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Fuga de sete presidiários do Centro de Detenção Provisória da Serra é o retrato do caos instalado no sistema prisional capixaba, denuncia Sindicato dos Inspetores Penitenciários

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A diretoria do Sindicato dos Inspetores do Sistema Penitenciário do Estado (Sindaspes) esteve durante todo o dia de quarta-feira (07/11) no Centro de Detenção Provisória da Serra (CDPS), de onde sete detentos fugiram na noite de terça-feira (06/11). Alan Matos Caetano, Anderson Vinicius Santos Pires, Brenner de Souza Julião, Levi Tiago da Silva, Luan Correa, Lucas Phelipe Calixto Carvalho e Thiago de Oliveira quebraram a ventana da cela, abriram os alambrados e conseguiram escapar.

O presidente do Sindaspes, Sóstenes Araújo, o diretor para Assuntos do Sistema Penal, Fernando César Leão Junior, e o advogado da entidade  Rafael Wandermurem se deslocaram para acompanhar as averiguações, analisar as condições estruturais e de trabalho na unidade prisional e dar suporte aos servidores que estavam de plantão.

“Constatamos que apenas 14 inspetores penitenciários estavam de plantão na unidade, responsáveis pela vigilância e guarda de 912 presos. Só aí são dois problemas aparentes: o CDPS tem capacidade para 548 detentos, ou seja, está superlotado, e o número de inspetores é sete vezes menor que o necessário, conforme resolução do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária  (CNPC), que prevê um servidor para cada cinco presos”, explicou Araújo.

O presidente ainda apontou outras falhas de segurança que culminaram na fuga.

“O CDPS é uma das unidades que refletem a falta de manutenção das unidades prisionais do Espírito Santo. Lá, encontramos desativada a torre 3, que dá visibilidade para a área onde os presos fugiram. De acordo com os servidores, a torre de vigilância e controle estava servindo de depósito de colchões; a câmera do local estava quebrada e virada para baixo; e não há sensores nos alambrados. Todas essas questões, de falta de manutenção e déficit de servidores, vêm sendo pontuadas junto ao Governo do Estado, porque figuram uma tragédia anunciada. No entanto, não tem havido retorno dessas nossas demandas. Esse é apenas um de dezenas de presídios no Estado em situação alarmante. A imagem que a sociedade tem de um sistema modelo, exemplo, é fruto do trabalho e do empenho desmedido do servidor para não deixar o caos se instalar, mas infelizmente nessas horas é ele a parte mais frágil e que o Estado tentará responsabilizar”, refletiu o presidente do Sindaspes, que continuou:

“Mas nós não permitiremos que os inspetores penitenciários  sejam responsabilizados pela imprudência e omissão do Estado. Por isso, nosso Jurídico acompanhou todas as oitivas dos servidores na Corregedoria da Sejus (Secretaria de Estado da Justiça) e iremos dar todo o suporte necessário para que não sejam retaliados ou responsabilizados pela ineficiência estatal”, finalizou Araújo.

A Diretoria de Operações Táticas (DOT) da Sejus esteve ontem na cadeia e permaneceu durante todo o dia, juntamente com a Equipe de Revista. Nenhum foragido foi recapturado até às 17 horas de quarta-feira. A Polícia segue com buscas para encontrar os presos. Quem tiver informações sobre a localização deles, pode entrar em contato com o Disque-Denúncia (181).


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