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ESPÍRITO SANTO TEM O QUINTO MELHOR PIB PER CAPITA DO PAÍS, MAS O TERCEIRO PIOR SALÁRIO DE DELEGADOS DE POLÍCIA: Sindicato busca diálogo com o governo para resolver crise

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Assim que o Blog do Elimar Côrtes noticiou que o salário dos delegados de Polícia Civil do Espírito Santo é o terceiro pior do Brasil, o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado (Sindepes), Rodolfo Queiroz Laterza, afirmou que a entidade está buscando, por meio de diálogo com o governo, encontrar uma “solução para este grave problema que aflige não só a carreira de delegado de Polícia, mas até mesmo todo sistema de segurança pública em nosso Estado.”

Segundo ele, o Sindepes apresentou ao governo estudo com estimativa de impacto orçamentário “que demonstra em bases concretas o ínfimo impacto fiscal que adviria com uma recomposição salarial de nossa carreira.” Para Laterza, o Espírito Santo figura na quinta posição do ranking do Produto Interno Bruto (PIB) per capita no País, segundo os últimos dados do IBGE:

“Portanto, pelo critério econômico e não apenas institucional de mérito é uma distorção estarmos em 24º lugar entre salários de delegados de Polícia no Brasil e nosso Estado situar-se na 5ª colocação no indicador em referência”, ponderou Rodolfo Laterza.

O PIB per capita é o Produto Interno Bruto dividido pela quantidade de habitantes de um País ou Estado. O PIB é a soma de todos os bens de um país, e quanto maior o PIB, mais demonstra o quando esse país é desenvolvido, e podem ser classificados entre países pobres, ricos ou em desenvolvimento. 

Blog do Elimar Côrtes – De que forma o Sindepes espera resolver com o governo do Estado a questão salarial dos delegados de Polícia que hoje é o terceiro pior do País?
Rodolfo Laterza– Buscamos através do diálogo construtivo e transparente com o governo do Estado solução para este grave problema que aflige não só a carreira de delegado de Polícia, mas até mesmo todo sistema de segurança pública em nosso Estado. Sabemos que não é um problema surgido neste governo, mas herdado de um histórico de descompromisso com a valorização da nossa carreira e dos policiais.

Os delegados de Polícia exercem atribuições decisivas para o êxito da persecução penal, já que a apuração das infrações penais comuns é dirigida por este profissionais, sendo que a péssima remuneração prejudica consideravelmente a sociedade e o próprio funcionamento da instituição policial civil. Não há racionalidade em termos um dos piores salários do País e haver motivação contínua dos nossos profissionais, que mesmo sendo carreiras jurídicas de Estado, percebem remuneração que equivale a menos de um terço do Ministério Público e até menor que carreiras nos tribunais federais, o que gera evasão de quadros qualificados e um sentimento contínuo de revolta, tristeza, desmotivação.

Sem valorização de delegados de Polícia e policiais, a sociedade sofre uma crise de autoridade e de impunidade. Não adianta esperar eficiência e produtividade considerando a realidade singular de dificuldade que delegados de Polícia sofrem: pressões e represálias de toda ordem, ameaças de morte, dificuldades de ter uma rotina normal como outros cidadãos, jornada de trabalho extensa e sem limite pela natureza da profissão.

É mais que uma profissão, trata-se de um sacerdócio que demanda valorização contínua sob pena de a sociedade não ter seus conflitos resolvidos e vivenciar crises de anomia social constantes.

Ainda assim, vale destacar, sem qualquer visão parcial, que os delegados de polícia do Espírito Santo estão entre os melhores profissionais do País em vários segmentos de atuação profissional, tal como podemos vislumbrar com o fato de termos um dos maiores índices de resolução de crimes de homicídio do país bem como eficiência quantitativa de procedimentos concluídos. Tal mérito é também de nossos policiais civis, logicamente. E isso com salários incompatíveis com a realidade nacional e com problemas estruturais severos, como baixo efetivo e orçamento aquém do necessário.

– Essa defasagem já vem de quantos anos?
– Esta defasagem já provém mais de uma década, infelizmente. Sabemos que não há solução imediatista para este problema, face a crise econômica e fiscal que o Brasil vivencia com o fim de um ciclo econômico que se revelou frágil, mas há plenas condições de avançarmos com o governo Paulo Hartung, que tem um histórico de responsabilidade fiscal e gestão responsável no orçamento.

– O Sindicato já iniciou negociações com o governo Paulo Hartung para buscar melhoria salarial para os delegados de Polícia?
– Apresentamos estudo com estimativa de impacto orçamentário que demonstra em bases concretas o ínfimo impacto fiscal que adviria com uma recomposição salarial de nossa carreira de acordo com a posição do Estado do Espírito Santo no índice nacional de PIB per capita , a qual figura na 5º posição.

Portanto, pelo critério econômico e não apenas institucional de mérito é uma distorção estarmos em 24º lugar entre salários de delegados de Polícia no Brasil e nosso Estado situar-se na 5ª colocação no indicador em referência. É cediço que o indicador  que melhor mensura a riqueza e projeção econômica de uma nação ou ente federado é a razão entre PIB (conjunto de todas as riquezas produzidas no país em um dado exercício) e a quantidade de pessoas existentes demograficamente (proporção per capita).

– O senhor teme que, por conta da baixa remuneração, jovens delegados podem sair da Polícia Civil do Espírito Santo e tentar outra carreira profissional?  

– Infelizmente esta é uma realidade vigente há muito anos em nosso Estado. Não basta vocação pessoal e profissional; a dignidade principal advém da convergência da remuneração com um patamar digno  em nível nacional, não sendo aceitável persistir a triste realidade de o Estado do Espírito Santo ser historicamente tão defasado na remuneração dos delegados de polícia. Cremos que o governo atual vai corrigir esta injustiça com diálogo e visão construtiva. Desde 2011, tivemos mais de 30 delegados aprovados em concurso público que pediram exoneração da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo devido aos baixos salários.



1Estável (0) Distrito FederalBaixa 62.859,43
2Estável (0) São PauloAumento 39.122,26
3Estável (0) Rio de JaneiroAumento 38.262,13
4Aumento (1) Santa CatarinaAumento 32.289,58
5Baixa (1) Espírito SantoAumento 30.484,96
6Aumento (2) ParanáAumento 30.264,90
7Estável (0) Rio Grande do SulAumento 29.657,28
8Baixa (2) Mato GrossoAumento 28.007,75
9Estável (0 Mato Grosso do SulAumento 26.714,57
10Estável (0) Minas GeraisAumento 23.646,21
11Estável (0) GoiásAumento 23.470,48
12Aumento (1) AmazonasAumento 21.873,65
13Aumento (1) RoraimaAumento 18.495,80
14Baixa (2) RondôniaBaixa 17.990,69
15Estável (0) AmapáAumento 17.363,82
16Estável (0) TocantinsAumento 16.086,37
17Estável (0) SergipeAumento 16.028,28
18Estável (0) PernambucoAumento 15.282,28
19Aumento (1) Rio Grande do NorteAumento 15.247,87
20Aumento (2)Pará ParáAumento 15.176,18
21Baixa (2) AcreAumento 14.733,50
22Baixa (1)Bahia BahiaAumento 13.577,74
23Estável (0) CearáAumento 12.393,39
24Estável (0) ParaíbaAumento 11.834,54
25Estável (0) AlagoasAumento 11.276,59
26Estável (0) MaranhãoAumento 9.948,47
27Estável (0) PiauíAumento 9.811,04

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