Quantcast
Channel: Blog do Elimar Côrtes
Viewing all articles
Browse latest Browse all 1576

MINISTÉRIO PÚBLICO, PM, SEJUS E DHPP SABEM QUE CHEFÕES DOS PRESÍDIOS COMANDAM MATANÇA E TRÁFICO NO ESTADO: Coronel Nylton, o "craque marqueteiro" da Segurança Pública, é o único que ignora os fatos

$
0
0
É incrível o poder do governo Paulo Hartung em criar factoides na área de segurança pública. Desta vez, o secretário da Segurança Pública e Defesa Social, coronel Nylton Rodrigues, copia seus antecessores, André Garcia e Rodney Miranda, e anuncia a criação de uma “nova Tropa de Elite na Polícia Militar” para combater crimes em morros.

A notícia saiu somente em A Tribuna desta quarta-feira (05/09), que acreditou em novo improviso de marketing contado por Nylton. O mesmo Nylton, que acabou com os grupos de elite da PM (BME e Rotam), em 2017 – por represália ao aquartelamento dos policiais –, agora fala em nova Tropa de Elite, “formada por policias treinados para atuar no combate ao crime organizado em áreas de difícil acesso, como escadarias, becos e morros”.

Primeiro, é preciso dizer que qualquer  policial militar sabe como subir morros e identificar criminosos. Segundo, o mesmo oficial que acabou com o BME e Rotam não tem sabedoria para criar outro grupo.

Na verdade, a tal “tropa especializada” anunciada com pompas pelo Nylton para atuar em morros se chama Cepaar (Curso de Patrulhamento em Áreas de Alto Risco). Pelo menos 90% dos “alunos” do curso são integrantes da Força Tática. Por isso, não existe criação de tropa especializada nenhuma.
Para estar na Força Tática, é necessário um curso de patrulhamento e todos que ainda não o têm estão sendo obrigados a fazer esse curso, pois 90% das vagas estão sendo direcionadas para os integrantes da Força Tática.

Segurança pública se faz com Inteligência, ostensividade policial, investigações céleres e ações proativas e não simplesmente reações. Segurança pública, meu caro Nylton, não se faz com improviso e nem jogadas de marketing. Deixa isso para a Andréa Lopes, a dona da Secom, onde “ela é craque”.

A fala do secretário-coronel Nylton Rodrigues aconteceu porque desde segunda-feira (03/09) os morros ao redor do Complexo da Penha tensão estão sob tensão por causa de uma série de tiroteios. O motivo foi a morte de Hiarley Pedrosa Poloni, de 22 anos, que tem relação com a “guerra” do tráfico de drogas na região.

Hiarley foi assassinado na noite de segunda-feira, em Consolação. No mesmo dia, mais cedo, ele teria matado outro traficante, na Ilha do Frade.

Serviços de Inteligência da PM, Sejus e DHPP contradizem o secretário-coronel Nylton Rodrigues

Outra questão que o secretário Nylton deveria reconhecer de vez é quanto ao domínio do tráfico nas comunidades da Grande Vitória e o controle que os chefões dos presídios têm sobre os bandidos que dominam os pontos de vendas de drogas na maioria dos bairros, mesmo de dentro da cadeia. Um dos líderes dos bandidos que comandam o tráfico de drogas e uma série de assassinatos de dentro da prisão é Carlos Alberto Furtado da Silva, o Beto, que sempre atuou no Complexo da Penha.

Exemplo cristalino foi a Operação Concerto, realizada terça-feira (04/09) pela própria Polícia Militar e o Ministério Público Estadual, por meio da Central de Inquéritos da Grande Vitória e do Grupo Especial de Trabalho em Execução Penal (Getep), nos bairros que compõem o Complexo da Penha, em Vitória. A operação teve apoio da Diretoria de Inteligência da PM, Diretoria de Inteligência da Secretaria de Estado da Justiça (DIP/Sejus) e da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil.

A ação foi realizada para desarticular uma organização criminosa com atuação, principalmente, na região do Bairro da Penha, em Vitória. O líder dessa organização cumpre pena na Penitenciária de Segurança Máxima II (PSMA II). Esse líder seria o dono da facção criminosa conhecida como Trem Bala e se chama Beto.

De acordo com o Ministério Público, por meio de relatórios oriundos dos órgãos de Inteligência da PM, Sejus e DHPP, foi possível esclarecer o funcionamento da organização criminosa. Foi apurado que os líderes da organização, em presídios, enviavam ordens para criminosos em liberdade para darem seguimento a atividades de tráfico de drogas e associação ao tráfico.

As ações coordenadas pelo Ministério Público em parceria com os serviços de Inteligência permitiram, mediante atividades realizadas com autorização da Justiça, monitorar as tentativas de repasse de informações entre traficantes. Em diversas ocasiões as mensagens também foram interceptadas por agentes da Diretoria de Inteligência Prisional. A análise desse material forneceu elementos para a operação.

O Ministério Público investiga diversos membros da organização criminosa e pediu o cumprimento de 17 mandados de busca e apreensão em pontos suspeitos de serem esconderijos de criminosos, armas de fogo, explosivos e drogas.

Na operação Concerto, a PM prendeu três bandidos. Um, deles atirou na direção dos policiais, que reagiram. O criminoso acabou sendo baleado na perna, que foi amputada.

Mesmo sabendo que foram os próprios órgãos de Inteligência das forças policiais (Dint e DHPP), que, em tese, ele comanda, o secretário Nylton Rodrigues mais uma vez demonstrou total desconhecimento do que ocorre na segurança pública. Em entrevista na manhã desta quarta-feira (05/09) ao Bom dia ES, da TV Gazeta, o coronel-secretário disse que desconhece a informação de que presidiários comandam o tráfico de drogas e assassinatos em bairros da Grande Vitória:

 “Os criminosos estão presos e isso não quer dizer que eles estejam comandando e dando ordens dos presídios. A população capixaba pode confiar no seu sistema prisional. A Sejus toma todas as providências para que não sejam utilizados aparelhos celulares dentro dos presídios”, declarou.

“Nosso sistema penitenciário é exemplar, com critérios de segurança altamente confiáveis. Se o Ministério Público sabe, que encaminha o nome para a Sesp e para a Sejus, para que se tome providências de isolamento e de transferência. É assim que se resolvem, os problemas, por meios legais”.

Depois dessa fala do secretário Nylton, o apresentador do Bom dia ES, jornalista Mário Bonella, lembrou ao Nylton que o nome do traficante Beto foi divulgado pelo Ministério Público e que constava em reportagem do jornal A Gazeta e do Gazeta Online.




Viewing all articles
Browse latest Browse all 1576


<script src="https://jsc.adskeeper.com/r/s/rssing.com.1596347.js" async> </script>