O discurso incendiário do ainda presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Espírito Santo (Sindepes), Rodolfo Queiroz Laterza, na sessão ordinária da Assembleia Legislativa, na tarde de segunda-feira (08/04), cheira a uma pressão sobre o governo do Estado e, por conseguinte, a um comportamento nocivo contra a sociedade capixaba, algo nada comum a tão importante categoria de delegados.
Laterza está em seus últimos dias à frente do Sindepes, mas nada indica que ele perderá o poder na instituição. No dia 8 de maio, haverá eleições no sindicato, que terá chapa única, encabeçada pela sempre sensata delegada Ana Cecília de Almeida Mangaravite. O seu primeiro vice-presidente, no entanto, será Rodoldo Laterza.
Será sempre legítima a posição de entidades de classe ao cobrar melhores condições de trabalho e melhoria salarial para seus representados. Os pleitos são legítimos e legais. O próprio governo do Estado reconhece que o salário de policiais civis e militares do Espírito Santo está entre os mais baixos do País.
Por isso, o governador Renato Casagrande tem sinalizado que a situação vai mudar, mas, com apenas 100 dias de governo, ele não tem condições de conceder agora nenhum reajuste salarial, até porque o País e o Estado atravessam uma crise financeira e os rumos da economia brasileira, com o governo Jair Bolsonaro andando a passos curtos, ainda são incertos.
O que não é aceitável é o nível dos discursos de certas lideranças dessas categorias profissionais. Dizer que a segurança pública do Estado pode entrar em colapso se o governador Renato Casagrande não atender às reivindicações dos delegados, como declarou Rodolfo Laterza, soa a irresponsabilidade.
Os delegados de Polícia Civil do Espírito Santo, entretanto, sempre deram provas de seu senso de responsabilidade, sobretudo com as autoridades constituídas e com a sociedade. São eles, os delegados de Polícias Judiciária, a porta de entrada do cidadão comum ao sistema de Justiça.
Rodolfo Laterza não esteve sozinho no Plenário de Assembleia. Também subiram à tribuna para falar sobre as reivindicações dos policiais os presidentes dos Sindicatos dos Peritos Oficiais (Sindiperitos), Tadeu Nicoletti, e dos Investigadores (Sinpol), Júnior Fialho. Estes dois, no entanto, apresentaram discurso muito mais cauteloso, democrático e republicano.
Fialho disse que seu objetivo era o de buscar apoio dos deputados para que seja aberto canal de diálogo com o governo. Tadeu Nicoletti, por sua vez, foi ainda muito mais diplomático:
“Nós, Peritos Criminais, vamos esgotar todas as chances de diálogo para tentar construir uma política de valorização e independência da categoria junto ao governo estadual. Há mais de dois meses estamos com esse diálogo, acompanhando todas as sessões da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa. Estamos levando nossos pleitos a demais órgãos de Estado”, pontuou Nicoleti.
As reivindicações são, portanto, justas. O que são injustas e nada democráticas e nem republicanas são as ameaças do sindicalista Rodolfo Laterza, de acordo frases ditas por ele e reproduzidas pela coluna do jornalista Vitor Vogas, em A Gazeta:
“É um comprometimento de governabilidade, com tudo que isso possa significar. Pelo STF, não podemos fazer greve. E nós vamos seguir a legislação. Mas faremos medidas de protesto, que vão afetar a eficácia tanto do policiamento ostensivo como das investigações”.
Em outras falas, Laterza declarou que “a segurança pública está à beira de um colapso”, que “compromete a governabilidade”. São frases de efeito, cheias de retóricas, mas que não levam a lugar algum.
“Haverá um colapso institucional. As investigações poderão ficar prejudicadas, e a tendência de crimes aumentará...O governo precisa valorizar a segurança pública, senão haverá uma situação de colapso”.
Outra situação grave colocada pelo sindicalista Laterza, que fica feia quando sai da boca de um delegado de Polícia: “Não admitiremos nenhum tipo de represália às investigações e operações de crimes contra a administração pública”.
Delegado de Polícia não precisa ameaçar nenhum poder. Onde há indícios de crimes, cabe ao delegado investigar. Senão investigar, estará cometendo crime de prevaricação.
O Estado não pode ceder a pressões. Deve continuar promovendo o diálogo como forma de construir pontes. É preciso, pois, que haja serenidade, prudência, bom senso e responsabilidade de todos.
A sociedade capixaba merece um pouco de paz!
Laterza está em seus últimos dias à frente do Sindepes, mas nada indica que ele perderá o poder na instituição. No dia 8 de maio, haverá eleições no sindicato, que terá chapa única, encabeçada pela sempre sensata delegada Ana Cecília de Almeida Mangaravite. O seu primeiro vice-presidente, no entanto, será Rodoldo Laterza.
Será sempre legítima a posição de entidades de classe ao cobrar melhores condições de trabalho e melhoria salarial para seus representados. Os pleitos são legítimos e legais. O próprio governo do Estado reconhece que o salário de policiais civis e militares do Espírito Santo está entre os mais baixos do País.
Por isso, o governador Renato Casagrande tem sinalizado que a situação vai mudar, mas, com apenas 100 dias de governo, ele não tem condições de conceder agora nenhum reajuste salarial, até porque o País e o Estado atravessam uma crise financeira e os rumos da economia brasileira, com o governo Jair Bolsonaro andando a passos curtos, ainda são incertos.
O que não é aceitável é o nível dos discursos de certas lideranças dessas categorias profissionais. Dizer que a segurança pública do Estado pode entrar em colapso se o governador Renato Casagrande não atender às reivindicações dos delegados, como declarou Rodolfo Laterza, soa a irresponsabilidade.
Os delegados de Polícia Civil do Espírito Santo, entretanto, sempre deram provas de seu senso de responsabilidade, sobretudo com as autoridades constituídas e com a sociedade. São eles, os delegados de Polícias Judiciária, a porta de entrada do cidadão comum ao sistema de Justiça.
Rodolfo Laterza não esteve sozinho no Plenário de Assembleia. Também subiram à tribuna para falar sobre as reivindicações dos policiais os presidentes dos Sindicatos dos Peritos Oficiais (Sindiperitos), Tadeu Nicoletti, e dos Investigadores (Sinpol), Júnior Fialho. Estes dois, no entanto, apresentaram discurso muito mais cauteloso, democrático e republicano.
Fialho disse que seu objetivo era o de buscar apoio dos deputados para que seja aberto canal de diálogo com o governo. Tadeu Nicoletti, por sua vez, foi ainda muito mais diplomático:
“Nós, Peritos Criminais, vamos esgotar todas as chances de diálogo para tentar construir uma política de valorização e independência da categoria junto ao governo estadual. Há mais de dois meses estamos com esse diálogo, acompanhando todas as sessões da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa. Estamos levando nossos pleitos a demais órgãos de Estado”, pontuou Nicoleti.
As reivindicações são, portanto, justas. O que são injustas e nada democráticas e nem republicanas são as ameaças do sindicalista Rodolfo Laterza, de acordo frases ditas por ele e reproduzidas pela coluna do jornalista Vitor Vogas, em A Gazeta:
“É um comprometimento de governabilidade, com tudo que isso possa significar. Pelo STF, não podemos fazer greve. E nós vamos seguir a legislação. Mas faremos medidas de protesto, que vão afetar a eficácia tanto do policiamento ostensivo como das investigações”.
Em outras falas, Laterza declarou que “a segurança pública está à beira de um colapso”, que “compromete a governabilidade”. São frases de efeito, cheias de retóricas, mas que não levam a lugar algum.
“Haverá um colapso institucional. As investigações poderão ficar prejudicadas, e a tendência de crimes aumentará...O governo precisa valorizar a segurança pública, senão haverá uma situação de colapso”.
Outra situação grave colocada pelo sindicalista Laterza, que fica feia quando sai da boca de um delegado de Polícia: “Não admitiremos nenhum tipo de represália às investigações e operações de crimes contra a administração pública”.
Delegado de Polícia não precisa ameaçar nenhum poder. Onde há indícios de crimes, cabe ao delegado investigar. Senão investigar, estará cometendo crime de prevaricação.
O Estado não pode ceder a pressões. Deve continuar promovendo o diálogo como forma de construir pontes. É preciso, pois, que haja serenidade, prudência, bom senso e responsabilidade de todos.
A sociedade capixaba merece um pouco de paz!