A paralisação dos policiais militares no Espírito Santo traz duas lições para a sociedade e para a própria Polícia Militar. Uma delas é a demonstração da importância da PM em nosso dia a dia, sempre protegendo a população. Desde que o movimento começou, há menos de uma semana, mais de 90 assassinatos foram registrados no Estado. Sem falar dos milhares de assaltos, saques a lojas, roubos de carros e outros delitos. Sem contar que o comércio está fechado, estudantes sem aula e postos de saúde com serviços suspensos.
A presença da Polícia Militar é tão importante que até moradores do Complexo da Penha, conjunto de bairros ocupados pela PM desde 2011, desceram os morros para atacar os familiares dos policiais, na porta de entrada do Quartel do Comando Geral, em Maruípe, exigindo o fim do movimento. Foi necessária a intervenção de homens do Exército para conter os ânimos em ambos os lados.
Está claro que se não trata de uma manifestação em prol da simples volta do policiamento, até porque os moradores daquela região, em sua maioria, detestam a polícia. O motivo maior da manifestação registrada pelas câmeras de TVs de todo o País, na tarde de terça-feira (07/02), é a perda de dinheiro por parte de traficantes. É que, sem policiamento nas ruas, o movimento do tráfico no Complexo da Penha caiu drasticamente, impondo, assim, um prejuízo financeiro nas contas dos chefões do tráfico.
Sem policiamento nas ruas, os playboys dos bairros nobres de Vitória, como Praia do Canto, Barro Vermelho, Jardim da Penha, Jardim, Camburi, Ilha do Boi, Ilha do Frade, Mata da Praia, por exemplo, evitam ir com seus carros de luxo aos morros do Complexo da Penha em comprar drogas. Não que a presença da PM nos morros seja algo seguro para os traficantes – nada disso –, mas a ausência de policiamento no Complexo e em outros bairros deixa toda a população – inclusive os playboys usuários de drogas – vulneráveis e sujeitos a sofrer assaltos.
Manipulados – ou ordenados – por traficantes, moradores do Complexo da Penha sempre realizaram protestos contra a Polícia Militar. Sempre que a PM fere ou mata um suspeito de tráfico em troca de tiros, há tumultos naqueles morros, como ataques a viaturas, a policiais e promovem manifestações que obrigam o fechamento do comércio e de escolas.
Exemplo maior ocorreu no dia 25 de outubro de 2016, quando o adolescente Wenderson Souza, 17 anos, morreu o depois de uma troca de tiros com policiais militares no Bairro da Penha. Instigados por traficantes da região, moradores ocuparam diversas ruas do bairro e a avenida Leitão da Silva, incendiaram pneus e atacaram veículos, pedestres e lojas em protesto. Culparam a PM pelo morte do jovem. Agora, esses mesmo moradores voltam ás ruas exigindo o fim da paralisação do policiamento. Tem algo estranho, não?
Outra lição importante no episódio da decisão de familiares dos policiais de bloquearem as entradas dos quartéis e demais unidades da PM, impedindo a saída das viaturas com destino às ruas, é o futuro. Apesar de terem sido ordenados por alguns de seus comandantes a saírem com as viaturas, os policiais não atenderam a ordem, alegando que os familiares não deixavam e que não iriam usar da força contra seus próprios parentes.
Nem mesmo a liminar concedida pelo desembargador Robson Luiz Albanez, na última segunda-feira (06/02), determinando aos policiais o retorno ao trabalho e a retirada dos familiares das entradas dos quartéis, sensibilizou a tropa. Ninguém iria usar a força contra seus parentes.
É nessa seara que entra a segunda lição: qual vai ser daqui em diante a estratégia da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo quando for chamada para desobstruir ruas, avenidas, escolas e outros locais públicos que vierem a ser ocupados por manifestantes? Normalmente, esses manifestantes são trabalhadores – como os próprios policiais militares –, estudantes e representantes de movimentos sociais?
São, portanto, duas lições que ficam: a população reconhece a importância da Polícia Militar; reconhece a importância da PM, de seus oficiais e praças. Precisa, porém, entender que, sem policiamento nas ruas, o País se transforma num caos, se transforma num Estado sem lei e sem respeito à ordem, colocando, assim, a democracia e o Estado de Direito em risco.
A outra lição é saber como os policiais militares e o Comando Geral da PM vão lidar, daqui para frente, com outras manifestações em que não estejam presentes seus familiares.
A presença da Polícia Militar é tão importante que até moradores do Complexo da Penha, conjunto de bairros ocupados pela PM desde 2011, desceram os morros para atacar os familiares dos policiais, na porta de entrada do Quartel do Comando Geral, em Maruípe, exigindo o fim do movimento. Foi necessária a intervenção de homens do Exército para conter os ânimos em ambos os lados.
Está claro que se não trata de uma manifestação em prol da simples volta do policiamento, até porque os moradores daquela região, em sua maioria, detestam a polícia. O motivo maior da manifestação registrada pelas câmeras de TVs de todo o País, na tarde de terça-feira (07/02), é a perda de dinheiro por parte de traficantes. É que, sem policiamento nas ruas, o movimento do tráfico no Complexo da Penha caiu drasticamente, impondo, assim, um prejuízo financeiro nas contas dos chefões do tráfico.
Sem policiamento nas ruas, os playboys dos bairros nobres de Vitória, como Praia do Canto, Barro Vermelho, Jardim da Penha, Jardim, Camburi, Ilha do Boi, Ilha do Frade, Mata da Praia, por exemplo, evitam ir com seus carros de luxo aos morros do Complexo da Penha em comprar drogas. Não que a presença da PM nos morros seja algo seguro para os traficantes – nada disso –, mas a ausência de policiamento no Complexo e em outros bairros deixa toda a população – inclusive os playboys usuários de drogas – vulneráveis e sujeitos a sofrer assaltos.
Manipulados – ou ordenados – por traficantes, moradores do Complexo da Penha sempre realizaram protestos contra a Polícia Militar. Sempre que a PM fere ou mata um suspeito de tráfico em troca de tiros, há tumultos naqueles morros, como ataques a viaturas, a policiais e promovem manifestações que obrigam o fechamento do comércio e de escolas.
Exemplo maior ocorreu no dia 25 de outubro de 2016, quando o adolescente Wenderson Souza, 17 anos, morreu o depois de uma troca de tiros com policiais militares no Bairro da Penha. Instigados por traficantes da região, moradores ocuparam diversas ruas do bairro e a avenida Leitão da Silva, incendiaram pneus e atacaram veículos, pedestres e lojas em protesto. Culparam a PM pelo morte do jovem. Agora, esses mesmo moradores voltam ás ruas exigindo o fim da paralisação do policiamento. Tem algo estranho, não?
Outra lição importante no episódio da decisão de familiares dos policiais de bloquearem as entradas dos quartéis e demais unidades da PM, impedindo a saída das viaturas com destino às ruas, é o futuro. Apesar de terem sido ordenados por alguns de seus comandantes a saírem com as viaturas, os policiais não atenderam a ordem, alegando que os familiares não deixavam e que não iriam usar da força contra seus próprios parentes.
Nem mesmo a liminar concedida pelo desembargador Robson Luiz Albanez, na última segunda-feira (06/02), determinando aos policiais o retorno ao trabalho e a retirada dos familiares das entradas dos quartéis, sensibilizou a tropa. Ninguém iria usar a força contra seus parentes.
É nessa seara que entra a segunda lição: qual vai ser daqui em diante a estratégia da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo quando for chamada para desobstruir ruas, avenidas, escolas e outros locais públicos que vierem a ser ocupados por manifestantes? Normalmente, esses manifestantes são trabalhadores – como os próprios policiais militares –, estudantes e representantes de movimentos sociais?
São, portanto, duas lições que ficam: a população reconhece a importância da Polícia Militar; reconhece a importância da PM, de seus oficiais e praças. Precisa, porém, entender que, sem policiamento nas ruas, o País se transforma num caos, se transforma num Estado sem lei e sem respeito à ordem, colocando, assim, a democracia e o Estado de Direito em risco.
A outra lição é saber como os policiais militares e o Comando Geral da PM vão lidar, daqui para frente, com outras manifestações em que não estejam presentes seus familiares.