Aos 45 anos de idade, o capixaba Maurício Vieira Gama, nascido em Alegre, município localizado na Região do Caparaó, é hoje tenente-coronel do Exército Brasileiro. Ele comanda o 4º Batalhão de Comunicações do Exército (BCom), instalado no Recife, capital pernambucana. Casado com a pedagoga Luciane Martins Rodrigues Gama, o tenente-coronel Maurício tem dois filhos: Bruno, 17 anos, e Caio, um ano mais novo.
Maurício Gama fez concurso para a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), localizada na cidade de Resende, no Sul do Estado do Rio de Janeiro, em 1989. Foi o primeiro colocado. Naquele mesmo ano, o jovem Maurício prestou outros dois vestibulares: Medicina, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e Engenharia, na Unicamp, em Campinas. “Passei nos três. Sim, fui o primeiro colocado na AMAN no meu curso”, orgulha-se o hoje tenente-coronel Maurício.
Ele tem motivos para se orgulhar. As dificuldades enfrentadas em Alegre foram enormes. “Apesar de ter nascido numa família grande e de poder aquisitivo extremamente baixo, tive a graça de Deus de ter pais maravilhosos”, recorda Maurício Gama, que hoje é Mestre em Operações Militares e Ciências Militares.
A vida do tenente-coronel Maurício pode servir de exemplo para os mais jovens que se deixam abater pelas primeiras dificuldades encontradas pelo caminho: “Quando se nasce no interior, numa situação financeira desfavorável, os obstáculos são enormes para crescer profissionalmente. Entretanto, eu enxergava essas dificuldades como um grande estímulo que me impulsionava”, ensina o tenente-coronel Maurício Gama, que a partir do próximo ano vai chefiar a Comissão do Exército Brasileiro em Washington (CEBW).
Blog do Elimar Côrtes – Quando o senhor entrou na Academia Militar das Agulhas Negras e quando se formou?
Tenente-coronel Maurício Vieira Gama– Realizei o último concurso para ingresso direto na AMAN em 1989. Desde então, o ingresso se dá pela Escola Preparatória de Cadetes do Exército, situada em Campinas. Ingressei na AMAN em janeiro de 1990 e me formei aspirante a oficial da arma de Comunicações no dia 4 de dezembro de 1993.
– Por quais unidades do Exército o senhor já passou?
– Após a formação, servi na 2ª Companhia de Comunicações, situada em Campinas, em 1994 e 1995. Fui convidado para ser instrutor na AMAN onde servi por cinco anos na formação dos futuros oficiais do Exército Brasileiro. Da AMAN, fui realizar, em 2001, o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), situada no Rio de Janeiro. Apos o curso na EsAO, fui classificado no 1º Batalhão de Comunicações, na cidade de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul, onde trabalhei de 2002 a 2004.
Depois desse período, fui convidado para ser instrutor na EsAO, onde trabalhei em prol do aperfeiçoamento dos capitães do Exército. Fui designado para comandar, no biênio de 2007-2008, a 7ª Companhia de Comunicações, que fica no Recife. Durante este comando, realizei o concurso para ingresso no Curso de Comando e Estado-Maior do Exército da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, localizada no Rio. Aprovado, concluí o curso em dezembro de 2010 e fui transferido para o Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEX), em Brasília.
Em 2012, fui designado para ser o representante do Exército no Quartel-General da Missão de Paz das Nações Unidas na Costa do Marfim (UNOCI), em Abidjan, capital econômica daquele país. Retornei para o Brasil em 2013, no CCOMGEX, e lá servi até 2014. Em 2015 assumi o comando do 4º Batalhão de Comunicações, que fica aqui no Recife, onde estou até hoje.
– Como é comandar o 4º Batalhão de Comunicações do Exército, o único no Nordeste?
– Comandar o Batalhão vem sendo uma experiência profissional mais marcante nesses meus quase 27 anos no Exército. Conduzir diretamente um número aproximado de 400 profissionais a fim de cumprir as nossas missões institucionais é extremamente gratificante. Temos que colocar em prática todo o arcabouço de conhecimento e experiência adquiridos na Força Terrestre.
Recebemos anualmente, no nosso quartel, algo em torno de 170 jovens para prestarem o Serviço Militar Obrigatório. Temos a oportunidade única de influenciar positivamente na vida desses jovens, transmitindo-lhes os valores da nossa Instituição. Todos saem do quartel melhores cidadãos, no campo profissional e pessoal. Ser designado comandante do Batalhão foi uma distinção a mim dada pela Força que muito me orgulha.
– Qual é a missão institucional do BCom?
– O 4º Batalhão de Comunicações tem a missão principal de estabelecer os sistemas de comunicações para apoiar as diversas operações e atividades do Comando Militar do Nordeste. A área de atuação da nossa unidade engloba todos os estados nordestinos. Enviamos também militares para atuarem na Missão de Paz no Haiti. Outra missão subsidiária muito importante do Batalhão é a entrega de água potável para 12 municípios do semiárido nordestino, no âmbito da Operação Carro-Pipa do Comando Militar do Nordeste.
– Como foi sua preparação para entrar na AMAN? O senhor foi o primeiro colocado da turma? Na mesma ocasião, o senhor foi fez vestibulares na Ufes e Unicamp.
– Diferentemente de hoje, tínhamos poucas informações sobre as possibilidades profissionais, especialmente no interior. Após concluir o ensino médio na Escola Aristeu Aguiar, em Alegre, prestei o vestibular para Medicina na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Por uma única questão, não passei.
Consegui, com a ajuda de amigos, realizar um curso preparatório em Cachoeiro de Itapemirim. De início, fiquei na casa de uma tia que lá me acolheu. Depois recebi apoio da família do Doutor Lauro (conhecido médico de Alegre) que permitiu que ficasse, juntamente com seu filho, o saudoso Laurinho, na casa de parentes deles em Cachoeiro. Foi uma benção, pois, para continuar no curso, deveria ir e voltar de carona todos os dias para Alegre.
O curso foi pago por um parente, primo de meu pai. Fui bem no primeiro simulado do curso, assim a escola me propôs a concessão de uma bolsa. Neste ano prestei três concursos – Medicina na Ufes; Engenharia na Unicamp e o curso da AMAN. Passei nos três. Sim, fui o primeiro colocado na AMAN no meu curso.
– Por que optou pela AMAN?
– O resultado do concurso da AMAN foi o primeiro a ser divulgado. Quando soube da aprovação nos demais vestibulares, já estava em Resende. Foi um momento decisivo na minha vida, pois sabia que a opção que eu tomasse me conduziria a caminhos completamente distintos. Pesou muito o fato de, na AMAN, o cadete ter total apoio, inclusive com o recebimento de uma ajuda de custo.
Na época, para minha família, seria muito difícil me sustentar em Vitória ou Campinas. Além disso, me adaptei muito bem ao ambiente militar. Creio também que essa decisão estava dentro de um projeto de Deus para minha vida.
– O senhor é Doutor em Artes Militares. Onde e quando foi essa formação?
– Sou Mestre em Operações Militares e Ciência Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (2001) e Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (2010), respectivamente.
– Como foi sua infância em Alegre?
– Apesar de ter nascido numa família grande e de poder aquisitivo extremamente baixo, tive a graça de Deus de ter pais maravilhosos. Meu pai foi um homem extraordinário. Apesar de não ter tido oportunidade de completar seus estudos, era muito inteligente e homem de um caráter irrepreensível. Ele me transmitiu muitos valores. Minha mãe, evangélica, me ensinou os valores cristãos e a basear minha vida na fé no nosso Senhor Jesus Cristo. Entendo hoje a importância que eles tiveram na minha vida e tento transmitir isso aos meus soldados, pois a maioria deles vem de uma situação financeira igual a que tive na infância.
– Como foi enfrentar tantas dificuldades e vencer na vida profissionalmente?
– Não foi fácil. Quando se nasce no interior, numa situação financeira desfavorável, os obstáculos são enormes para crescer profissionalmente. Entretanto, eu enxergava essas dificuldades como um grande estímulo que me impulsionava. Percebia que as pessoas acreditavam em mim, isso é muito importante. Cada conquista, eu ganhava mais forças para avançar. Um fator preponderante foi a certeza de que Deus estava me dirigindo. Essa ação divina era muito latente nas minhas conquistas.
– Que conselho o senhor dar para os mais jovens que se deixam derrubar pela primeira barreira que encontram pelo caminho?
– No primeiro vestibular que fiz, não obtive êxito. Tinha todos os motivos para desistir e aceitar uma vida medíocre que me esperava. Como disse, os obstáculos devem servir como estímulo. A satisfação de uma conquista vale todo o esforço dispendido. Hoje percebo que os jovens estão muito dispersos. Há um mundo de informação disponível que tem produzido pessoas superficiais por não se aprofundarem em questões importantes da nossa vida.
Aqueles que se atentarem para esse cenário e focarem nos seus objetivos profissionais, terão muito sucesso. A democratização da informação tem dado a todos a chance de estudar e se preparar profissionalmente, basta focar.
– O senhor tem outra missão pela frente. Vai chefiar a Comissão do Exército Brasileiro em Washington (CEBW). Como e quando surgiu essa oportunidade?
– Este ano fui agraciado pelo Exército para estar à frente, juntamente com outro coronel do Exército, da Comissão do Exército Brasileiro em Washington (CEBW), nos Estados Unidos. A designação representa um reconhecimento do Exército pelos meus serviços prestados. Por ser uma função de grande importância para a Nação, considero-a uma honraria me dada pela Instituição que muito me orgulhou, além de uma experiência ímpar para mim e minha família.
Assumo essa nova função a partir de maio de 2017 e lá permanecerei por pouco mais de dois anos. A Comissão está ligada diretamente ao Gabinete do Comandante do Exército e é responsável basicamente pelas aquisições de sistemas, serviços e materiais de defesa, no exterior, além de realizar a prospecção de mercado de defesa junto aos fornecedores internacionais.
– O senhor aspira chegar a general do Exército?
– O generalato significa para o oficial do Exército o ápice da carreira. Poucos o alcançam. Os generais da minha turma começarão a ser definidos daqui a cerca de sete anos. Pela sua importância, encaro essa possível promoção como uma grande honra pelo fato de que ela representa o entendimento da Instituição que lhe serei útil como general.
Maurício Gama fez concurso para a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), localizada na cidade de Resende, no Sul do Estado do Rio de Janeiro, em 1989. Foi o primeiro colocado. Naquele mesmo ano, o jovem Maurício prestou outros dois vestibulares: Medicina, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e Engenharia, na Unicamp, em Campinas. “Passei nos três. Sim, fui o primeiro colocado na AMAN no meu curso”, orgulha-se o hoje tenente-coronel Maurício.
Ele tem motivos para se orgulhar. As dificuldades enfrentadas em Alegre foram enormes. “Apesar de ter nascido numa família grande e de poder aquisitivo extremamente baixo, tive a graça de Deus de ter pais maravilhosos”, recorda Maurício Gama, que hoje é Mestre em Operações Militares e Ciências Militares.
A vida do tenente-coronel Maurício pode servir de exemplo para os mais jovens que se deixam abater pelas primeiras dificuldades encontradas pelo caminho: “Quando se nasce no interior, numa situação financeira desfavorável, os obstáculos são enormes para crescer profissionalmente. Entretanto, eu enxergava essas dificuldades como um grande estímulo que me impulsionava”, ensina o tenente-coronel Maurício Gama, que a partir do próximo ano vai chefiar a Comissão do Exército Brasileiro em Washington (CEBW).
Blog do Elimar Côrtes – Quando o senhor entrou na Academia Militar das Agulhas Negras e quando se formou?
Tenente-coronel Maurício Vieira Gama– Realizei o último concurso para ingresso direto na AMAN em 1989. Desde então, o ingresso se dá pela Escola Preparatória de Cadetes do Exército, situada em Campinas. Ingressei na AMAN em janeiro de 1990 e me formei aspirante a oficial da arma de Comunicações no dia 4 de dezembro de 1993.
– Por quais unidades do Exército o senhor já passou?
– Após a formação, servi na 2ª Companhia de Comunicações, situada em Campinas, em 1994 e 1995. Fui convidado para ser instrutor na AMAN onde servi por cinco anos na formação dos futuros oficiais do Exército Brasileiro. Da AMAN, fui realizar, em 2001, o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), situada no Rio de Janeiro. Apos o curso na EsAO, fui classificado no 1º Batalhão de Comunicações, na cidade de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul, onde trabalhei de 2002 a 2004.
Depois desse período, fui convidado para ser instrutor na EsAO, onde trabalhei em prol do aperfeiçoamento dos capitães do Exército. Fui designado para comandar, no biênio de 2007-2008, a 7ª Companhia de Comunicações, que fica no Recife. Durante este comando, realizei o concurso para ingresso no Curso de Comando e Estado-Maior do Exército da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, localizada no Rio. Aprovado, concluí o curso em dezembro de 2010 e fui transferido para o Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEX), em Brasília.
Em 2012, fui designado para ser o representante do Exército no Quartel-General da Missão de Paz das Nações Unidas na Costa do Marfim (UNOCI), em Abidjan, capital econômica daquele país. Retornei para o Brasil em 2013, no CCOMGEX, e lá servi até 2014. Em 2015 assumi o comando do 4º Batalhão de Comunicações, que fica aqui no Recife, onde estou até hoje.
– Como é comandar o 4º Batalhão de Comunicações do Exército, o único no Nordeste?
– Comandar o Batalhão vem sendo uma experiência profissional mais marcante nesses meus quase 27 anos no Exército. Conduzir diretamente um número aproximado de 400 profissionais a fim de cumprir as nossas missões institucionais é extremamente gratificante. Temos que colocar em prática todo o arcabouço de conhecimento e experiência adquiridos na Força Terrestre.
Recebemos anualmente, no nosso quartel, algo em torno de 170 jovens para prestarem o Serviço Militar Obrigatório. Temos a oportunidade única de influenciar positivamente na vida desses jovens, transmitindo-lhes os valores da nossa Instituição. Todos saem do quartel melhores cidadãos, no campo profissional e pessoal. Ser designado comandante do Batalhão foi uma distinção a mim dada pela Força que muito me orgulha.
– Qual é a missão institucional do BCom?
– O 4º Batalhão de Comunicações tem a missão principal de estabelecer os sistemas de comunicações para apoiar as diversas operações e atividades do Comando Militar do Nordeste. A área de atuação da nossa unidade engloba todos os estados nordestinos. Enviamos também militares para atuarem na Missão de Paz no Haiti. Outra missão subsidiária muito importante do Batalhão é a entrega de água potável para 12 municípios do semiárido nordestino, no âmbito da Operação Carro-Pipa do Comando Militar do Nordeste.
– Como foi sua preparação para entrar na AMAN? O senhor foi o primeiro colocado da turma? Na mesma ocasião, o senhor foi fez vestibulares na Ufes e Unicamp.
– Diferentemente de hoje, tínhamos poucas informações sobre as possibilidades profissionais, especialmente no interior. Após concluir o ensino médio na Escola Aristeu Aguiar, em Alegre, prestei o vestibular para Medicina na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Por uma única questão, não passei.
Consegui, com a ajuda de amigos, realizar um curso preparatório em Cachoeiro de Itapemirim. De início, fiquei na casa de uma tia que lá me acolheu. Depois recebi apoio da família do Doutor Lauro (conhecido médico de Alegre) que permitiu que ficasse, juntamente com seu filho, o saudoso Laurinho, na casa de parentes deles em Cachoeiro. Foi uma benção, pois, para continuar no curso, deveria ir e voltar de carona todos os dias para Alegre.
O curso foi pago por um parente, primo de meu pai. Fui bem no primeiro simulado do curso, assim a escola me propôs a concessão de uma bolsa. Neste ano prestei três concursos – Medicina na Ufes; Engenharia na Unicamp e o curso da AMAN. Passei nos três. Sim, fui o primeiro colocado na AMAN no meu curso.
– Por que optou pela AMAN?
– O resultado do concurso da AMAN foi o primeiro a ser divulgado. Quando soube da aprovação nos demais vestibulares, já estava em Resende. Foi um momento decisivo na minha vida, pois sabia que a opção que eu tomasse me conduziria a caminhos completamente distintos. Pesou muito o fato de, na AMAN, o cadete ter total apoio, inclusive com o recebimento de uma ajuda de custo.
Na época, para minha família, seria muito difícil me sustentar em Vitória ou Campinas. Além disso, me adaptei muito bem ao ambiente militar. Creio também que essa decisão estava dentro de um projeto de Deus para minha vida.
– O senhor é Doutor em Artes Militares. Onde e quando foi essa formação?
– Sou Mestre em Operações Militares e Ciência Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (2001) e Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (2010), respectivamente.
– Como foi sua infância em Alegre?
– Apesar de ter nascido numa família grande e de poder aquisitivo extremamente baixo, tive a graça de Deus de ter pais maravilhosos. Meu pai foi um homem extraordinário. Apesar de não ter tido oportunidade de completar seus estudos, era muito inteligente e homem de um caráter irrepreensível. Ele me transmitiu muitos valores. Minha mãe, evangélica, me ensinou os valores cristãos e a basear minha vida na fé no nosso Senhor Jesus Cristo. Entendo hoje a importância que eles tiveram na minha vida e tento transmitir isso aos meus soldados, pois a maioria deles vem de uma situação financeira igual a que tive na infância.
– Como foi enfrentar tantas dificuldades e vencer na vida profissionalmente?
– Não foi fácil. Quando se nasce no interior, numa situação financeira desfavorável, os obstáculos são enormes para crescer profissionalmente. Entretanto, eu enxergava essas dificuldades como um grande estímulo que me impulsionava. Percebia que as pessoas acreditavam em mim, isso é muito importante. Cada conquista, eu ganhava mais forças para avançar. Um fator preponderante foi a certeza de que Deus estava me dirigindo. Essa ação divina era muito latente nas minhas conquistas.
– Que conselho o senhor dar para os mais jovens que se deixam derrubar pela primeira barreira que encontram pelo caminho?
– No primeiro vestibular que fiz, não obtive êxito. Tinha todos os motivos para desistir e aceitar uma vida medíocre que me esperava. Como disse, os obstáculos devem servir como estímulo. A satisfação de uma conquista vale todo o esforço dispendido. Hoje percebo que os jovens estão muito dispersos. Há um mundo de informação disponível que tem produzido pessoas superficiais por não se aprofundarem em questões importantes da nossa vida.
Aqueles que se atentarem para esse cenário e focarem nos seus objetivos profissionais, terão muito sucesso. A democratização da informação tem dado a todos a chance de estudar e se preparar profissionalmente, basta focar.
– O senhor tem outra missão pela frente. Vai chefiar a Comissão do Exército Brasileiro em Washington (CEBW). Como e quando surgiu essa oportunidade?
– Este ano fui agraciado pelo Exército para estar à frente, juntamente com outro coronel do Exército, da Comissão do Exército Brasileiro em Washington (CEBW), nos Estados Unidos. A designação representa um reconhecimento do Exército pelos meus serviços prestados. Por ser uma função de grande importância para a Nação, considero-a uma honraria me dada pela Instituição que muito me orgulhou, além de uma experiência ímpar para mim e minha família.
Assumo essa nova função a partir de maio de 2017 e lá permanecerei por pouco mais de dois anos. A Comissão está ligada diretamente ao Gabinete do Comandante do Exército e é responsável basicamente pelas aquisições de sistemas, serviços e materiais de defesa, no exterior, além de realizar a prospecção de mercado de defesa junto aos fornecedores internacionais.
– O senhor aspira chegar a general do Exército?
– O generalato significa para o oficial do Exército o ápice da carreira. Poucos o alcançam. Os generais da minha turma começarão a ser definidos daqui a cerca de sete anos. Pela sua importância, encaro essa possível promoção como uma grande honra pelo fato de que ela representa o entendimento da Instituição que lhe serei útil como general.