A primeira vez que vi Marco Antônio Gomes foi na redação de A Tribuna, entre os anos de 1989 e 1992, quando o petista Vitor Buaiz era prefeito de Vitória. Recém formado em Direito, Marco Antônio na época era estagiário do escritório daquele que foi um dos maiores criminalistas do País, Vinicius Bittencourt – baiano de nascimento, mas capixaba de coração.
Marco logo fez amizade com o editor de Política, Ronaldo Montalvão, e passou para o jornal A Tribuna um furo de reportagem: denunciou, com fotos e gravações, uma espécie de “SNI” dentro da Prefeitura de Vitória, administrada pelos petistas. O “Serviço Nacional de Informação” era instalado dentro da então Coordenadoria de Comunicação da Prefeitura e servia para patrulhar quem criticava as ações dos petistas à frente da Administração da Capital. Os arapongas de Vitor Buaiz filmavam, fotografavam e gravavam quem ousava criticar os petistas.
Marco Antônio Gomes sabia o que estava denunciando. Afinal, antes de entrar para a carreira jurídica, ele foi oficial da Marinha do Brasil, servindo no Corpo de Fuzileiros Navais. Atuava, sobretudo, em missões secretas, pois era lotado no Serviço de Inteligência da Marinha justamente nos anos de chumbo, durante a ditadura militar.
Marco adorava a advocacia, mas era descrente no sistema de Justiça. Certa vez me contou a história trágica ocorrida em sua família, quando seu filho caçula foi vítima de acidente, em Camburi, e morreu atropelado. O motorista acusado de atropelar o menino seria julgado e condenado, mas coube ao próprio Marco Antônio Gomes chegar para o juiz e dizer que o motorista não foi culpado pelo acidente.
“Eu já havia perdido meu filho e a condenação injusta daquele homem não iria trazer o menino de volta. Falei a verdade, porque o cidadão seria condenado por algo que ele não teve culpa: foi uma fatalidade”, reconheceu o pai, anos mais tarde.
Marco Antônio Gomes atuou em diversos processos criminais. Tinha uma vasta experiência nos Tribunais do Júri. Nunca escondeu que aprendeu muito com o saudoso criminalista Vinicius Bittencourt, também já falecido.
Um dos júris mais importantes que os dois atuaram juntos teve com réu o sem-terra José Rainha Júnior, realizado em Vitória. Depois de condenado pelo Tribunal do Júri de Pedro Canário, onde José Rainha e seu bando mataram um policial militar e um fazendeiro, nos anos 80, o PT e o MST contrataram uma grande banca nacional de criminalistas para reverter o caso. A defesa recorreu e o primeiro julgamento de José Rainha foi anulado.
Além disso, o Tribunal de Justiça desaforou o julgamento para Vitória, onde Rainha foi absolvido, mesmo diante das provas concretas, levadas aos autos pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo, de sua participação no duplo homicídio durante invasão a uma fazenda no Norte capixaba. Marco Antônio Gomes e Vinicius Bittencourt eram assistentes de acusação, contratados pela família do fazendeiro assassinado.
Marco Antônio Gomes não fugia de divididas. Era polêmico dentro do que defendia: a Justiça. Certa vez, deu voz de prisão para agentes penitenciários dentro de uma cadeia capixaba, por maus tratos a presos.
Marco Antônio Gomes, que tinha 65 anos de idade, morreu na noite de segunda-feira (12/09). Estava internado há mais de dois meses. Nas redes sociais, diversas mensagens marcam as referências de colegas, amigos e familiares a Marco Antônio Gomes,. Uma delas foi escrita por sua esposa, Eudenes Gomes, e diz:
“Marco Antonio Gomes!
Meu Exemplo,
Meu Orgulho,
Minha Admiração,
Meu Guerreiro...
Saiba, que vc não perdeu a luta...
Ela que foi desleal com vc!!!”
Marco logo fez amizade com o editor de Política, Ronaldo Montalvão, e passou para o jornal A Tribuna um furo de reportagem: denunciou, com fotos e gravações, uma espécie de “SNI” dentro da Prefeitura de Vitória, administrada pelos petistas. O “Serviço Nacional de Informação” era instalado dentro da então Coordenadoria de Comunicação da Prefeitura e servia para patrulhar quem criticava as ações dos petistas à frente da Administração da Capital. Os arapongas de Vitor Buaiz filmavam, fotografavam e gravavam quem ousava criticar os petistas.
Marco Antônio Gomes sabia o que estava denunciando. Afinal, antes de entrar para a carreira jurídica, ele foi oficial da Marinha do Brasil, servindo no Corpo de Fuzileiros Navais. Atuava, sobretudo, em missões secretas, pois era lotado no Serviço de Inteligência da Marinha justamente nos anos de chumbo, durante a ditadura militar.
Marco adorava a advocacia, mas era descrente no sistema de Justiça. Certa vez me contou a história trágica ocorrida em sua família, quando seu filho caçula foi vítima de acidente, em Camburi, e morreu atropelado. O motorista acusado de atropelar o menino seria julgado e condenado, mas coube ao próprio Marco Antônio Gomes chegar para o juiz e dizer que o motorista não foi culpado pelo acidente.
“Eu já havia perdido meu filho e a condenação injusta daquele homem não iria trazer o menino de volta. Falei a verdade, porque o cidadão seria condenado por algo que ele não teve culpa: foi uma fatalidade”, reconheceu o pai, anos mais tarde.
Marco Antônio Gomes atuou em diversos processos criminais. Tinha uma vasta experiência nos Tribunais do Júri. Nunca escondeu que aprendeu muito com o saudoso criminalista Vinicius Bittencourt, também já falecido.
Um dos júris mais importantes que os dois atuaram juntos teve com réu o sem-terra José Rainha Júnior, realizado em Vitória. Depois de condenado pelo Tribunal do Júri de Pedro Canário, onde José Rainha e seu bando mataram um policial militar e um fazendeiro, nos anos 80, o PT e o MST contrataram uma grande banca nacional de criminalistas para reverter o caso. A defesa recorreu e o primeiro julgamento de José Rainha foi anulado.
Além disso, o Tribunal de Justiça desaforou o julgamento para Vitória, onde Rainha foi absolvido, mesmo diante das provas concretas, levadas aos autos pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo, de sua participação no duplo homicídio durante invasão a uma fazenda no Norte capixaba. Marco Antônio Gomes e Vinicius Bittencourt eram assistentes de acusação, contratados pela família do fazendeiro assassinado.
Marco Antônio Gomes não fugia de divididas. Era polêmico dentro do que defendia: a Justiça. Certa vez, deu voz de prisão para agentes penitenciários dentro de uma cadeia capixaba, por maus tratos a presos.
Marco Antônio Gomes, que tinha 65 anos de idade, morreu na noite de segunda-feira (12/09). Estava internado há mais de dois meses. Nas redes sociais, diversas mensagens marcam as referências de colegas, amigos e familiares a Marco Antônio Gomes,. Uma delas foi escrita por sua esposa, Eudenes Gomes, e diz:
“Marco Antonio Gomes!
Meu Exemplo,
Meu Orgulho,
Minha Admiração,
Meu Guerreiro...
Saiba, que vc não perdeu a luta...
Ela que foi desleal com vc!!!”