Há pouco mais de três meses, o tenente-coronel Heron Ronan Roman assumiu o comando de um dos mais importantes e estratégicos Batalhões da Polícia Militar, que é o 9º, com sede em Cachoeiro de Itapemirim. Foi num momento tenso, em que a PM saía de uma de suas maiores crises: o aquartelamento dos policiais militares, que durou 22 dias.
O tenente-coronel Heron, no entanto, foi aos poucos enfrentando as dificuldades. Com sua equipe de Oficiais e Praças, ajudou a área do 9º BPM – que abrange, além de Cachoeiro, os municípios de Castelo, Vargem Alta, Mimoso do Sul, Atílio Vivácqua e Muqui – a reduzir o número de homicídios no primeiro semestre deste ano: foram 17 agora em 2017 contra 25 ano passado. Uma redução de 32%. Em Cachoeiro, a queda foi maior: 42% – caiu de 19 para 11 assassinatos.
Em junho, foi registrado um homicídio no âmbito do 9º Batalhão. Até esta segunda-feira (10/07) pela manhã, o mês de julho também não teve nenhum assassinato na região. Portanto, até o momento, a redução na área total do 9º BPM chega a 34.61%, enquanto somente em Cachoeiro a queda é de 45%. O tenente-coronel Heron se reúne sempre com lideranças políticas e comunitárias dos municípios contemplados pelo 9º Batalhão, além de autoridades da Polícia Civil, com quem tem uma firme e importante parceria no combate à violência na região.
“Avalio como muito positivo esse período de atuação e credito aos nossos valorosos policiais do 9º Batalhão os resultados positivos. Confesso que, depois do período complicado que passamos em fevereiro, não imaginava que poderíamos alcançar resultados tão bons em tão pouco tempo, e o resultado alcançado só foi possível porque aqui no 9º Batalhão nós temos policiais excelentes, com grande poder de superação e reação, tanto que os dados estatísticos comprovam minha fala”, comenta o tenente-coronel Heron nesta entrevista.
Blog do Elimar Côrtes – O senhor assumiu quando o comando do 9° BPM?
Tenente-coronel Heron Ronan Roman – Assumi o comando do 9° Batalhão da PM, com sede em Cachoeiro de Itapemirim, no dia 23 de março deste ano e foi uma grande honra ser escolhido para comandar um Batalhão com tamanha envergadura e tão importante para os capixabas do Sul do Estado. Agradeço ao comandante-geral, coronel Nylton Rodrigues, e ao subcomandante-geral, coronel Rogério Barcellos, por terem me confiado essa missão que é tão desafiadora na carreira de um oficial.
Principalmente porque o 9° Batalhão é responsável pelo policiamento em importantes cidades. Além de Cachoeiro, temos Castelo, Vargem Alta, Mimoso do Sul, Atílio Vivácqua e Muqui. Cachoeiro é o município com maior população do Sul do Estado, seguido por Castelo, sendo que Cachoeiro ainda possui uma grande população flutuante em virtude de se posicionar como referência no terceiro setor do Sul do Espírito Santo.
– Desde que assumiu, que políticas implementou no Batalhão como forma de dar continuidade ao combate à violência na região?
– Cheguei no Batalhão após um período muito complicado pelo qual nossa Polícia Militar e, especialmente nossa sociedade, vivenciaram, e isso tornou ainda mais difícil a minha missão. Acredito muito no poder do diálogo para o alcance de melhores resultados. Tenho reunido permanentemente com nossos Oficiais e Praças para incentivá-los cada vez mais, demonstrando à nossa tropa a importância do nosso trabalho na defesa da sociedade. Penso que o Policial deve ser valorizado e busco sempre elogiar o nosso policial pelo trabalho exitoso.
Nas áreas estratégica e tática temos buscado a integração com os atores envolvidos na segurança pública por meio de reuniões do Gabinete de Gestão Integrada do Município de Cachoeiro (GGIM)), da Área Integrada de Segurança Pública (AISP 09). Tenho participado de audiências públicas com a comunidade e de reuniões com as lideranças políticas, autoridades e personalidades da Região Sul.
Na área operacional estamos trabalhando com várias frentes, procurando robustecer a Companhia de Força Tática, agregando novos policiais, realizando treinamentos e equipando melhor as equipes. Buscamos aperfeiçoar o nosso setor de Planejamento (P/3)- também agregando novos policiais; implementando operações policiais sistematicamente (cerco tático, pontos de bloqueio, blitz, etc.) e trabalhando com os setores mais integrados.
Tenho também contado com apoio e experiência do comandante de Polícia Ostensiva do Sul (CPOS), coronel Alessandro Marin, que já foi comandante do 9º BPM.
– Qual o balanço das atividades nesse período?
– Neste primeiro semestre a área integrada de segurança pública, do qual faz parte o 9º Batalhão, registrou uma queda de 32% na taxa de homicídios, sendo que Cachoeiro apresentou uma redução de 42%, com o menor índice dos últimos nove anos nos primeiros seis do ano. Isso se deve ao compromisso da Policia Militar e da Policia Civil no combate aos homicídios, sendo importante frisar que temos um bom relacionamento com a Polícia Civil, o que nos permite uma maior integração e o alcance de resultados positivos.
Neste ano já conseguimos apreender 91 armas de fogo de diversos calibres, sendo que nos meses de abril, maio e junho, fizemos uma média de uma arma apreendida a cada 40 horas. Contamos, ainda, com mais de 45 mandados de prisão cumpridos, sendo oito por homicídio e um por latrocínio, 813 buchas de maconha, 1.531 pedras de crack, 525 papelotes e pinos de cocaína, 171 veículos recuperados, 19.984 ocorrências atendidas e 2.408 Autos de Infração de Trânsito confeccionados para garantir, também, a segurança nas vias públicas de nossas cidades.
Para que o leitor tenha uma real dimensão do empenho e dinamismo da nossa tropa, não posso deixar de destacar duas ocorrências recentes na cidade de Cachoeiro. Uma foi no último dia 20 de junho, em que a comunidade de Bela Vista entrou em contato com o Batalhão e disse estar havendo um suposto toque de recolher imposto por traficantes. Imediatamente nosso Serviço de Inteligência entrou em ação, identificando os criminosos e, logo após, a nossa Força Tática realizou uma operação que conseguiu deter três traficantes envolvidos na ocorrência, além de apreender com eles duas armas calibre 12 com 13 munições, e ainda 212 pedras de crack, 128 pinos de cocaína e 208 buchas de maconha.
No dia seguinte, 21 de junho, em resposta a um assassinato registrado no Bairro Zumbi, foi realizada uma operação e foi possível deter dois envolvidos no crime com duas armas, um revólver calibre .38 e um revólver calibre .32.
– Qual avaliação o senhor faz desse período de atuação?
– Avalio como muito positivo esse período de atuação e credito aos nossos valorosos policiais do 9º Batalhão os resultados positivos. Confesso que, depois do período complicado que passamos em fevereiro, não imaginava que poderíamos alcançar resultados tão bons em tão pouco tempo, e o resultado alcançado só foi possível porque aqui no 9º Batalhão nós temos policiais excelentes, com grande poder de superação e reação, tanto que os dados estatísticos comprovam minha fala.
– De que forma tem sido a atuação da PM junto à população de Cachoeiro e dos demais municípios que o 9º Batalhão abrange?
– Temos trabalhado muito com a filosofia de Policiamento Comunitário junto à população, realizando reuniões comunitárias, palestras em escolas e com o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd). Acreditamos muito na importância da participação das comunidades para o nosso melhor desempenho nas ações de prevenção.
– O momento que o Estado atravessa, assim como todo o País, é de crise financeira e política. A Polícia Militar vem de um movimento atípico, que foi o aquartelamento no mês de fevereiro. O que o senhor e seus oficiais têm feito para manter em alta a autoestima da tropa no âmbito do 9º Batalhão? E qual tem sido a resposta da tropa?
– Realmente o momento que passamos em fevereiro foi atípico. Nos meus 23 anos de carreira nunca havia presenciado algo de tamanha magnitude, mas acredito que o momento é de superação. Devemos olhar para o futuro e não ficarmos presos ao passado. Temos estimulado muito a tropa para manter a autoestima elevada, apesar da situação financeira a que todos estamos acometidos.
O nosso País ainda passa por uma crise financeira e política muito grave e isso tem afetado as receitas dos Estados, e com o Espírito Santo não é diferente. Sabemos, ainda, que nosso Estado foi afetado pela queda de receita dos royalties do petróleo e a pela paralisação após grave acidente envolvendo a Samarco. Penso que iremos superar essa crise e nosso Estado irá ocupar uma posição de destaque entre os entes da federação.
Com isso tenho convicção que o governo não deixará de dar o devido valor aos nossos policiais militares, que já ocuparam a terceira melhor remuneração entre as Polícias Militares do País, mas hoje têm sofrido com a falta de reajuste linear decorrente das inflações dos anos de 2014, 2015, 2016, sem contar a de que será consolidada em 2017 que ocasionaram as perdas salariais.
O tenente-coronel Heron, no entanto, foi aos poucos enfrentando as dificuldades. Com sua equipe de Oficiais e Praças, ajudou a área do 9º BPM – que abrange, além de Cachoeiro, os municípios de Castelo, Vargem Alta, Mimoso do Sul, Atílio Vivácqua e Muqui – a reduzir o número de homicídios no primeiro semestre deste ano: foram 17 agora em 2017 contra 25 ano passado. Uma redução de 32%. Em Cachoeiro, a queda foi maior: 42% – caiu de 19 para 11 assassinatos.
Em junho, foi registrado um homicídio no âmbito do 9º Batalhão. Até esta segunda-feira (10/07) pela manhã, o mês de julho também não teve nenhum assassinato na região. Portanto, até o momento, a redução na área total do 9º BPM chega a 34.61%, enquanto somente em Cachoeiro a queda é de 45%. O tenente-coronel Heron se reúne sempre com lideranças políticas e comunitárias dos municípios contemplados pelo 9º Batalhão, além de autoridades da Polícia Civil, com quem tem uma firme e importante parceria no combate à violência na região.
“Avalio como muito positivo esse período de atuação e credito aos nossos valorosos policiais do 9º Batalhão os resultados positivos. Confesso que, depois do período complicado que passamos em fevereiro, não imaginava que poderíamos alcançar resultados tão bons em tão pouco tempo, e o resultado alcançado só foi possível porque aqui no 9º Batalhão nós temos policiais excelentes, com grande poder de superação e reação, tanto que os dados estatísticos comprovam minha fala”, comenta o tenente-coronel Heron nesta entrevista.
Blog do Elimar Côrtes – O senhor assumiu quando o comando do 9° BPM?
Tenente-coronel Heron Ronan Roman – Assumi o comando do 9° Batalhão da PM, com sede em Cachoeiro de Itapemirim, no dia 23 de março deste ano e foi uma grande honra ser escolhido para comandar um Batalhão com tamanha envergadura e tão importante para os capixabas do Sul do Estado. Agradeço ao comandante-geral, coronel Nylton Rodrigues, e ao subcomandante-geral, coronel Rogério Barcellos, por terem me confiado essa missão que é tão desafiadora na carreira de um oficial.
Principalmente porque o 9° Batalhão é responsável pelo policiamento em importantes cidades. Além de Cachoeiro, temos Castelo, Vargem Alta, Mimoso do Sul, Atílio Vivácqua e Muqui. Cachoeiro é o município com maior população do Sul do Estado, seguido por Castelo, sendo que Cachoeiro ainda possui uma grande população flutuante em virtude de se posicionar como referência no terceiro setor do Sul do Espírito Santo.
– Desde que assumiu, que políticas implementou no Batalhão como forma de dar continuidade ao combate à violência na região?
– Cheguei no Batalhão após um período muito complicado pelo qual nossa Polícia Militar e, especialmente nossa sociedade, vivenciaram, e isso tornou ainda mais difícil a minha missão. Acredito muito no poder do diálogo para o alcance de melhores resultados. Tenho reunido permanentemente com nossos Oficiais e Praças para incentivá-los cada vez mais, demonstrando à nossa tropa a importância do nosso trabalho na defesa da sociedade. Penso que o Policial deve ser valorizado e busco sempre elogiar o nosso policial pelo trabalho exitoso.
Nas áreas estratégica e tática temos buscado a integração com os atores envolvidos na segurança pública por meio de reuniões do Gabinete de Gestão Integrada do Município de Cachoeiro (GGIM)), da Área Integrada de Segurança Pública (AISP 09). Tenho participado de audiências públicas com a comunidade e de reuniões com as lideranças políticas, autoridades e personalidades da Região Sul.
Na área operacional estamos trabalhando com várias frentes, procurando robustecer a Companhia de Força Tática, agregando novos policiais, realizando treinamentos e equipando melhor as equipes. Buscamos aperfeiçoar o nosso setor de Planejamento (P/3)- também agregando novos policiais; implementando operações policiais sistematicamente (cerco tático, pontos de bloqueio, blitz, etc.) e trabalhando com os setores mais integrados.
Tenho também contado com apoio e experiência do comandante de Polícia Ostensiva do Sul (CPOS), coronel Alessandro Marin, que já foi comandante do 9º BPM.
– Qual o balanço das atividades nesse período?
– Neste primeiro semestre a área integrada de segurança pública, do qual faz parte o 9º Batalhão, registrou uma queda de 32% na taxa de homicídios, sendo que Cachoeiro apresentou uma redução de 42%, com o menor índice dos últimos nove anos nos primeiros seis do ano. Isso se deve ao compromisso da Policia Militar e da Policia Civil no combate aos homicídios, sendo importante frisar que temos um bom relacionamento com a Polícia Civil, o que nos permite uma maior integração e o alcance de resultados positivos.
Neste ano já conseguimos apreender 91 armas de fogo de diversos calibres, sendo que nos meses de abril, maio e junho, fizemos uma média de uma arma apreendida a cada 40 horas. Contamos, ainda, com mais de 45 mandados de prisão cumpridos, sendo oito por homicídio e um por latrocínio, 813 buchas de maconha, 1.531 pedras de crack, 525 papelotes e pinos de cocaína, 171 veículos recuperados, 19.984 ocorrências atendidas e 2.408 Autos de Infração de Trânsito confeccionados para garantir, também, a segurança nas vias públicas de nossas cidades.
Para que o leitor tenha uma real dimensão do empenho e dinamismo da nossa tropa, não posso deixar de destacar duas ocorrências recentes na cidade de Cachoeiro. Uma foi no último dia 20 de junho, em que a comunidade de Bela Vista entrou em contato com o Batalhão e disse estar havendo um suposto toque de recolher imposto por traficantes. Imediatamente nosso Serviço de Inteligência entrou em ação, identificando os criminosos e, logo após, a nossa Força Tática realizou uma operação que conseguiu deter três traficantes envolvidos na ocorrência, além de apreender com eles duas armas calibre 12 com 13 munições, e ainda 212 pedras de crack, 128 pinos de cocaína e 208 buchas de maconha.
No dia seguinte, 21 de junho, em resposta a um assassinato registrado no Bairro Zumbi, foi realizada uma operação e foi possível deter dois envolvidos no crime com duas armas, um revólver calibre .38 e um revólver calibre .32.
– Qual avaliação o senhor faz desse período de atuação?
– Avalio como muito positivo esse período de atuação e credito aos nossos valorosos policiais do 9º Batalhão os resultados positivos. Confesso que, depois do período complicado que passamos em fevereiro, não imaginava que poderíamos alcançar resultados tão bons em tão pouco tempo, e o resultado alcançado só foi possível porque aqui no 9º Batalhão nós temos policiais excelentes, com grande poder de superação e reação, tanto que os dados estatísticos comprovam minha fala.
– De que forma tem sido a atuação da PM junto à população de Cachoeiro e dos demais municípios que o 9º Batalhão abrange?
– Temos trabalhado muito com a filosofia de Policiamento Comunitário junto à população, realizando reuniões comunitárias, palestras em escolas e com o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd). Acreditamos muito na importância da participação das comunidades para o nosso melhor desempenho nas ações de prevenção.
– O momento que o Estado atravessa, assim como todo o País, é de crise financeira e política. A Polícia Militar vem de um movimento atípico, que foi o aquartelamento no mês de fevereiro. O que o senhor e seus oficiais têm feito para manter em alta a autoestima da tropa no âmbito do 9º Batalhão? E qual tem sido a resposta da tropa?
– Realmente o momento que passamos em fevereiro foi atípico. Nos meus 23 anos de carreira nunca havia presenciado algo de tamanha magnitude, mas acredito que o momento é de superação. Devemos olhar para o futuro e não ficarmos presos ao passado. Temos estimulado muito a tropa para manter a autoestima elevada, apesar da situação financeira a que todos estamos acometidos.
O nosso País ainda passa por uma crise financeira e política muito grave e isso tem afetado as receitas dos Estados, e com o Espírito Santo não é diferente. Sabemos, ainda, que nosso Estado foi afetado pela queda de receita dos royalties do petróleo e a pela paralisação após grave acidente envolvendo a Samarco. Penso que iremos superar essa crise e nosso Estado irá ocupar uma posição de destaque entre os entes da federação.
Com isso tenho convicção que o governo não deixará de dar o devido valor aos nossos policiais militares, que já ocuparam a terceira melhor remuneração entre as Polícias Militares do País, mas hoje têm sofrido com a falta de reajuste linear decorrente das inflações dos anos de 2014, 2015, 2016, sem contar a de que será consolidada em 2017 que ocasionaram as perdas salariais.