar alguma decisão porque foi testemunha de defesa do Barbosa durante a fase do processo.
Porém, no mesmo ofício, o coronel Edmilson acrescentou que, “por muitos anos, acompanhei a conduta profissional do militar (Jorge Barbosa Filho) e o considero apto e merecedor de ser reconduzido à PMES.” Edmilson dos Santos tentou, assim, desfazer a injustiça cometida por seu antecessor.
Hoje, o caso agora se encontra na Secretaria de Casa Civil do atual governo, de Paulo Hartung. Comentários no Quartel do Comando Geral dão conta de que o coronel Ronalt Willian, mesmo depois de deixar o cargo de comandante em maio de 2013 – quando foi exonerado por Casagrande e substituído por Edmilson dos Santos – continuou usufruindo de muito prestígio com o governo. Tanto que saiu do Comando-Geral e foi ser Assessor Especial na Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), até ir para a Reserva Remunerada, onde, segundo consta, fazia pressão para impedir a reintegração do cidadão Barbosa.
O problema do soldado Barbosa é que o coronel Ronalt Willian achou que ele (Barbosa) participou da investigação do Nuroc que flagrou o então tenente-coronel Ronalt Willian vendendo munições para um soldado ligado a traficantes. Barbosa até que sabia da existência da investigação, mas não participou dela. Foi, portanto, perseguido por algo que não fez e que, se fizesse, estaria agindo dentro da lei.
Um deles foi o soldado Jorge Barbosa Filho, que estava lotado no Núcleo de Repressões às Organizações Criminosas (Nuroc) em 2008, quando o então tenente-coronel Ronalt Willian foi flagrado, em escutas telefônicas, negociando venda de munições para um ex-soldado da PM ligado a traficantes da Ilha do Príncipe, em Vitória. Foi o Nuroc que, por meio de ordem judicial, interceptou as conversas entre o então tenente-coronel Willian e o ex-soldado.
O calvário do agora ex-soldado Barbosa começou em outubro de 2008, quando ele e um grupo de pessoas acusadas de tráfico – incluindo outros militares – foram presos na Operação Êxodo, realizada pelo Ministério Público Estadual em parceria com a Corregedoria da Polícia Militar. Posteriormente, o próprio Ministério Público reconheceu a inocência do então soldado Barbosa e pediu a sua absolvição.
Em 12 de dezembro de 2012, o juiz Pedro Benedito Alves Sant’Ana, da 4ª Vara Criminal de Vitória, proferiu a sentença nos autos de número 0017144-67.2010.8.08.0024, confirmando a absolvição de Barbosa nas três acusações imputadas, inicialmente, a ele pelo MP: Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no CPB; Realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei; e por formação de quadrilha. Não havia, portanto, no processo nenhuma prova contra o soldado Barbosa.
Mesmo diante da absolvição na Justiça, a Corregedoria da PM prosseguiu com o Processo Administrativo Disciplina (PAD) contra o soldado Barbosa e, em abril de 2013, publicou a solução do caso, opinando por sua exclusão da PMES. O ato da exclusão foi publicado no Boletim Geral da PM de nº 013, em 27 de março de 2013 e homologado pelo então comandante-geral da corporação, coronel Ronalt Willian.
Em maio de 2013, o advogado Aloísio Lira protocolou no Comando Geral da PM ‘Pedido de Reconsideração de Ato’ em favor de seu cliente, o ex-soldado Jorge Barbosa. Em seus memoriais, o advogado fez um breve histórico da vida profissional e pessoal de Barbosa, informando que ele ingressou na Polícia Militar em 20 de outubro de 1997.
“A partir de seu Curso de Formação de Soldados, o soldado Jorge Barbosa sempre se destacou no combate ao crime. Foram 28 elogios, todos de destaque. Suas ocorrências de apreensão de drogas extrapolam o limite do corriqueiro. Foram centenas de quilos de entorpecentes retirados de circulação", afirmou o advogado Aloísio Lira no recurso.
O ‘Pedido de Reconsideração de Ato’ em favor de Barbosa ainda não foi concluído pela Polícia Militar. No entanto, em 6 de maio de 2014, o então comandante-geral da PM, coronel Edmilson dos Santos, enviou ofício ao governador Renato Casagrande comunicando que se sentia impedido de tomar alguma decisão porque foi testemunha de defesa do Barbosa durante a fase do processo.
Porém, no mesmo ofício, o coronel Edmilson acrescentou que, “por muitos anos, acompanhei a conduta profissional do militar (Jorge Barbosa Filho) e o considero apto e merecedor de ser reconduzido à PMES.” Edmilson dos Santos tentou, assim, desfazer a injustiça cometida por seu antecessor.
Hoje, o caso agora se encontra na Secretaria de Casa Civil do atual governo, de Paulo Hartung. Comentários no Quartel do Comando Geral dão conta de que o coronel Ronalt Willian, mesmo depois de deixar o cargo de comandante em maio de 2013 – quando foi exonerado por Casagrande e substituído por Edmilson dos Santos – continuou usufruindo de muito prestígio com o governo. Tanto que saiu do Comando-Geral e foi ser Assessor Especial na Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), até ir para a Reserva Remunerada, onde, segundo consta, fazia pressão para impedir a reintegração do cidadão Barbosa.
O problema do soldado Barbosa é que o coronel Ronalt Willian achou que ele (Barbosa) participou da investigação do Nuroc que flagrou o então tenente-coronel Ronalt Willian vendendo munições para um soldado ligado a traficantes. Barbosa até que sabia da existência da investigação, mas não participou dela. Foi, portanto, perseguido por algo que não fez e que, se fizesse, estaria agindo dentro da lei.