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DENUNCIADOS TÊM LIGAÇÃO COM PCC, PCV E BONDE DO TREM BALA: Ministério Público denuncia 19 pessoas por crimes encomendados de dentro de cadeias no Espírito Santo

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Já se encontra em análise com o Juízo da 6ª Vara Criminal de Vitória a denúncia relativa à Operação Concerto, deflagrada pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), com apoio da Diretoria de Inteligência da Polícia Militar, Diretoria de Inteligência da Secretaria de Estado da Justiça (DIP/Sejus) e Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil. O grupo foi denunciado por organização criminosa e associação ao tráfico.

Ao todo, 19 pessoas foram denunciadas, depois de investigações realizadas pelo MPES, por meio da Central de Inquéritos da Grande Vitória e do Grupo Especial de Trabalho em Execução Penal (Getep).

No dia 4 de setembro de 2018, o MP e as demais forças policiais realizaram diligências em diversos pontos da Grande Vitória, quando desarticularam uma organização criminosa com atuação, principalmente, na região do Complexo da Penha, em Vitória.

O líder da organização, Giovani Otacílio de Souza, o Paraíba, é um dos 19 denunciados, cumpre pena na Penitenciária de Segurança Máxima II (PSMA II) de Viana, onde comandava seus “subordinados” a praticar crimes em vários bairros da Região Metropolitana.

De acordo com a denúncia, que tramita sob o número 0004074-02.2018.8.08.0024, as investigações do Procedimento Investigativo Criminal, instaurado pelo Ministério Público, identificou os integrantes e descobriu o modo de ação da organização criminosa instalada na região do Complexo da Penha, que abrange os Bairro da Penha, Bonfim, São Benedito, Gurigica e Itararé, na capital capixaba.

As 19 pessoas denunciadas foram monitoradas pelos órgãos de Inteligência da PM, Sejus e Polícia Civil. A Justiça autorizou, inclusive, a interceptação telefônica e telemática dos investigados. O MP destaca na denúncia que na região investigada se escondem os bandidos apontados como de maior risco social da Grande Vitória, “haja vista as severas e violentas práticas criminosas por eles perpetradas”.

Primeiro  Comando de Vitória é filial do PCC e conta com braço armado

As investigações apontam também que o grupo liderado por Paraíba criou a organização criminosa chamada de Primeiro  Comando de Vitória (PCV), que se transformou numa filial do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Espírito Santo.

Assim como o PCC, o PCV impõe regras rígidas a seus integrantes, como doutrina, divisão de tarefas, forma de aquisição de armas e drogas.  O PCV, aponta a denúncia do Ministério Público, teve seus lucros aumentados com a venda de drogas e práticas de outros crimes. Criou, inclusive, um braço armado, que é o Bonde do Trem Bala, responsável pelos assassinatos e práticas de torturas determinados pelos líderes do PCV.

Bilhetes encontrados em galeria de cadeia em Viana

Em abril deste ano, a Inteligência da Sejus encontrou bilhetes, na Galeria A da Penitenciária de Segurança Máxima de Viana, onde estão presos os principais líderes do PCV e do Bonde do Trem Bala. Um dos bilhetes, que faz parte dos autos, mostra “a forte doutrina e imposição de disciplina entre os membros do PCC e PCV”.

Nos bilhetes, os criminosos se identificam com os números de registro junto ao PCC e abreviaturas de codinomes. Os líderes do PCV iniciam as mensagens enviadas aos seus cúmplices por meio dos bilhetes sempre  com a palavra “Salve”.

Para os promotores de Justiça, policiais da Dint, da Sejus e da Polícia Civil que trabalharam nas investigações, a expressão “Salve” é a mesma utilizada pelo PCC com o objetivo de se comunicar com seus integrantes.

Em seguida, nos bilhetes encontrados na PSMA II de Viana, os bandidos presos mencionam caixa com números que indicam valores (dinheiro) obtidos com as ações criminosas. Esses elementos de comunicação, sintetiza a investigação, revelam as digitais do PCC no controle e diretrizes das organizações criminosas PCV e Bonde do Trem Bala.

Grupo pratica assaltos, tortura e tráfico de drogas

As investigações concluíram também que as 19 pessoas denunciadas teriam cometido crimes como tráfico de drogas, porte ilegal de armas e artefatos explosivos, tortura e assaltos a diversos estabelecimentos comerciais, sempre com o uso da força.

Outro exemplo que reforça a ligação do PCC com as organizações criminosas capixabas que atuam dentro e fora dos presídios foi uma operação que a polícia realizou em 26 de julho de 2018, em Viana.

Na ação, foram apreendidas armas e munições de calibres restritos – quase 300 munições –, quatro fuzis, pistola e explosivos. As armas, munições e explosivos foram trazidas de São Paulo e iriam abastecer criminosos do Complexo da Penha.

Aponta a denúncia ainda que, além da compra e venda de drogas, o PCV e o Bonde do Trem Bala alugam material bélico para outras quadrilhas de assaltantes, traficantes e pistoleiros que agem a mando do tráfico.

De acordo com agentes que trabalharam nas investigações, as armas servem para os chefões das organizações impor o controle sobre a população dos bairros que ficam sob seu domínio, além de matar rivais.

Numa das interceptações telefônicas autorizada pela Justiça, a Dint descobre que  assassinato do jovem Wallace de Jesus Santanna. O rapaz foi morto na manhã do dia 10 de junho de 2018, no Morro da Piedade, no centro de Vitória. Um dos denunciados, Geovani Andrade Bento, o Vaninho, foi quem teria mandado executar Wallace.

No mesmo dia, Vaninho conversa com um dos executores do crime. O assassino revela que “o trabalho foi feito” e que, depois de matar Wallace, o grupo pegou a pistola dele, que estava sem munição. Nesse dia 10 de junho, pelo menos 20 bandidos fortemente armados invadiram a Piedade, foram a casa de Wallace e o mataram. Depois, incendiaram a casa da família dele.

Líder de facção patrocinou até festa de casamento em presídio

Nas investigações, o Ministério Público e a Inteligência da Sejus e PM descobriram que o líder das organizações criminosas capixabas, Giovani Otacílio de Souza, o Paraíba, patrocinou uma festa de casamento no PSMA II, em Viana, onde está preso. Presidiários e familiares dos noivos e dos demais presos chegaram a se vestir de maneira social, como se estivessem numa cerimônia religiosa. A galeria onde Paraíba fica preso se transformou numa espécie de salão de festas.


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