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FUTURO SECRETÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA DO ESPÍRITO SANTO INSPIROU CENAS FINAIS DE NOVELA DA GLOBO: “A violência precisa ser combatida por legislação mais forte e não somente pelo policial que dá a vida todos os dias de forma inglória”

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Um desabafo do então secretário da Segurança Pública do Estado do Rio, Roberto Sá, durante entrevista concedida em um cemitério da Zona Oeste do Rio, logo após o enterro do soldado PMRJ Anderson Azevedo Marques,  inspirou a novelista Glória Perez a prestar homenagem a policiais mortos e a seus familiares na guerra diária que vive a população carioca contra os traficantes.

Roberto Sá, futuro secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo, na entrevista dada no dia 10 de abril de 2017, um dia após o assassinato covarde do soldado Anderson, conclamou a sociedade e a classe política a implementarem leis mais rígidas para tentar inibir a posse ilegal de armas.

“Se queremos uma sociedade menos violenta,  que a violência seja pela legislação combatida e não somente pelo policial que está dando a vida todos os dias de uma forma inglória: ele prende e a legislação permite que essas pessoas voltem. Ele prende. Até quando?”, comentou Roberto Sá, que é delegado de Polícia Federal.

O soldado Anderson foi assassinado com tiro de fuzil na Rua Barão do Bom Retiro, no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, no dia 9 de abril de 2017. Ele atuava havia três anos na Unidade de Polícia Pacificadora do Lins. Anderson deixou esposa e dois filhos. Anderson havia sido o 51° policial assassinado no Rio.

A autora da novela Glória Perez entrou em contato com o então secretário do Rio, Roberto Sá, pedindo-lhe permissão para usar a sua fala em um dos capítulos finais da novela, quando o policial da ficção Rubinho, interpretado pelo ator Emílio Dantas, é morto a tiros por traficantes.

Roberto Sá concordou e a cena final acabou se transformando numa forte emoção e, ao mesmo tempo, prestando homenagens aos policiais cariocas mortos em confronto com bandidos.

Glória Perez usou trechos do desabafo de Roberto Sá sobre o uso de fuzis por criminosos. As palavras de Roberto Sá foram reproduzidas por Caio (Rodrigo Lombardi) durante o velório do policial Rubinho, que fazia parceria com a também policial Jeiza (Paolla Oliveira). A cena foi ao ar em 14 de outubro de 2017.

Desabafo de Roberto Sá

“É importante a gente se solidarizar com as famílias. Aliás, com todas as família de letalidade violenta. Mas quando a polícia sofre essas baixas, é sinal de que a sociedade precisa refletir   sobre muitas coisas. Eu tenho dito que a polícia é a última defesa da sociedade para barbárie e essa última linha de defesa está sozinha. Não é trivial a polícia do Rio, nos últimos 15 e 20 anos, apreender uma arma de fogo por hora. Imagina que cada apreensão dessa o conflito que pode se dar com risco para todos, inclusive, para o próprio policial. Os policiais são verdadeiros heróis anônimos. Pergunto: alguém sabe qual é a pena para quem porta de fogo de calibre restrito? Ela é ridícula é irrisória. Se a nossa sociedade é violenta e as pessoas usam uma arma de fogo para fazer o mal à vida dos outros, nós precisamos que o Congresso Nacional ajude os Estados, porque as polícias não podem legislar. Tratar de armas de fogo é lei federal. A polícia não deve e não pode legislar, mas elas trabalham sob a égide de uma lei que é inoperante, é inofensiva. O porte de um fuzil é uma pena de três a seis anos. O comércio e o tráfico de armas é de quatro a oito anos. Isso estimula os criminosos. A polícia tem que ser preventiva. Quando a polícia prende essas pessoas portando essas armas, quanto tempo elas ficam presas? Que desestímulo essas pessoas têm para não cometer esse delito? Se Brasília não quer discutir esse tema, que pelo menos delegue ao Estado do Rio e Janeiro competência sobre  que fazer ou discutir o que fazer com quem é preso portando um fuzil 762, 556, AK 47. A polícia apreende armas todos os dias. Então, mais uma vez, para fechar, se queremos evoluir, se queremos uma sociedade menos violenta,  que a violência seja pela legislação combatida e não somente pelo policial que está dando a vida todos os dias de uma forma inglória: ele prende e a legislação permite que essas pessoas voltem. Ele prende, até quando?     


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